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Não é fácil deixar um sentimento pra trás, disso todos sabem

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Não é fácil deixar um sentimento pra trás, disso todos sabem. Ayla só não contava que, além de deixar pra trás, teria que decidir por quem deixar pra trás. Tudo bem, a escolha é óbvia até pra ela, mas ela não tem certeza se Sirius sente algo por ela. Nem se sente o suficiente pra conversar sobre com ele. E se ela apenas estivesse confusa? E se, assim que contasse, acabasse percebendo que não gostava realmente dele? Não seria a primeira vez, mas, pelo menos, na última vez ela não tinha uma amizade tão profunda com a pessoa quanto a que tem com Sirius. E, ah, ela ama sua amizade com Sirius.

Toda risada, brincadeira, zoação, apoio e silêncio acolhedor fazem-na apenas pensar e repensar sobre o que deve fazer. Uma pena que não exista um livro que explique sobre isso, facilitaria muito a vida de Ayla. Ela pode até visualizar o título: Como resolver sua vida amorosa com apenas cinco perguntas. Ela poderia beijar alguém que escrevesse algo assim. 

De qualquer forma, o fim de seu sexto ano foi um tanto corrido, entregando tantas tarefas que ela sentia um leve desespero antes de fazê-las e fazendo malabarismos para ajudar Sirius, não surtar com ele e nem com ninguém. Honestamente, ela se considera muito forte por não ter estapeado ninguém, quando já esteve muito, muito perto disso. Por exemplo, duas semanas atrás McGonagall tinha acabado - acabado!!!!! - de explicar o trabalho que queria e então Ayla fez algumas anotações para depois se lembrar do que era pra ser feito, então Ethan Gillies - estúpido Ethan Gillies! - virou-se para ela e fez a seguinte pergunta:

— É pra entregar quando mesmo?

— Está no quadro. — Ayla respondeu, após passar a língua nos dentes e pensar em socá-lo.

— Ah, obrigado. — dois segundos depois ele se virou novamente. — Precisa de quantas linhas mesmo?

— Tá no quadro, analfabeto funcional dos infernos. Não sabe ler? — a ruiva bateu a mão na mesa e apontou para o quadro com a outra, vendo os olhos do garoto se arregalarem e então ele se virou, deixando-a em paz o resto da aula e da semana - graças à Merlim!

A paciência dela acaba sempre que alguém pergunta algo a ela apenas por ser mais fácil, ao invés de fazer o mínimo esforço e buscar nas fontes óbvias pela informação. Esse tipo de gente sempre testou, e provavelmente sempre testará, o autocontrole de Ayla em não socar ninguém.

Sentindo vontade de jogar o livro no outro lado da sala, a DunBroch suspira e continua fazendo o resumo. Apenas mais alguns dias e então folga antes das férias, ela diz pra si mesma.

— Parece que vai socar alguém. — Sirius comenta, colocando os braços atrás da cabeça ao apoiar os pés na mesa, fazendo a ruiva erguer uma sobrancelha pra ele.

— Vontade não me falta. — a corvina retruca, voltando a se concentrar no texto que lia. 

Com um sorriso de lado, o Black levanta-se e fica atrás da garota, começando a massagear seus ombros, sentindo-a relaxar sob o toque.

— Relaxa, ruiva. Logo, logo a tortura acaba. — ele garante, afastando os cabelos para não enroscar os dedos nos fios.

— Fala isso porque você e James praticamente revezam quem vai fazer o trabalho e quem vai apenas mudar algumas palavras ao copiar. — Ayla resmunga, fechando os olhos para aproveitar a massagem. — Mais pra direita, amor.

— Falando nisso, a gente pode copiar o seu? — o grifinório pede, fazendo o que a "namorada" solicitou, tirando uma risada meio maléfica dela.

— Você vai precisar mais do que uma massagem pra me convencer a ajudar você e James, amor. — a DunBroch responde, sentindo os músculos relaxados.

