Capítulo Dez

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- E aí, como passou a segunda noite no apartamento dos Backstreet Boys? 

Revirei os olhos ao ouvir o tédio na voz de Lorelai. 

- Foi boa. Eles são muito legais. Quando você conversar com eles, vai gostar dos garotos.

Minha amiga não levantou os olhos do caderno em que riscava um bonito desenho da árvore a nossa frente. Estávamos sentadas num dos bancos perto do prédio da faculdade de administração. Na segunda-feira, coincidentemente, nossas aulas terminavam no mesmo horário, então sempre sentávamos num daqueles bancos para esperar por meia-hora enquanto Mark ainda estava tendo aula. Hoje, contudo, eu estava esperando um dos meninos passar para me levar de volta para casa. 

-Não, obrigada – colocou o lápis que estava usando dentro do estojo e pegou outro. - Só quero ter certeza de que você está segura – começou a colorir o desenho. 

- Por isso você me ligou ontem só às dez da noite? 

Lorelai corou. 

- Ummm... Veja bem, só liguei esse horário porque Mark e eu ficamos... distraídos. 

- Ahan. Sei. 

- De qualquer jeito, quase me esqueci de te dizer que falei com a Sra. Parker – minha amiga finalmente levantou a cabeça e me encarou, descansando a mão que segurava o lápis sobre o caderno. – Ela disse que você pode usar esses três meses como se fossem as suas férias, mas quando você voltar vai ter que pegar turnos extras e trabalhar nos finais de semana. 

Olhei fixamente para Lorelai, não acreditando na minha sorte. 

- Tá falando sério? 

Acenou com a cabeça. 

- Como foi que você conseguiu isso? Jurava que ela ia me demitir. 

- Do mesmo jeito que consegui o emprego pra você. Todos me amam. 

Arqueei a sobrancelha. 

- Ok. Ok – levantou as mãos em sinal de rendimento. – Ela estudou com a minha mãe no ensino médio, então apelei para o lado emocional dela. 

- Que feio, Blake. Quer dizer então que você é manipuladora? 

- Se você não gosta dos meus meios... 

- Eu não disse isso – soltei uma risada. – Você sabe o que dizem: Não odeie o jogador, odeie o jogo. 

Ela deu de ombros e sorriu, voltando a desenhar. 

- Sábias palavras, Summ. Sábias palavras – trocou de lápis mais uma vez. – Estive pensando e você tem muita sorte – colocou um pouco de cabelo atrás da orelha, nunca desviando os olhos da bonita árvore que tomava formas cada vez mais perfeitas a cada segundo. 

- Esteve pensando, sério? Achei que usava todo seu tempo livre se agarrando com Mark ou desenhando. 

- Nossa. Você tá ficando engraçadinha, igual aquele seu novo amigo. 

- Louis? 

- Aquele com a calça vermelha que parece meio viado. 

Senti-me meio ofendida. 

- Ele namora uma modelo, sabia? 

- Tanto faz. 

Balancei a cabeça. 

- Mas, e aí, sobre o que você estava falando sobre eu ter sorte? 

- Ah, sim... Você tem sorte por seus instintos suicidas... 

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