Anne Shades, o nome mais temidos entre todos os piratas. Antes, um nome sem significado, depois um nome que conquistou os mares do continente de Florentia.
Ninguém nunca se atreveu a cruzar com seu navio, pois sabiam que era morte certa. Todos os que uma vez tentaram o afundar acabaram afundando a si mesmos.
Os rumores chegaram a dizer que ela que controla os mares, assim como também diziam que ela e sua tripulação deixam a frota da marinha imperial sem suprimentos em qualquer ataque, mas Anne sabia que isso poderia mudar.
Na verdade, ela tinha certeza de que isso ia mudar quando ela atracou no Porto da chamada Cidade Morta.
Uma vez na cidade, Anne deu comandos específicos para toda sua tripulação; limpeza, pesca, venda, roubo... basicamente tudo que ela poderia pedir. Nenhum marujo tinha coragem e muito menos vontade de contraria-la, então todos puseram-se a fazer o que foi lhes mandado.
Anne desembarcou sozinha, seus cabelos compridos e negros que estavam soltos batiam em seu rosto pelo brisa marítima. Os homens que passavam pelo porto a encaravam um pouco — alguns até chegaram a das assobios — até se darem conta do Shades, seu navio, e perceberem quem realmente era aquela mulher.
Seguindo em direção ao bar, a capitã conseguia sentir todo o cheiro de álcool que saia do local. Ela torceu o nariz e piscou com força, tentando disfarçar um pouco seu desgosto ao cheiro e a qualquer tipo de bebida alcoólica.
No início, quando ela entrou, ninguém prestou atenção. Isso até ela sentar no balcão.
Alguns homens — provavelmente bêbados — começaram a, descaradamente, encarar todo o seu corpo.— Com licença — começou Anne, de mau-humor —, eu quero algumas... informações.
— E o que uma mocinha tão linda como você gostaria? — Disse um dos homens que estava ao seu lado. — Por acaso você não procura um pouco de diversão?
Anne ignorou enquanto os homens riam e a encaravam.
— Eu quero informações sobre o almirante Arhad, nada mais.
Novamente Anne foi ignorada e apenas recebeu de resposta zombarias. Ela não imaginava que iria ser puxada fortemente pelo braço. Quando isso aconteceu, ela manteve a calma e esperou para ver o que iria acontecer.
A pessoa a puxou até o canto mais isolado do bar e a soltou.
— Se eu fosse você — começou o homem, que no momento a encarava. Seus olhos pretos pareciam examinar até a sua alma —, eu não procuraria esse tipo de informação em um bar, senhorita Shades. Vá até o porto, há um pequeno barco de comerciantes onde você poderá trocar ou comprar algumas informações.
— E por que diabos você está me ajudando? — Perguntou ela, irritada com a ajuda desnecessária.
— Porque eu te respeito, senhorita Shades.
— E quem seria o senhor? — Rosnou Anne.
— Isso é segredo — disse o homem em tom provocador. — Agora vá e que nos encontremos novamente. — Ele sumiu tão rapidamente quanto há havia puxado pelo braço momentos atrás.
Anne saiu pisando forte. Ela nem havia percebido que o homem sabia seu nome até estar na saída do bar, mas quando se virou ele já não estava mais lá. Batendo a porta do bar, a capitã recebeu alguns olhares estranhos que certamente foram ignorados e seguiu em direção ao estranho barco de comerciantes.
O pequeno barco era provavelmente o mais chamativo. O casco do navio era vermelho-sangue, o mastro recebia a mesma cor, as velas eram listradas de branco e preto e a superestrutura do barco era de um tom forte de azul.
Andando até o barco, um homem logo notou Anne e a atendeu.
— Procura por algo, senhorita?
— Sim. — Respondeu Anne, irritada pelo encontro anterior. — Estou a procura de certas informações. Me disseram que eu poderia consegui-las aqui.
— Certo. Gostaria de subir à bordo? — Convidou o homem com um sorriso calorosamente duvidoso.
— Não obrigada. Tem que ser rápido. — O homem então desceu do navio ancorado e ficou de frente para Anne.
Sua roupa relativamente bem cuidada e branca com bordados prateados agora era perceptível, assim como seus olhos azuis escuro que faziam seus cabelos castanho claros se destacarem. Ele não deveria ser forte, tinha uma estatura baixa e um rosto de traços leves.
— Vou ver o que posso fazer. Então, que tipo de informação você procura?
Anne ponderou se deveria dizer para aquele homem por alguns segundos.
— Gostaria de saber sobre o almirante Arhad da marinha imperial. — Após sua fala, a capitã tirou um saco com algumas moedas de bronze do bolso e estendeu para o homem que logo o pegou.
O homem a encarou, ficando sério de um momento para o outro. Ele cruzou os braços e trocou o peso do corpo para a perna esquerda.
— Há alguns boatos circulando por aí de que o almirante Arhad está a procura da frota pirata de Anne Shades. Dizem que ele quer matá-la e toda a sua tripulação — falou o homem, seu tom era tão sério que a Shades até chegou a duvidar se era realmente verdade. — Arhad é um homem perigoso. Ninguém quer cruzar com ele — continuou o homem, depois abriu um sorriso. — Penso que uma bela dama como você não quer nada dele, certo?
— Sim... obrigada pela informação. — Estando prestes a sair, ela virou-se para o homem e o encarou. — Aliás, quem seria o senhor?
— Talvez ainda nos encontremos novamente, senhorita — falou e sem mais delongas virou as costas.
Com raiva e com as informações necessárias, Anne saiu andando. Ponderando como o homem do bar poderia saber seu nome e por que o homem que lhe deu as informações ficou tão sério e nem havia lhe dado uma única pista se o que falava era verdade ou até mesmo sobre seu nome.
[Atualizado e revisado: 19/12/2021]
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Minha Rosa dos Ventos [EM REVISÃO]
Aventura|| Capa feita por: @Yvezinha || Anne Shades, um nome impactante. Um nome que fala sobre a fama de uma pirata que, de acordo com os rumores, só matou uma única vez. Mas um nome que fazia a própria pirata sempre pensar no passado que a assombra cada...