Capítulo 2 - Respostas

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A Família Houlton era uma antiga família bruxa puro-sangue. Seus membros sempre se interessaram em estudar e explorar os campos da magia para além dos assuntos que eram ensinados em Hogwarts. Muitos dos ancestrais de Cassiopeia estavam profundamente envolvidos nas Artes das Trevas. Cassiopeia estava acostumada a ser cercada por seus entusiastas, no entanto, ela nunca sentiu o desejo de mergulhar nelas; na verdade, ela as temia profundamente. Quando Cassiopeia tinha apenas sete anos de idade, sua mãe morreu devido ao erro de algum experimento sombrio. Cassiopeia lembrava que sua mãe não era necessariamente uma mãe carinhosa, mas definitivamente uma bruxa capaz.  Após sua morte, Cassiopeia sentiu sua falta. No início, ela não sabia o que tinha acontecido e ninguém havia lhe contado, mas com o passar dos anos percebeu que sua mãe havia sido morta por causa de seu fascínio pelas Artes das Trevas.

Cassiopeia tinha orgulho de estar na Corvinal. Felizmente, sua família nunca achou que os sangues puros tinham que estar na Sonserina. Embora seus pais e seu irmão tenham estado na Sonserina, seu pai e seu irmão compartilharam de sua alegria e entusiasmo quando ela foi selecionada para a Corvinal. Afinal, ambas suas avós foram da Corvinal e vários de seus ancestrais também. Para seu pai, não era a casa que importava, mas os resultados acadêmicos que seus filhos alcançavam. Seu irmão havia estabelecido um nível elevado, ele tinha sido um excelente aluno e monitor-chefe. Cassiopeia tinha orgulho de Cefeu, mas ela também estava determinada a fazer o possível para não ficar na sombra dele.

Seu pai sempre os encorajou a ler e estudar com entusiasmo. A Mansão Houlton abrigava uma grande biblioteca com uma vasta gama de tomos antigos, muitos dos quais, sem dúvida, não foram aprovados pelo ministério. Cercada por todos aqueles livros encantadores durante toda a sua vida, Cassiopeia adorava ler e estudar desde pequena. Poderia ficar sentada em seu quarto com um livro por horas, definitivamente preferia a presença de um livro à de outras pessoas. Portanto, não foi surpresa quando seus colegas estudantes logo perderam o interesse por ela e nunca a convidaram para participar de qualquer uma de suas reuniões. Às vezes, se sentia solitária e deixada de lado, mas em seus livros sempre encontrava consolo. No fim das contas, Corvinal definitivamente combinava mais com ela.

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Na vez seguinte de Riddle na biblioteca, ele parou no canto da fileira em que planejava entrar. Ele viu Cassiopeia sentada no parapeito da janela, lendo um livro. Ponderou usar Legilimência mais uma vez, por um momento, antes de decidir que não o faria, em vez disso, disse com uma voz fria, "Por que quer saber?" 

Sua voz quebrou o silêncio e Cassiopeia deu um sobressalto. Ela se virou para olhá-lo, então sorriu e disse: "Olá para você também". 

Riddle não respondeu. Ele se aproximou da janela até ficar bem ao lado dela. Por um momento, os dois olharam pela janela. Então Cassiopeia deu de ombros: "Eu estava apenas curiosa. Nunca vi ninguém com tantas emoção ocultas, com tanto ódio."

Riddle continuou a observar os alunos nos jardins, se perguntou se deveria respondê-la. Nunca tinha prestado muita atenção nela, mas não deixara de notar que ela era inteligente, e quase tão boa aluna quanto ele. Ela sempre era amigável com os outros, mas nunca o centro das atenções. Ela aparentemente preferia ficar sozinha. De alguma forma ela era diferente dos outros. Suas habilidades de Oclumência definitivamente o surpreenderam e o fizeram se perguntar se ela poderia ser útil em algum momento ao longo de caminho. Ele sentiu que responder à pergunta dela poderia ser perigoso, mas talvez útil, e ele seria cuidadoso. Assim ele poderia ver até aonde as coisas iriam. 

"Eu apenas não sou muito sociável." A voz de Riddle era casual. 

