Capítulo 7: De novo não!

157 12 3
                                    

#THOMAS

Agora, enquanto olho ao meu redor, me dou conta de que Natalie não veio novamente a aula, já faz uma semana... eu deveria ir na casa dela?
Não, não. Ela que se vire para recuperar o conteúdo que perdeu nas aulas que faltou.

#Natalie

- Uma semana se passou Natalie, segunda feira eu tenho que ir ao colégio...- Digo para mim mesma sentada no meio de minha cama, sim, faz uma semana que eu nem se quer coloco os pés para fora deste quarto, tenho medo de encontrar com ele, a última vez que pude ver o rosto de meu pai foi no dia seguinte, depois daquela noite em que ele me algemou e me bateu sem piedade varias vezes, lembro perfeitamente que eu não conseguia me movimentar, eu dormir ali mesmo no chão, no dia seguinte não sei que horas eram, mais ele abriu a porta e foi descendo as escadas, pisando forte, acordei assustada, vi seus sapatos e tentei me afastar e ele se abaixou e me pegou no colo, meu corpo todo doía, subiu as escadas, entrou no quarto e me pôs na cama, assim que ele saiu eu comecei a me encolher na cama com o rosto para baixo.
No mesmo dia em que ele saiu de casa eu desci me arrastando até a cozinha, peguei um copo com água e um remédio, mas tinha que comer algo antes, coloquei algo na boca e depois que tomei o remédio subi para o quarto, me apoiando nas paredes, entrei no quarto e fiquei aqui, não comi nada e não tenho fome, só bebo água e algumas vezes.

- Natalie abra essa porta.

- O que você quer?...- Pergunto ao meu pai.

-VOCÊ ESTÁ AÍ TEMPO DE MAIS, ABRA ESTÁ MALDITA PORTA.

- NÃO, eu não fiz nada, por favor me deixe aqui Carlos..

- Carlos? Eu sou seu pai tenha mais respeito...- Droga acho que deixei ele mais irritado.

- Abra agora mesmo...- Ele pede batendo com força na porta, quase derrubando, fico com medo e prefiro abrir, sei que ele não vai embora , espero ele diminuir com as batidas e abro a porta me afastando de imediato, ele entra anda em minha direção já levantando a mão para me bater e eu viro o rosto já calculando que aquilo vai doer muito, mas ele não o faz, ele me olha e abaixa a mão, sorrir e diz:

- Como eu pensei, foi adestrada direitinho...

"Infeliz"penso.

- Você precisa ir a escola, segunda você vai sem falta, ouviu bem?

Não digo nada.

- Você é surda...- Segura me pelos cabelos.

- Sim, sim eu entende...- Digo.

- Ótimo...- Me solta e vai embora.

(...)

Levanto não com muito ânimo na segunda-feira e vou para o banheiro fazer minha higiene, ao sair procuro por uma calça escura e uma blusa de manga comprida, não posso deixar que vejam as marcas que estão no meu corpo, isso não seria bom , coloco minha roupa pego meu material, respiro um pouco e saio do quarto, ao descer avisto ele em pé ao lado da escada, me causa arrepios.

- Ótimo, pensei que fosse desobedecer...- Tento passar direto por ele mas ele segura meu braço com força.

- Tenha um bom dia, filhinha...- Puxo meu braço e saio de casa, porta a fora de casa coloco as mãos onde ele apertou, dói um pouco, mas não ligo e continuo meu caminho.

Entro na sala de aula e como sempre todos me observam, me olham como se fosse um ser de outro mundo e como de costume falam baixo nos ouvidos um dos outros, finjo que não me incomodam e que não ouvi um comentário.

" - Pensei que essa aí tivesse evaporado do planeta.. essa estranha, não entendo como aceitam pessoas deste tipo, ela é um desperdício de espaço ..."

Romance Obscuro Onde histórias criam vida. Descubra agora