Borboletas adormecidas

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     O hospital estava calmo, o que era estranho para todos, sinal de que chegaria um furacão em breve.

     Arizona estava na pediatria pois Alex havia tirado licença para resolver assuntos pessoais.
Estava trabalhando em um caso complicado, não conseguia chegar num diagnóstico e quanto mais estudava as opções, mais dúvidas surgiam sobre.

     O menino havia dado entrada na emergência com fortes dores de cabeça, no corpo e tinha vômitos. Amélia havia descartado qualquer doença neurológica e tentava ajudar a pediatra com o caso peculiar.
A médica mantinha a criança sob medicação e já estava nervosa por não ter uma resposta para dar aos pais.

     Voltava para a recepção da pediatria com um copo de café, quando foi abordada pelo pai do menino de forma intimidadora.

- Doutora, minha mulher está aflita com essa ausência de respostas, se não está capacitada para nos ajudar, passe o caso para outro pediatra ou o transferimos para um hospital que tenha médicos capazes.

- Senhor, sou mãe e entendo a angústia da sua esposa, porém os sintomas do David coincidem com várias doenças que já foram descartadas pelos especialistas que as estudaram comigo...

- Está insinuando o que?

- Não estou fazendo insinuações, quero acalmá - lo, fazê-lo entender que estamos dando nosso melhor para tratar qualquer que seja o problema do seu filho.

- Tudo bem, se não conseguir isso até o fim do dia, além da transferência, faremos uma queixa contra seus serviços.

  O homem saiu, deixando a loira mais nervosa do que estava.

(...)

    Arizona analisava o prontuário e os exames de David pela centésima vez, com um copo de café em mãos e em frente ao computador. Nem notou quando Callie entrou na sala.

- Arizona! - A morena saudou animada.

- Oi Callie - a pediatra estava tão cansada que não esboçou reação alguma.

- Dia difícil?

-Nossa, muito. Estamos com um caso aparentemente simples, mas todos os possíveis diagnósticos foram descartados pelos exames.

- Caramba. Mas, você é a melhor pediatra do país, pode até parecer difícil, mas é fichinha para você.

- Hahaha Só você para me fazer sorrir essa hora, o pai de David me deu até o fim da tarde para dar um diagnóstico ou vai transferir o filho, e ameaçou dar queixa contra mim no RH. - Bufou frustrada.

- Oxeee, que babaca Arizona! Não fica perto desse cara longe dos seguranças. Você está dando o sangue como sempre deu, te pressionar não vai adiantar em nada!

- Verdade, mas já me acostumei a trabalhar sob pressão, mesmo assim obrigada pelo conforto. Tenho que ir. Tchau, Calliope.

     Por um momento, Arizona esqueceu as diferenças com a ex, inconscientemente lhe chamou pelo nome que, não sabia, mas ainda faziam as borboletas do estômago de Callie acordarem e bagunçarem seu interior.

Calzona endgameOnde histórias criam vida. Descubra agora