seventeen + noah's past

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CHAPTER SEVENTEEN:the one with noah's past

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CHAPTER SEVENTEEN:
the one with noah's past.
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O APARTAMENTO EMBAIXO DO MEU TINHA A ÚNICA VARANDA DA CASA.
EU    VI   UMA  GAROTA PARADA ALI,
COMPLETAMENTE      SUBMERSA  NA
POÇA   DO CREPÚSCULO DE OUTONO.
ELA   NÃO  FAZIA NADA QUE EU NÃO
PUDESSE     VER,   EXCETO FICAR ALI.
ENCOSTADA     NO        PARAPEITO DA
VARANDA,   MANTENDO O UNIVERSO
UNIDO.

j.d salinger

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NOAH, VOCÊ ESTÁ BEM?

Any Gabrielly fora a primeira a falar em meio a todo aquele silêncio, que era diferente de todos aqueles no qual eles se encontravam. Era uma quietude estranha, desconfortável, que ao mesmo tempo que nada dizia; tudo falava. Era tenso, amentrontador, desconhecido. Eles estavam sozinhos em uma varanda, e Noah aparentava estar a um passo de entrar em colapso. Mesmo estando perto do garoto, Any sabia bem que poderia estar distante dele, em uma distância confortável, mas ainda assim perceberia a tensão na qual ele havia se isolado. Sua mente não estava tão diferente, no entanto, ela podia sentir seus pensamentos e sentimentos todos espalhados por vários canto dentro de si mesma. Any não sabia o que dizer, como dizer, o que pensar e como se expressar. Contudo, optou por sorrir fraco para Noah, ela queria ouví-lo, queria ouvir o som calmo de sua voz. Ela queria ouvir ele e apenas ele.

— Eu sinto muito, eu não- — ela pausou, frustrada e inquieta. — Eu não sabia, eu–

O garoto ao seu lado respirou fundo e permaneceu com os olhos fechados por alguns instantes. Mesmo tendo todos os motivos possíveis para fugir do olhar hesitante e tão cheio de palavras não ditas de Any, ele não desviou o olhar do dele por nem um instante. Sim, ele se sentia envergonhado, não era daquela forma que Noah esperava que Any descobriria mais um lado íntimo seu que estava a tanto tempo escondido nas profundezas do seu interior e na mente de quem estivera presente em tais momentos, mas deixar com que tudo isso transparecesse ou optar por fugir dela não parecia e não era a melhor das opções.

— Eu te via na escola, e às vezes eu via alguns hematomas, mas — ela hesita. — eu sempre deduzia que você tinha se metido em brigas ou coisas do tipo.

— Isso pode surpreender você, — ele falou, com a voz baixa. — mas eu nunca me meti em briga alguma na minha vida toda.

Ele sorriu fraco, envergonhado, e olhou rapidamente para seus pés.

— Cresci no meio de tanta violência, — ele riu sem ânimo e encolheu os ombros. — que eu odiava.

E então se calou. Ele ainda olhava para ela, e ela o encarava fixamente lhe dando toda a sua atenção. O rosto dela era pacífico, sua expressão era tão calma quanto sua voz no primeiro instante em que eles chegaram ali e ela falou. Ela sorriu para ele, embora ele não esperava que ela o fizesse, mas ainda assim. Ele estava confuso, ela o deixava confuso, suas atitudes, suas reações, tudo. Noah se sentia inseguro, como se estivesse andando sobre ovos. Ele sabia que ainda não havia terminado. Uma pergunta ecoava sobre eles, e isso era do conhecimento de Noah e também era do conhecimento de Any. Ela estava adiando esse questionamento, disfarçando com sorrisos e ele não conseguia entender isso.

𝐈𝐑𝐈𝐃𝐄𝐒𝐂𝐄𝐍𝐓.Onde histórias criam vida. Descubra agora