— Imaginei que sim. — Sirius murmura pra si mesmo, um pouco indignado com o quão sua ruiva pode ser mercenária. É só um trabalhinho de nada! — Por isso, trouxe isto.

Com um gesto de varinha - ele realmente é bom nesses feitiços silenciosos -, um embrulho voa até sua mão, então o Black entrega-o para Ayla, que franze a testa, curiosa e meio confusa. Se perguntando o que raios Sirius e James têm na cabeça, a ruiva abre o pacote e descobre... um livro. Ela vê um livro.

— Profundo, Sirius, realmente profundo. — a DunBroch zomba, pegando o livro na mão e virando-se para Sirius. — Acho que eu ser corvina realmente me entregou, mas obrigada por ter me interpretado tão profundamente.

— Eu falei para Pontas que seria uma má ideia, mas ele não me escuta. — o animago resmunga e então suspira. — Mas pelo menos é um bom livro, não?

Não, não era. Ayla havia lido aquele livro há algum tempo e sentiu vontade de arrancar os olhos depois de lê-lo, então ela apenas suspira e nega com a cabeça, dando de ombros ao colocar o livro em cima da mesa.

— Mas bela tentativa. — a corvina elogia ao dar dois tapinhas no ombro do rapaz, virando-se novamente para terminar seu resumo.

— Bem que a moça avisou, mas James não quis escutar. — Sirius reclama, apoiando a testa no ombro da "namorada". — Potters são tão teimosos.

— Como se você pudesse falar algo, né, amor? — a ruiva diz após uma risadinha, levantando a mão para fazer cafuné no garoto. 

— O ponto não é que eu sou teimoso, o ponto é que James é teimoso. — ele argumenta, abraçando a garota e fechando os olhos, aproveitando o carinho. — Mãos mágicas, ruiva.

— Você não viu nada ainda. — Ayla retruca com um sorriso malicioso, fazendo Sirius levantar a cabeça para olhá-la, de sobrancelhas levantadas.

— Eu sou uma péssima influência. — ele constata e a corvina ri, assentindo. — Devia parar de andar comigo.

— Verdade. — a DunBroch concorda, olhando nos olhos do "namorado", os narizes se tocando. — Mas acho que somos dois teimosos, nesse quesito.

Ambos com sorrisinhos bobos no rosto se aproximam e se beijam, absolutamente apaixonados e alheios à isso. É apenas na estação de trem, quando se despede de Sirius, que Ayla percebe esse fato.

A ruiva está com os braços ao redor do pescoço de Sirius e ele envolve a cintura dela com os seus, nenhum dos dois parece querer se afastar, ou sequer fazer qualquer movimento. Apenas se olham e sorriem levemente, admirando um ao outro.

— As pessoas gostam muito de olhos verdes e azuis. — Sirius começa, colocando uma mecha do cabelo da cacheada para trás de sua orelha. — Mas, cacete, seus olhos castanhos ganham de qualquer um.

— Você diz isso porque nunca viu os seus tão de perto como eu vejo. — Ayla sussurra, olhando-o profundamente, então morde o lábio inferior. — Mas acho que nada ganha da sua boca.

— Você fez uma puta cara de safada agora, ruiva. — Sirius comenta com um sorriso, dissipando a tensão que crescia e fazendo a corvina gargalhar, corando. — Estamos no meio de crianças, se controle, pelo o amor de Merlim!

E, é em meio à risadas, que Ayla percebe que está apaixonada por aquele cara, incondicionalmente, ardentemente e definitivamente, e não dá a mínima para as consequências, porque, puta merda, se ele não está apaixonado por ela também então ela é um trasgo-montanhês.

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Espero que tenham gostado.

Amo um casal, socorrooooo 

Agora faltam dois capítulos para a fanfic acabar, espero postar em breve. Desculpem pela demora, aliás, estive muito ocupada. Prometo tentar terminar logo a fic <3

Até a próxima.

04/07/2021.

Mércia ♡ Era dos MarotosOnde histórias criam vida. Descubra agora