Capítulo 1: O início.

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#Natalie

Estou á beira de um precipício, a ponto de tomar a decisão mais importante para minha vida, ao menos para o fim dela.

Sinto a brisa da noite tocar meu rosto, balançar meu cabelo, fazendo com que o mesmo se passe para frente dos meus olhos e deixe tudo um pouco diferente, embaçando minha visão, a brisa da noite vem forte, fazendo com que meu vestido que me cai bem até acima dos joelhos fique como se quisesse segui- lo.

- É hora Natalie, é preciso...- Digo a mim mesma, colocando um pé para fora do solo que me sustenta, sentindo um frio a passar por debaixo dele, o medo e a tentação de que tudo acabe aqui, tomam conta de mim.

- Natalie? NÃO...- Uma voz doce aparece clamando por minha vida, sinto meu braço a ser puxado por mãos finas, fortes o suficiente para me jogar ao chão, sinto a grama do chão e o calor de um corpo a me rodear, olho para cima e vejo seu rosto triste, segurando sem sucesso lágrimas a escorrer por sua face, percebo que é minha mãe a me segurar, volto meu rosto ao chão, estou agora envergonhada, foi um ato de desespero que me levou a isso.

- Por que está aqui?...- Pergunto com o rosto ainda voltado para o chão.

- Eu fiz uma promessa que voltaria.

- Você não é real...- Respondo me afastando de seu calor, que sempre me fez bem e me acalmava quando eu era ainda uma pequena criança indefesa que estava a se assustar.

- Eu fiz uma promessa que voltaria, voltei por você Natalie. ...- Respondeu ao se levantar.

- Ainda não é o tempo...- Respondo.

(...)

- Ainda não é o tempo...- Levanto me falando essas absurdas palavras que não lembro de onde poderiam ter vindo, talvez eu tenha apenas sonhado, mas, se sonhei, por que não lembraria?

Olho para o lado de minha cama onde está uma pequena mesinha, observo o relógio que marcam 3:00 h em ponto, ultimamente tenho sempre acordado esse horário, não entendo o motivo disso. Resolvo ao menos tentar dormir, apesar de agora meu sono já não existir.

***

- Há não...- Reclamo ao perceber que estou atrasada para ir a escola, levanto e vou me arrumar o mais rápido que posso.

(...)

- Então, finalmente a bela adormecida acordou...- Meu pai fala ao me ver descendo as escadas, prefiro não falar nada e passar por ele sem nem dizer um " Bom dia ".

- O que pensas que está a fazer, virando as costas para mim desse jeito?...- Pergunta ao puxar me pelo braço com bastante força.

- Eu preciso ir para a escola, por favor, me solte...- Peço tentando puxar meu braço e ele aperta com força...- Está machucando, por favor, me solte...- Peço novamente e começo a realmente ficar agoniada, até que finalmente ele solta e eu corro para fora de casa, corro até chegar perto de um Park e me jogo ao chão, levantando de imediato a manga comprida de minha blusa, observo que está bastante vermelho o local onde está a marca de sua mão, ainda bem que estou com uma blusa de manga comprida. Me levanto e vou em direção ao colégio.

#Thomas

- É incompreensível que não queira ir...- Diz a pessoa que está sentada há minha frente.

- Não entendo o por quê de tanta surpresa...- Respondo...- Não seria essa a primeira vez.

- Não importa, você terá de ir...- Ordena e sei que não tenho outra escolha, o encaro e me levanto para pegar meu material, saio da casa indo em direção a nova escola, não entendo o por quê que temos que nos mudar quase sempre, é estranho, mas não irei fazer nenhuma intervenção quanto a isso, apenas sei que é necessário, ao menos posso ir andando igual às outras pessoas comuns.

***

Enquanto ando, já perto do colégio novo, observo uma garota que caminhando há minha frente, não consigo ver seu rosto, apenas vejo sua costas... Ela está vestida com uma blusa preta de mangas compridas, uma calça jeans surrada, e um sapato preto, ela não olha para trás nenhum momento, apenas está a caminhar. Depois que estamos já chegando na entrando do colégio, alguém grita por um nome "Natalie" a garota se virá para olhar quem a chama e vejo seu rosto, no exato momento eu paraliso, esse rosto, eu já vi antes, mas por que fiquei tão surpreso, já posso ter visto em qualquer lugar.

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