Capítulo 6: Abomino a mulher que me pôs neste maldito mundo.

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# POV THOMAS

Pego do meu bolso uma chave e abro a porta da casa velha.

- Quem... quem está aí?...- Diz um homem com o rosto encapuzado e preso em uma cadeira, eu não falo nada, apenas fecho a porta atrás de mim e vou examinando o local.

- Por favor, eu peço, eu imploro, por favor me solte. O que você quer em troca para me soltar?

- Por quê as pessoas tem sempre que dar algo em troca para conseguir qualquer coisa...- Digo.

- Você quer dinheiro, eu tenho dinheiro, eu dou o quanto você quiser, se quiser outra coisa é só pedir, que, que eu dou.

- E quem disse que eu quero alguma coisa sua...- Digo puxando o capuz escuro que cobre seu rosto.
Ele dá um breve suspiro.

- Você é jovem, você tem a vida toda pela frente. Se me soltar eu não te denuncio.

- Sabe eu podia até soltar você, mas só tem um problema.

- Qual seria?

- Você já viu o meu rosto, e eu não sou burro, além disso seria contra meus princípios.

- Que princípios?

- Ter pena de alguém...- Acerto lhe um soco.

- Não se preocuope, talvez não demore muito.

- O QUE VAI FAZER COMIGO? O QUE VAI FAZER?

-Calma, não precisa gritar, ainda não fiz nada.

- Você não tem ideia de quem eu sou.

- Não me interessa quem é você, vai morrer de qualquer jeito. Mas..enfim ... você é um medíocre advogado, que passa mais tempo se divertindo com outras mulheres do que no trabalho ou com sua própria família, e nem percebeu que está começando a ser odiado por sua família, pois a essa altura a sua família deve ter descobrido todas as suas traições, todos os golpes sujos que deu em pessoas " inocentes " acredite, você não vai fazer falta.

- Como você sabe? Você disse que não te interessava.

- Eu disse que não me interessava, mas não disse que não sabia nada sobre você. Agora vamos acabar com isso, eu só quero me divertir um pouco...- Pego uma faca qualquer em cima de uma mesa, ela está bem afiada, caminho até o cara, cujo seu nome é Max, não que isso interesse.
Fico parado na frente dele, ao ver a faca ele parece apavorado.

(...)

DIAS DEPOIS.

- Um homem ainda não identificado, foi achado morto, com o rosto desfigurado na margem de...- Desligo a TV,antes que a reportagem termine.

- Desfigurado?..- Questiona a pessoa que está a minha frente.

- Admito que estava sem criatividade.

- Espero não ter deixado nenhuma evidência que lhe comprometa.

- Não deixei.

#NATALIE.

Acho que finalmente posso ficar em paz, pelo menos até meu pai chegar, foi uma sorte ele não está em casa hoje, foi muita sorte.

Caminho um pouco pela casa com tédio, admito que queria está ocupada com alguma coisa.
Talvez devesse abrir aquela caixa... não, não tenho coragem, o melhor seria eu me livrar sem saber o que tem dentro.

- Será?

- Natalie, Natalie...
Meu pai chega em casa gritando por mim e eu vou até ele...
- Por que não responde sua imprestável...
E as ofensas já começaram.
Permaneço calada.
- Quer saber, vá para seu quarto e fique lá, só saia quando eu mandar, não quero ver você hoje...- Subo para meu quarto e pego um livro qualquer.

Por mais que eu tente me ocupar com alguma coisa, eu quero abrir essa maldita caixa, que droga, que droga, por que tenho medo do que possa ter lá dentro.

- Droga...- Resmungo já me levantando e andando em direção de onde está a caixa.
- Talvez, não seja algo de tão ruim assim...- Pego a minhas mãos, respiro fundo.

- O que está fazendo Natalie...- Diz meu pai abrindo a porta de meu quarto, com o susto deixo cair a caixa no chão e a empurro com o pé para debaixo da cama.

- Nada.

- O que era que estava em suas mãos?...- Ele pergunta e eu não sei se devo falar.

- Era... ah, era uma caixa velha de CD's

- Natalie, uma caixa antiga, importante, muito importante não está em meu quarto, você viu em algum lugar?

- Não...- Digo seca.

- Tem certeza...- Ele diz se aproximando e me segurando pelo cabelo...- Você não pegou ou pegou Natalie?

- Não, já disse que não.

- Então como essa porcaria sumiu? Por acaso criou pernas? Ou você entrou um meu quarto e pegou?

- Não... eu não peguei nada, eu não entro em seu quarto já faz um tempo.

- Para seu próprio bem Natalie, espero que essa caixa apareça intacta...- Segura ele com força meu cabelo me fazendo gritar.

- Me solta, por favor!

- Está doendo Natalie? O que vai fazer?

- Eu... eu vou gritar.

- Vai gritar é? Experimenta, e você irá se arrepender, sua vagabunda...- Me joga ao chão e tenta me bater.

- Não, não, por favor não...- Digo e grito.

- Cala a boca...- Eu o olho e ele me levanta pelo braço.
Ele me arrasta até a sala, liga o som e deixa no máximo e depois me leva ao porão, lá, por mais que eu grite ninguém vai me escutar... eu vejo ele tirar o cinto de sua calça.

" Não, ele não vai fazer isso, vai?!"

- Você quer gritar sua desgraçada? Então eu realmente irei dar para você um motivo para isso...- Segura meus braços e me algema depois de ter passado a corrente pela grade de uma pequena janela que é um pouco alta.

" Droga, essa não, o que eu faço? O que eu faço?"

Tento puxar mais é inútil, essa grade está bem presa e é bastante firme a parede, meu Deus e agora?

- Você quer gritar não é? Então pode gritar a vontade, ninguém vai escutar você mesmo...-E ele começa a rasgar minhas roupas e logo começa a me bater. A primeiras vez que me bate, bate com força, que sinto meu corpo estremecer, lagrimas ja escorrem por todo meu rosto.

(...)

- Para por favor, pare...- Peço, suplico pela ... não sei nem quantas vezes já implorei para que parasse.
- Por favor pare...- Mal consigo falar.

5, 10 , 15 , 30 , 50... Eu perdi as contas de quantas vezes me bateu, ele bateu com os cintos nos braços, nas pernas e nas costas, eu não sinto mais meu corpo, não sei se consigo movimentar ao menos meus dedos... meu corpo todo está ardendo, formigando, acho que sinto que vai sangrar a qualquer momento, se é que já não está sangrando.

(...)

Depois de um tempo, ele parece que realmente se cansou, me tira das algemas e eu quase que caio ao chão se não fosse por ele me segurar, ele me segurar me fazendo nem se que tocar ao chão.
Segura meu queixo e o levanta para encarar seu olhos.

- Espero que tenha aprendido a lição...- Ele diz com um sorriso no rosto e me solta e eu caio no chão, o único lugar que quero ficar, ele desliga a luz, sobe as escadas e fecha a porta, ele vai me deixar aqui?

- Aí...- Reclamo de dor, não consigo nem se quer ficar sentada, não tenho forças, mais lágrimas escorrem por meu rosto. Me arrasto até a parede tentando me apoiar em alguma coisa, mais não tenho força e prefiro permaneçer no chão, onde é o meu lugar, olho meus pulsos e estão machucados por conta das algemas.

Por que? Por que? Por que isso acontece comigo, o que eu fiz para merecer isso?
Eu odeio, abomino a mulher que me pôs nesse maldito mundo.

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