Estou no meu quarto, as luzes estão apagadas, são 01:46 e a janela está aberta mostrando
o céu limpo. Eu vejo as mesmas estrelas que sempre observo à noite; as que sempre me consolam. Vejo a
constelação do cruzeiro do sul -logo acima, duas estrelas muito brilhantes que apelidei
como " estrelas dançantes", em memória de um dia em que tive a impressão de que elas brilhavam ao ritmo de Chopin. A noite está linda, e a lua deslumbrante! Cheia,
iluminando o céu, meu quarto, e os meus olhos. Dentro do meu quarto os piscas são como pequenas estrelas na terra.
Com os olhos fechados e a mente bem aberta consigo sentir a luz da mãe de todos os românticos, como se estivesse me encarando com sua face misteriosa. Como é grandiosa! O vento acaricia a minha pele, e a
madrugada está fria e calma, mas eu não diria que está silenciosa.
Lá fora, os grilos fazem uma serenata, e as vezes passa algum automóvel, o que me faz imaginar
diferentes cenários do que alguém poderia estar fazendo durante o sono da cidade.
De olhos abertos outra vez, percebo as minhas marcas no quarto, as características que
o-fazem meu. Há desenhos e pinturas, expressões do meu amor pela arte que está presente em tudo. Memórias de danças de apenas uma bailarina, peças de uma só atriz. Apenas eu.
Num dia feliz marquei a parede com um desenho da lua, que estava olhando para a moça. No site do desenho tinha um texto que me chamou a atenção:
" Havia uma razão
para ela ser tão romântica sobre a lua. Nunca fez perguntas ou implorou por respostas, nem
ela precisou provar seu valor. Sempre esteve lá - respirando, brilhando e, em muitos
aspectos, os humanos não conseguem entender: ouvindo."
Obs: as duas estrelas dançantes fazem parte da constelação de centauro, seus nomes são Alpha centauri e Beta centauri. :)
