Ayla é uma corvina talentosa em vários quesitos e muito inteligente, exceto para assuntos como a paixão. Então ela decide que vai aprender a jogar Quadribol para ter um assunto decente com o garoto que gosta, mas no meio disso ela tem uma ideia mais...
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Se existe uma data que sempre fez Ayla se sentir carente, essa é o dia dos namorados. O dia 14 de fevereiro sempre foi um saco, principalmente quando as garotas recebiam buquês no meio da aula! Precisa jogar na cara minha solteirice, por acaso?, era o que ela pensava, mas agora ela que é a garota a deixar as outras carentes, mesmo que ela reflita constantemente que é tudo fingimento, mesmo com a serenata. Se não fosse, Sirius teria conversado com ela antes de toda a cena, ela sabe bem disso, então ela não consegue evitar a decepção e tentar fingir que não está se apaixonando por Sirius, isso se já não estiver.
— Patética. — ela resmunga consigo mesma ao arrumar seus materiais no dormitório vazio. — Apaixonada pelo namorado de mentira, era só o que me faltava! Mas não, eu vou me segurar, eu consigo, ora essa! Robert é tudo de bom e preciso me agarrar nele ou vou afundar num poço de decepção. Sirius é um galinha nato e vai me dar um fora assim que descobrir. Não, Robert é de quem eu gosto e ponto final.
Ao colocar a mochila nas costas, nem ela acreditou em si mesma, mas, preferindo fingir que sim, ela sai da sua sala comunal e encontra Sirius em um corredor ali perto, sentindo borboletas no estômago. Estúpido traidor.
— Bom dia, ruiva. — o grifinório deseja, dando-lhe um beijo na testa após abraçá-la pelos ombros.
— Bom dia, amor. — ela responde e, sem nem sequer desconfiar, causa as mesmas borboletas no estômago, que sentira há pouco, no rapaz.
— Sábado tem visita à Hogsmeade e segunda é dia dos namorados. — o Black comenta e Ayla assente, tranquilamente. — Vamos juntos, não vamos? Não venha com esse papo de que devo aproveitar meus amigos, porque dessa vez não cola, ruiva. Além do mais...
— Descansa, criatura, nós vamos juntos sim. — a ruiva diz, fazendo um gesto pra calar o outro e então ficaram em silêncio o resto do caminho para o Salão Principal, abraçados e com aquele sentimento confortável de estar com a pessoa certa no momento certo do dia.
O "casal" faz o percurso com expressões tranquilas e, para os mais observadores, claramente de quem está apaixonado, o que causa suspiros nos solteiros e solteiras que estão nos corredores, desejando que tivessem algo como aquilo. Mesmo que Ayla e Sirius sejam tranquilos e não façam alarde sobre como seu relacionamento funciona, todos sabem que é tudo resolvido na conversa e maturidade, com respeito exalando de cada poro dos dois lados, isso é nítido. Como na vez que Ayla derramou suco de laranja na blusa branca, deixando-a transparente, e Sirius cobriu-a com sua jaqueta sem olhá-la, pois sabia o quão incomodada ficaria. Ou como Ayla vai ver Sirius treinar, mesmo odiando Quadribol e não entendendo bulhufas, e ouve ele falar por vários minutos sobre o esporte. Entretanto, vai muito além. Ninguém sabe sobre como Ayla abraçou forte Sirius quando ele falou sobre sua família - ele não falou muito, mas mexer em machucado aberto dói, ah, e como dói! - e tentou confortá-lo. Ninguém sabe sobre as vezes que o Black passou horas na biblioteca, tentando entender bem uma matéria o suficiente para explicar para Ayla sem precisar consultar num livro. Ou sobre todas as vezes que eles se entenderam só com um olhar, ou como não se entenderam e conversaram até conseguirem, ou como Sirius aprendeu a fazer tranças e Ayla a fazer massagens para as dores depois das partidas.