Permaneci estática, como se estivesse congelada. Quando finalmente me dei conta de que realmente estava aqui e aquilo não era uma visão, bloqueei seu olhar faminto ao enrolar a toalha em volta do meu corpo nu.
— Como entrou na minha casa? — me encarou fixamente, franzindo o cenho. A vontade de bater em seu rostinho angelical crescia. — O gato comeu sua língua? Responde, porra!
— Você deixou a porta destrancada.
— Destrancada? Não poderia estar destrancada. A Sabina... — me calei.
Não. Acredito. Eu tinha feito um único pedido! Ela só deveria trancar a maldita porta.
Não é possível que seja tão distraída assim.Sabina não teria feito isso para me sacanear.
Teria?
— Bom, foda-se que a porta estava destrancada! Ninguém te ensinou a ter modos? Não pode simplesmente invadir a casa das pessoas!
— Porra, Sina! Não consigo te entender, eu juro. — foi a minha vez de franzir a testa, totalmente confusa. — Você pediu que eu viesse, agora está surtando por isso?
Meus olhos cresceram. Os nós dos dedos estavam embranquecidos, machucados pelo aperto da toalha ao meu redor.
— Eu pedi que viesse? Por que raios faria isso? — Noah praguejou baixinho, enfiando a mão no bolso traseiro da calça jeans.
Desbloqueou seu celular, esticando-o em minha direção.
— Veja a porra da mensagem.
Ri ironicamente, puxando o aparelho. Meu sorriso se desfez ao visualizar a tela brilhante. Um contato. Com meu nome. A mensagem enviada no período da tarde, horário em que eu estava na cafeteria, trabalhando.
Eu: Precisamos conversar. Devo chegar em casa no início da noite. Minha amiga sairá num jantar com o namorado. Te mandarei mensagem avisando. Estarei sozinha.
Depois, outra mensagem. De quinze minutos atrás.
Eu: Ela acabou de sair. Pode vir. A porta está aberta.
Eu, Sina Deinert, prometo que, assim que encontrar Sabina novamente, a espancarei até sua morte. Ok, passei um pouco dos limites. Apenas uns ferimentos leves estão ótimos. Ela precisa aprender a não se meter onde não é chamada.
Só poderia ter sido mais um dos planos imbecis dela. Claro que, ter esquecido o maldito celular em casa, me traria problemas. Como posso ter sido tão ingênua? Preciso mudar a senha urgentemente. E não compartilhá-la com ninguém. Minha melhor amiga, principalmente.
Com a cabeça erguida, devolvi o celular para seu dono, engolindo em seco. Ele o guardou no bolso, estampando o sorriso convencido.
— No fundo, imaginava que era uma garota sapeca. Mas não a ponto de pedir que viesse ao seu apartamento justamente quando planeja sair do banho. E esquecer a toalha no quarto? Típico, hum?
VOCÊ ESTÁ LENDO
HANDS TO MYSELF - Noart
FanfictionEm um sex shop, Sina conheceu Noah Urrea, um homem sedutor e cativante, que provou de sua inocência de forma deliciosa.