Noah estava certo, afinal. Se eu não estivesse acompanhada por seus enormes músculos, no banco de trás do Uber, eu provavelmente entraria em desespero.Não gosto de julgar por aparências, mas o motorista me dava calafrios. De cinco em cinco minutos, percebia seu olhar analisando minhas pernas nuas através do retrovisor. Constantemente puxava a bainha do vestido para baixo, numa tentativa falha de me cobrir. O garoto ao meu lado notou meu desconforto. A postura, ereta, a mandíbula, travada, o foco diretamente no senhor a frente.
Respirei aliviada assim que o carro estacionou em frente ao prédio. Noah agradeceu ao motorista, que respondeu com um aceno – mesmo que sua atenção tivesse centrada em meu corpo enquanto saía do automóvel. O de olhos verdes abriu a porta para que entrássemos no hall. Cumprimentamos o porteiro, indo até o elevador. As portas se abriram no terceiro andar.
— Obrigada por ter vindo comigo.
Sai do elevador, de cabeça baixa. Não o olhei nos olhos – estava muito apressada para finalmente me ver livre dele.
— Sina. — hesitante, me virei para encará-lo. Sua mão segurava as portas para que não se fechassem. — Não quer conversar sobre o que aconteceu?
Porra. Que homem sádico! Quer se satisfazer com minha humilhação? Não precisamos conversar sobre nada. É isso. Nada aconteceu. Vamos tratar como um delírio – um delírio muito gostoso, na verdade.
— Foi apenas um beijo. Não se preocupe. Posso superar. — lancei uma piscadela quase imperceptível, o provocando com a mesma frase que me disse dias atrás. Ele riu, dando de ombros.
— Como quiser, gatinha. — enfiou as mãos no bolso depois de apertar o botão do elevador. — Gostei de te ver no bar, de qualquer forma. Continue aparecendo por lá, ok?
Eu sei. Fui mal-educada. Não deveria ter o tratado dessa maneira. Nunca foi a intenção soar grosseira. Mas meu único desejo era correr para longe de Noah, antes que cometêssemos outro erro.
Antes que as portas me impedissem de vê-lo, botei o pé entre elas. Ele ergueu a cabeça, me encarando com curiosidade.
— Quer entrar? — cuspi. Uma covinha surgiu em sua bochecha. — Não vamos fazer nada, Noah. Estou te convidando para, no máximo, tomar um vinho. — é uma forma de pedir desculpas, também.
Por como me comportei nas últimas horas. Nos últimos dias, na verdade.
— Vinho parece ótimo.
Com um garoto sorridente atrás de mim, abri a porta do apartamento, entrando antes de dar passagem à visita. Fechei a entrada, depositando o molho de chaves na mesinha ao lado. Noah analisava o ambiente, mantendo suas mãos nos bolsos. Quando nossos olhares cruzaram, balançou a cabeça.
— Curti aqui. — ri, tirando os calçados que insistiam em torturar meus pés. Caminhei até a cozinha, puxando duas taças do armário.
— Não precisa esfregar na minha cara que tem um apartamento mil vezes melhor que o meu. — falei num tom alto, para que ele pudesse ouvir.
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HANDS TO MYSELF - Noart
FanficEm um sex shop, Sina conheceu Noah Urrea, um homem sedutor e cativante, que provou de sua inocência de forma deliciosa.