Capítulo 8: O beijo

200 11 2
                                    

- Não, me larga...- Grito em desespero, e agora?
- Socorro, socorro...

- Pode gritar a vontade.

- Me solta...- Me debato contra seu corpo, ele me arrasta até uma parede, tenta me beijar e desvio meu rosto.

- Não seja assim... vamos, relaxe e divirta-se...- Em seu rosto posso ver se formar um largo sorriso. Põe a mão no bolso de seu jeans e puxa uma corda, segura meus pulsos juntos e amarra, levanta meus pulsos acima da minha cabeça com uma mão e com a outra rasga minhas roupas.

- Me deixe em paz...- Acerto lhe um golpe no estômago com um dos meus joelhos, ele caí e tento correr mas, ele consegue ser rápido e segura minha perna e eu caio no chão, acerto lhe mais um chute dessa vez no rosto, levanto e corro.

- Aonde pensa que vai?...- Outro cara aparece na minha frente e me segura.

- Me larga, me solta.

- Seu idiota, não serve para nada, saia daqui...- Ele ordena para o outro que se levanta e vai embora.

- Começaram a festa antes de mim...

- Me deixa ir embora, por favor, eu não vou falar nada, mas me deixe ir embora.

- Claro, talvez, mas apenas quando eu quiser e depois que eu me divertir primeiro, posso pensar nisso.

- Não, não...- Começa a passar a mão por meu corpo, segurando para trás meu cabelo, arranca minha blusa, tenta me beijar, este maldito está se divertindo com meu corpo quase desnudo.

- Me solta, por favor...- Peço entre lágrimas. Acerta em meu rosto um tapa e quase caio, ele me segura e continua o que estava fazendo.

- Você é muito bonita... vou adorar ter seu corpo todo para mim...- Acerta novamente um tapa bem mais forte que o primeiro e desta vez me deixando cair ao chão, sinto um pouco de sangue escorrer ao bater o rosto no chão.

- Seu filho de uma vadia...- Olho para o lado e posso ver alguém se aproximando em passos rápidos e pesados.

- Thomas?...- Pergunto baixo.
Logo começam uma luta corpo a corpo.

Thomas começa uma sequência de socos e chutes, ambos começam realmente a quererem se matar.

A briga acaba com Thomas jogando o cara por cima de umas tábuas velhas.

- Natalie? O que fizeram com você?

- Thomas...- Digo quase em um sussurro. Segura meus braços e tira a corda.

- Aqui...- Tira sua jaqueta e me cobre...- Vem...- Diz me pegando em seu colo, coloco minha cabeça em seu ombro e passo os braços para trás de sua nuca.

- Obrigada...

(...)

Ele me leva no colo até sua casa, no caminho pude perceber uma noite bem escura e fria, sem movimento em uma rua qualquer de Londres.

- Seus pais, eles...

- Não se preocupe, estão viajando...- Entramos em sua casa, era enorme, deveria ter vários cômodos.

Sobe uma escada, anda por um corredor, para em frente a um quarto e entra me colocando sentada em sua cama, passa sua mão por meu ombro até encontrar minhas mãos.

- Suas mãos estão muito frias...- Puxa um coberto e me cobre.
- Eu já volto...- Abre uma porta, deve sei o banheiro, una minutos se passam e ele volta trazendo o que parece uma caixa de primeiros socorros. Tira algumas coisas e começa limpar o sangue do meu rosto, faz um curativo na minha testa e logo depois limpa o sangue que estava na minha boca, ele pousa seus dedos nos meus lábios e ficamos encarando um ao outro, nossos rostos chegam cada vez mais perto um do outro, desvio o rosto e olho ao redor do quarto.

- Tudo bem se eu levar você até em casa?...- Pergunta e me lembro de meu pai que deve está querendo me matar, não sei o que vai ser pior, voltar ou não voltar para casa.

- Não, é melhor eu ir sozinha.

- O que? Você quer ir sozinha?

-Foi você quem perguntou se podia me acompanhar, lembra?

- Perguntei por perguntar... aqui...- Estende uma blusa de mangas longas em minha direção.

- Obrigada.

- Eu vou sair para você se sentir mais a vontade...- Caminha para fora da quarto, começo a tirar a jaqueta e coloco a blusa dele. Thomas volta alguns minutos depois.

- Eu trouxe comida, deve está com fome...- Estende o prato e senta ao meu lado na cama. Empurro o prato de volta para ele.

- Não estou com fome. Não se preocupe.

- Tudo bem...- Me encara e depois fica encarando algo, olho na direção e percebo ser meu pulso o qual está descoberto, puxo a manga tentando cobrir, me sinto desconfortável.
Olho para baixo com vergonha, ele me olha e eu levanto da cama.

- Obrigada, por tudo...- Digo indo em direção a porta.

- Espera...- Anda em passos rápidos e no exato momento em que me viro para lhe olhar fecha a porta com força, segura minha cintura e me beija, um beijo desesperado transbordando desejos, coloca suas mãos em meu rosto e eu coloco minhas mãos em cima de suas mãos, o beijo foi ficando ainda mais intenso, Thomas me segurava e me fazia sentir como se fosse algo que desejava fazer a muito tempo. Levo minhas mãos até seu peito afastando ele de mim.
Recupero o fôlego.

- Por que fez isso?

- Não sei, eu...- Abro a porta e vou embora quase correndo, eu tenho que me preocupar com meu pai, o que ele fará comigo é um mistério, apenas imagino o pior.

Ando em passos apressados para chegar em casa logo.

Ao chegar em casa, logo imaginando o pior me surpreendo ao ver que meu pai não está em casa, que estranho. Me pergunto será que foi me procurar?
Ando até a cozinha e encontro um bilhete em cima da mesa, era meu pai dizendo que ia resolver algo e que talvez não viesse para casa.
Subo para o quarto e vou para o banheiro tomar um demorado banho.

Sentindo a água escorrer por meu corpo fico lembrando do beijo.

- Esqueça isso Natalie, apenas esqueça...- Fecho as mãos e bato na parede, saio do chuveiro e coloco uma roupa qualquer, me deito na cama olhando o teto.

- A caixa...- Levanto espantada me lembrando da caixa de Elizabeth, eu não lembrava dela, saio da cama e procuro em baixo da mesma.

- Onde está? Onde está?...- Procuro várias vezes e não encontro.
- Amanhã, amanhã eu procuro, preciso saber o que tem dentro dela...- Deito na cama novamente e durmo.

Romance Obscuro Onde histórias criam vida. Descubra agora