Ink

Mas pode ser...

𝒪𝒾𝑒 𝒫𝓇𝒾𝓃𝒸𝑒𝓈𝑜𝓈 𝑒 𝒫𝓇𝒾𝓃𝒸𝒾𝓅𝒶𝓈!𝒯𝓊𝒹𝑜 𝒷𝑒𝓂?!

Voltando com as gostosuras!
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Sem mais delongas, boa leitura!

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O feriado preguiçoso havia chegado e finalmente o homem de cabelos esbranquiçados poderia relaxar da sua agenda corrida e confusões do dia a dia. Já fazia mais de duas semanas que não ouvia o som das agulhinhas, ou sentia o cheiro de álcool, muito menos colocava os olhos no ser de cabelos apaixonantes e aquilo estava o tirando do sério.

Agora estava largado de qualquer jeito no grande sofá de sua bela casa, nem ligando para a possível décima vez em que seu celular tocava, enchendo com uma de suas músicas preferidas, a sala — quem ainda coloca músicas preferidas como toque de celular? Foi o que o albino pensou já se sentindo enjoado de tanto ter escutado aquela melodia na última hora.

Após mais uma ignorada do aparelho ele levantou displicente a blusa preta de mangas compridas que vestia, mostrando para si a própria pele do abdômen, olhou o antes arroxeado local — agora amarelado já tendo todo o sangue espalhado de volta aos seus devidos lugares — suspirando, ele sabia que pela tonalidade da sua pele ela demorava mais para fazer desaparecer manchas como aquelas, mas não imaginaria que a bendita boca conseguiria sugar tão forte para que aquilo tivesse levando ainda mais tempo para "sarar".

Tocou de leve o local com a ponta dos dedos sendo transportado diretamente para o dia do ocorrido, a lembrança vívida da língua quente saboreando a sua pele o fez fechar os olhos com força e seu corpo reagir de forma imediata com um calor gostoso. Ele podia sentir a textura dos cabelos envoltos aos seus dedos quando os segurou para encorajar o moreno a continuar o contato. Estava tão perdido naquelas memórias que não ouviu a campainha da porta soar a primeira vez. Acordou de seu estado de transe ao ouvir seu nome gritado de forma quase desesperada vindo da grande superfície de madeira, levantou apressado do estofado e andou a passos largos até o local, abrindo devagar e deixando um Megumi estressado passar por entre seu braço e o umbral.

— Por que não atendeu minhas ligações?

— Bom dia para você também!

— Não me venha com gentilezas, você me ignorou de propósito que eu sei!

— Por que eu faria isso? — perguntou Satoru cinicamente.

— Porque você sabe que eu vou te convidar para sair, como tenho feito todos os seus dias de folga nas últimas duas semanas.

— Já disse que não estou afim!

— Satoru, não é todo dia que se joga uma bomba como "Eu acho que estou apaixonado" para o melhor amigo e ele só diz "ah ok, bom saber" e segue em frente. Para, eu não sou assim! Eu sou seu amigo e quero o melhor para você!

— Eu sei disso, Megumin! Mas eu não estou no humor de sair... e esqueça essa história de estar apaixonado, era coisa de momento, até parece que não me conhece.

Exatamente por conhecer o outro tão bem, Megumi sabia que ele estava mentindo deslavadamente. Os olhares perdidos e brincadeiras por horas com aquele simples elástico preto lhe diziam o contrário. Mas agora sendo colocado naquela posição, não sabia o que fazer, não era como se pudesse arrastar o albino para algum lugar. Hoje havia dito aos meninos que queria algo mais tranquilo apenas para poder levar o amigo junto, mas pelo visto não conseguiria nada daquele "caminho sem volta" e "espanador de lua" ambulante.