Romance Obscuro

Capítulo 2: Aluno Novo.

#Natalie

- Natalie...- Ouço alguém a me chamar e viro para olhar.

- Olá...- Digo ao olhar Hilary.

- Parece que está atrasada, seu horário habitual é mais cedo...

- O despertador atrasou...- Respondo.

- Tudo bem...- Ela responde e adentramos para o colégio. Hilary não é minha amiga, nós nos conhecemos quando eu acabei esbarrando nela por acidente no corredor, ela me acompanha, mas não a considero como amiga, na verdade sempre que posso fujo de sua companhia, não entendo bem o por quê, mas é como se por algum motivo, eu quisesse a proteger ou talvez seja só porque nunca tive amigos.

- Te vejo depois...- Hilary diz, concordo e vou para a sala, abro a porta e umas pessoas me olham estranho, somo sempre, vou para trás da sala e ao passar escuto umas meninas conversando.

- Ela é estranha...- Diz uma garota e a outra concorda. Ignoro tal comentário e me sento na cadeira do fundo da sala, enquanto a aula ainda não começa, passo a ouvir música.

(...)

- Bom dia alunos, hoje eu irei anunciar que há um novo aluno...- As meninas já estão a abrir um sorriso ao verem o aluno novo de pele clara, cabelos castanhos e olhos azuis da cor do infinito, atravessar a porta...-Você poderia se apresentar e falar um pouco sobre você?...- A professora pergunta.

- Claro...- Responde..- Meu nome é Thomas , Eu não tenho muito o que dizer, apenas dou lhes um conselho, eu talvez não irei ficar aqui por muito tempo, me mudo com minha família constantemente.. então, não tenham o trabalho de fazer amizade comigo...- Ele diz sério, enquanto todos estão a encara-lo, ele parece não se importar, a professora diz lhe que pode se sentar, ele anda até uma carteira um pouco próximo a mim, por um curto momento enquanto está a passar pelas carteiras das outras pessoas me encara, me olha bem no fundo dos meus olhos, como se pudesse ver minha alma, ele abandona seus olhos dos meus e se senta.
A aula contínua como de costume, sem qualquer novidade. Por sorte ou por azar a aula hoje acaba rápido, pego minhas coisas e vou para casa.

(...)

- Eu pensavas que não voltaria mais...- Diz o homem a minha frente...- Pegue uma bebida para mim....- Ele manda e eu faço o que mandou...- Responde, estavas fazendo o que sua vadia....- Ele pergunta, me empurrando ao chão e logo em seguida me puxando pelo cabelo...- Responde...

- Não estava fazendo nada, depois da aula eu vim direto para casa.

- Demorasse muito, me diga sua vadia, para quem estás a se vender?

- Para ninguém.

- És uma qualquer igual a tua mãe.

- Não me comparas a aquela mulher...- Eu digo levantando.

- E vais fazer o que? És igual a ela...- Me joga ao chão novamente...- Vá para teu quarto ...- Eu levanto e corro para o meu quarto.

Não aguentarei por muito tempo isso...- Me comparando a aquela mulher, como pode, eu o odeio...- Bato com os punhos fechados na parede branca de meu quarto, olho ao redor e começo a procurar minha única saída para minha tristeza, a lâmina, procuro em vários lugares, até que a encontro, começo a fazer cortes bem profundos em meu pulso esquerdo, perco a cabeça e faço vários, não parece o suficiente, nada parece o suficiente, jogo aquele objeto metálico ao meu lado e me encolho abraçando minhas pernas, sentindo as lágrimas escorrerem por meu rosto e o sangue do meu pulso a escorrer por minha perna.