"Não diga."  Sua voz derramava sarcasmo.

Riddle não conseguiu reprimir um sorriso zombeteiro. 

Cassiopeia olhou para ele: "Você não quer me contar; eu entendo. Está tudo bem, sabe."

Sem ter revelado nada, Riddle sentiu que algo havia mudado entre eles. De alguma forma, parecia que eles compartilhavam um segredo agora. Ele não havia admitido nada, ainda assim parecia que tinha, e que ela sabia disso.

Cassiopeia voltou o olhar para o livro que estivera lendo antes. Riddle fitou o livro, então disse: "Esse livro não vale o seu tempo." 

Cassiopeia ergueu os olhos e arqueou uma sobrancelha. 

"A teoria do feitiço não-verbal por meio da afeição está definitivamente errada", continuou Riddle. 

"Eu não acho. Você já pensou sobre os efeitos que envolver sentimentos podem ter no fluxo mágico?" Cassiopeia respondeu.

Riddle ponderou por um momento. Então ele balançou a cabeça e se sentou. "Eu acho que você entendeu a teoria totalmente errado neste ponto." 

Logo, eles estavam profundamente envolvidos em discussões acadêmicas. Só acabaram quando a bibliotecária veio avisar que a biblioteca já estava para fechar.

Cassiopeia juntou suas coisas, levantou-se e saiu em direção aos dormitórios. Riddle a observou ir embora antes de reunir suas coisas e voltar para as masmorras. Ele pensou sobre os acontecimentos da noite. Cassiopeia reagiu de uma maneira diferente da de Dumbledore. Riddle teve a impressão de que, de certa forma, Cassiopeia realmente não se importava se sua personalidade era sombria. Ela parecia genuinamente interessada, sem questionar seus motivos. Assim como pensara, Cassiopeia realmente era diferente dos outros. De alguma forma, ele a conquistou sem nem mesmo precisar encantá-la. Ele a conquistou com seu verdadeiro eu. Pensando nisso, foi definitivamente estranho, mas de alguma forma parecia certo.

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Os meses passaram e Riddle e Cassiopeia se acostumaram a compartilhar a mesa perto da seção restrita da biblioteca. Normalmente, eles não falavam muito;  eles apenas reconheciam a presença um do outro e continuavam seus estudos, mas o silêncio que se perdurava em sua mesa nunca foi pesado ou deprimente, era o que ambos queriam, o que ambos preferiam. De vez em quando, eles discutiam sobre o dever de casa ou outros tópicos acadêmicos sobre os quais estavam lendo. Afinal, os dois compartilhavam de um profundo anseio por conhecimento.

Não passou despercebido por Cassiopeia que durante suas visitas à biblioteca Riddle repetidamente surrupiava livros da seção restrita, e não podia negar que o viu se apaixonar mais e mais pelas Artes das Trevas. Ela via o brilho em seus olhos quando ele lia aqueles livros. Isso a lembrava de como sua mãe tinha sido. Cassiopeia não tinha certeza de como se sentia a respeito disso. Ela não se opunha estritamente às Artes das Trevas, mas também não compartilhava do fascínio que Riddle parecia sentir. Em algum lugar, bem no fundo, ela estava com medo de que um dia Riddle pudesse se perder em seu caminho pelas Artes das Trevas como tantos bruxos antes dele. Mas ela se agarrou à esperança de que ele fosse mais forte do que eles, e que venceria o desafio. Sempre que ela o via abrir um dos livros que sabia que ele tinha enfeitiçado para que parecesse inocente, ela o observava com calma até que ele encontrasse seu olhar com seus olhos escuros e a desafiasse a dizer qualquer coisa. No entanto, ela nunca o fez.

Riddle sabia que Cassiopeia não se deixava enganar pelos feitiços que ele colocava nos livros de Artes das Trevas. Via isso em seus olhos quando ela o observava com cautela enquanto ele lia os livros disfarçados, mas ela nunca comentou sobre isso. Ela apenas voltava a ler seus próprios livros.

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⏰ Última atualização: May 28, 2021 ⏰

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Poison • Tom Riddle •Onde histórias criam vida. Descubra agora