Capítulo escrito por zarrybyziegler
As falas do detetive Barnes
foram feitas pela forestjaden"Qual sua responsabilidade na desordem
da qual você se queixa?" — FreudOs olhos da minha mãe, antes vívidos e cobertos por alegria, sempre esbanjando as mais puras cores de azul, agora estavam opacos, tristonhos e com comiseração exalando das íris. Os lábios secos encontravam-se em linha reta, levemente inclinados para baixo, o vinco em sua testa, cada vez mais profundo com o passar dos anos, mostrava que estava preocupada com alguma coisa.
Ela segurava o telefone com a mão direita, enroscando o dedo indicador pelo fio encaracolado, seus lábios ecoando um suspiro súbito e silencioso quando encerrou a ligação. Antes de reposicionar o aparelho de volta ao gancho, ela olhou cabisbaixa para mim, negando repetir o ato por um minuto inteiro.
Identificando o semblante abatido da minha mãe, Melvin, seu marido dos últimos sete anos, baixou o volume da televisão e desenterrou a coluna da poltrona desgastada no canto da sala, espalhando as embalagens e migalhas de salgadinhos no carpete, quase derramando a garrafa de cerveja equilibrada no apoio de mão no assoalho de madeira.
Ele não parecia se importar em perder a acirrada partida de futebol americano, ignorando até mesmo o fato de ser os Green Bay Packers, time que lhe foi passado por geração, que estivesse jogando. Para Melvin, não havia entretenimento mais divertido que ver minha mãe discutindo e explodindo comigo, proferindo palavras tendenciosas, demasiadas e insultos intensos.
— Pode dizer o que está acontecendo, William? — Ela levou as mãos até a cintura e ergueu os olhos sem brilho.
William. Meu segundo nome. O nome por qual eu era chamado quando ela estava brava ou decepcionada, pelo menos há alguns anos. Com o decorrer da minha adolescência, aos poucos, ela havia parado totalmente de me chamar pelo primeiro nome, decorrência do fato dela sempre estar brava ou decepcionada. Antes, o que era um apelido de repreensão, agora havia se tornado o único nome por qual ela me chamava.
— Você pode ser mais clara?
Indaguei, levantando do sofá para passar por cima do congestionamento de embalagens plásticas jogadas ao chão, uma coleção de Goldfish, Takis, Taters apimentados e garrafas vazias de cerveja barata.
— Era a polícia, estão solicitando sua presença na delegacia.
— O que o sarnento fez desta vez? — Melvin perguntou, contendo o entusiasmo pela situação.
— Não fiz nada!
A ignorância em minha voz era o recado direto que eu não o queria naquela conversa. Melvin estava sempre pronto para facilitar os desentendimentos dentro da casa. As discussões, por menores que fossem, se tornavam vultuosas bolas de neve desenfreadas quando ele se envolvia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Remains One - Zarry Stylik
FanfictionBurning High School era a imagem perfeita de excelência acadêmica, conhecida por seus métodos educacionais rigorosos e disciplina exemplar. Esse prestígio, no entanto, começou a ruir quando um blog de fofocas, administrado por um aluno recluso e ast...