𝙲𝙰𝙿𝙸𝚃𝚄𝙻𝙾 𝙸𝙸𝙸

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07/02/1924
Nova Iorque - Manhattan
1:24

O aperto no cabo da arma não cessou e o franzir de sobrancelhas também não, mesmo quando a pessoa saiu da sombras e a silhueta ficou mais clara. Yuto estava diferente, os cabelos agora pretos, estavam grandes, jogados atrás da orelhas, essa que trazia uma pequena margarida. Trajava uma camisa preta de botões e um sobretudo da mesma cor, colocando as mãos nos bolsos, desceu os degraus e se apoiou no corrimão.

- Você está diferente. - Yuto sorriu de escárnio.

- Saí da porra da minha casa, seu merda. - O moreno disse em tom autoritário e mirou no chão, do lado do outro homem, dando um tiro como aviso. Voltando a mirar em Yuto e girando o tambor da arma, recarregando.

- Você não vai me matar. - Yuto ainda continuava com a feição tranquila e colocou uma mecha dos cabelos atrás da orelha.

- Como pode ter tanta certeza disso? Você mata meu supervisor geral, fode meus negócios e fica enviando essas merdinhas aí como se não tivesse feito nada. Você não vai querer saber o tamanho da vontade que eu tô de te dar um tiro. - Wooseok trancou o maxilar e apertou o cabo da arma mais forte. Rever o amigo, depois de tanto tempo, deveria ter surtido algum efeito positivo em si, mas não aconteceu.

- Só pensei em fazer uma visitinha. É muita falta de educação sua ter jogado meus presentes fora, escolhi as margaridas com tanto amor. - Yuto respondeu e tirou a pequena margarida de cima da orelha, girando a florzinha entre os dedos. - Não nos vemos há... Quantos anos mesmo? Dezesseis? E é assim que você trata um amigo de infância?

- Que se foda a educação! Quero que você suma da minha frente! VOCÊ FODEU TODOS OS MEUS NEGÓCIOS!

- A tatuagem doeu muito? - Yuto voltou a colocar as mãos nos bolso do sobretudo e tombou a cabeça pro lado com uma expressão divertida no rosto.

- VAI A MERDA, YUTO! - O moreno gritou e sacudiu a arma. A paciência do maior estava se esgotando com o comportamento sarcástico e infantil de Yuto.

- Por que você não vem comigo? - Disse o de cabelos pretos, dando uma risada sarcástica.

Cansado daquela discussão idiota, Wooseok empurrou Yuto para longe, esse cambaleando para trás e dando uma risada alta. Com rapidez, Wooseok destrancou a porta e estava prestes a fecha-lá na cara de Yuto, mas um pé foi posto no meio. Empurrando a porta, Yuto entrou no apartamento do moreno, como se fossem conhecidos.

- Bela casa.

Wooseok pegou o colarinho da camisa de Yuto, puxando-o em direção a porta, prensando as costas do menor contra a madeira.

- Sai... Da... Porra... Da... Minha... Casa. - Wooseok falou pausadamente, puxando o colarinho de Yuto a cada palavra, até que ambos estivessem próximos o suficiente para que as pontas dos narizes se encostarem.

- Lembro de quando éramos crianças, você sempre queria que brincassemos do que você quisesse.- Yuto comentou e passou a ponta dos dedos pelo braço tatuado coberto pela camisa branca do moreno. Não segurando um sorriso de lado quando percebeu o maxilar trancado do outro.

- Manhattan tem lugar pra somente um gângster. E esse gângster sou eu. Então pega suas merdas e vaza daqui caralho! - Apertando ainda mais as costas de Yuto contra a porta, Wooseok socou a parede do lado da cabeça do menor, que não se mexeu.

- Você não me bota medo, Woo. - Olhando diretamente nos olhos do homem a sua frente, Yuto teve a audácia de fazer um biquinho com os lábios.

A menção do apelido fez o sangue do moreno borbulhar, voltando a retirar a arma de dentro do sobretudo, Wooseok posicionou a ponta da arma na garganta de Yuto.

𝙳𝚊𝚒𝚜𝚒𝚎𝚜 𝚊𝚗𝚍 𝙲𝚒𝚐𝚊𝚛𝚛𝚎𝚝𝚎𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora