4.

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Seu olhar me analisou da cabeça aos pés

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Seu olhar me analisou da cabeça aos pés. Focando em meus olhos, riu.

— Caralho...

Porra. Como era possível estar ainda mais bonito? A calça jeans rasgada denunciava tatuagens nas pernas. Botas escuras iam até os tornozelos. Usava uma camisa branca. Tinha uma gola aberta, que mostrava o início do peito. E mais tatuagens.

— Não acredito que são amigos da garota do sex shop! — sorriu, olhando para o casal. A garota de cabelos azuis franziu o cenho, confusa.
Foda-se. Não preciso explicar nada.

— Você é o maldito vizinho?

Seus amigos sumiram do campo de visão, entrando no apartamento. Noah encostou a porta, se pondo a minha frente. Não tirou a mão da maçaneta.

— Não me diga que mora aqui... — as covinhas surgiram.

— Moro! No andar de baixo.

Cruzei os braços, batendo o pé no chão furiosamente. O garoto deu de ombros, levando o cabelo para trás. Usava mais anéis do que quando o vi pela primeira vez. Provavelmente, um em cada dedo.

— O destino sabe o que faz, gatinha. — aquele apelido estava, sem dúvidas, reprovado.

— Não me chame assim!

— Como posso te chamar, então?

Engoli em seco, arqueando as sobrancelhas. De fato, muito bonito, mas sua petulância o tornava horrível.

— Meu nome é Sina. — sua expressão suavizou. Endireitei a postura, decidida a não cair no seu charminho. — De qualquer forma, subi para pedir que abaixe o som. Minha amiga não está conseguindo estudar. Além do mais, lembre-se que tem vizinhos!

— Nunca tive nenhuma reclamação. — deu de ombros. — Fale para sua amiga subir. Vocês podem curtir a festa. Aposto que vão gostar.

Convidativo, tenho que confessar. Queria entrar, ver seu apartamento, quantas pessoas tinham ali. Mas precisava mostrar responsabilidade. Meu despertador me acordaria em menos de oito horas.

— Não seja um babaca! — suas sobrancelhas levantaram. — Se não tem uma vida, problema é seu! Precisamos acordar cedo amanhã. Não vamos a sua festa estúpida.

Quanto mais distância tomar de Noah, melhor.

— Tem cinco minutos para abaixar essa merda. Ou farei questão de chamar o síndico para o fazer.

— Ei, ei. Calma. Não precisa chamar ninguém. — espalmou suas enormes mãos. — É só uma festinha. Pare de ser tão careta.

— Uma festinha?! Você nos perturba todos os finais de semana. Não contente, quer fazer isso em dia de semana também? — aumentei o tom de voz. — Que tipo de idiota organiza uma festa em plena quinta-feira?!

HANDS TO MYSELF - Noart Onde histórias criam vida. Descubra agora