Burning High School era a imagem perfeita de excelência acadêmica, conhecida por seus métodos educacionais rigorosos e disciplina exemplar. Esse prestígio, no entanto, começou a ruir quando um blog de fofocas, administrado por um aluno recluso e ast...
Eu estava entediado. Não havia sequer uma parte de mim interessada em ficar ali. A ideia de fugir se manifestou em minha mente e forçou o restante do meu corpo a se levantar. Era aquilo. Iria com Harry para algum lugar bem longe dessa cidade, viveríamos só eu e ele, como sempre quisemos.
Empurrei a cadeira e segui para a porta, mas recuei no momento em que escutei passos se aproximarem. Me sentei de novo e coloquei os pés em cima da mesa, tentando parecer inocente.
Encarei um engomadinho que parecia tão entediado quanto eu.
— Boa noite. Sou o inspetor Barnes, e vou lhe fazer algumas perguntas — disse o homem que entrou, colocando uma pasta sobre a mesa de forma despreocupada. — Tudo bem?
— Seria melhor se não estivesse aqui, mas obrigado por perguntar, achei bonitinho — disse enquanto dava a melhor versão do meu sorriso falso. — O que ganharei com isso, um emprego? — O inspetor deu um pequeno riso nasalado.
— Eu diria o mesmo, mas então não teria um emprego. — Ponderou com a cabeça em seguida e me olhou.
Tirei os pés da mesa e me acomodei como queria, deixando as mãos em meu colo. Continuei encarando-o, esperando que ele terminasse o que tinha a dizer.
— Um emprego não, mas acho que sua liberdade já seria algo bem satisfatório. Não? — questionou e abanou sua mão no ar como se fosse uma simples banalidade. — Não estamos aqui para bater papo, certo? Você poderia me dizer como Liam é? — Seu olhar subiu até se encontrar com o meu, e seus tons castanhos eram tão escuros que pareciam ser pretos.
Não tive como não rir em meu interior. O engomadinho me encarava tanto e eu sequer me lembrava do básico: como era o nome dele? Buckley? Barney? Bartender? Barnes!
— Que bom! Estava esperando algo interessante acontecer no meu dia. É realmente uma pena que tenha a ver com Liam Payne. Mas, respondendo a sua pergunta, eu o via com um olhar estranho, ele analisava todo mundo, principalmente a mim. Parecia que seria pisado a qualquer momento, só que isso não aconteceu. Era apenas um babaca com complexo de superioridade. O que posso dizer? A maioria dos alunos daquela escola são assim. — O inspetor me olhou bem interessado.
— Você se sentia intimidado por ele? — perguntou, cruzando seus braços na altura do peito.
— Ele era um babaca. Quem é que se intimida com pessoas assim? Se tem alguém, não sou eu — respondi. Ele assentiu.
— Você não gosta dele. Algum motivo específico para tal sentimento? — Barnes começou a andar pela sala, seus sapatos causando um barulho irritante ao bater contra o chão.