𝙲𝙰𝙿𝙸𝚃𝚄𝙻𝙾 𝙸𝙸

56 12 2
                                    

06/02/1924
Nova Iorque - Manhattan
8:19

Wooseok arrumou o sobretudo na frente do espelho e colocou o chapéu preto sobre os cabelos, saiu do quarto passando pela bancada da cozinha, franzindo o cenho ao olhar para a margarida esquecida no mármore. O mais alto pegou a flor junto com o cartão amassado e saiu do pequeno apartamento. Como de costume acendeu um cigarro e jogou os objetos em uma lixeira na rua.

- Margaridas, então é o Yuto o merdinha que está atrapalhando meus negócios...

:

15/10/1910
Estados Unidos - Califórnia
16:00

- Woo! Aposto que você não consegue me pegar! - Yuto gritou e começou a correr floresta a dentro. Ambos os meninos estavam comemorando o aniversário de sete anos, fugindo alguns minutinhos da pequena festa para brincarem de pique pega.

- Pego sim! - Wooseok soltou uma risada alta e começou a perseguir o amigo. - Espera aí!

Depois de alguns segundos Wooseok viu o amigo tropeçar em uma raiz de árvore e cair por cima das folhas e galhos secos. Escutando um choramingo e vendo Yuto se encolher, colocando a mãozinha no tornozelo.

- Yuto! - O mais alto - na época com um cabelo castanho claro-, correu até o colega e se ajoelhou do seu lado, colocando a mão por cima da sua no tornozelo. - Tá doendo muito?

- Tá... Acho que torci, Woo. - Os olhinhos de Yuto lacrimejaram.

- Você consegue andar? - Wooseok coçou a nuca.

- Acho que não...

- Tudo bem! Sem pânico. Acho que consigo te levar de cavalinho.

Com a ajuda do maior, Yuto cruzou os braços pelo pescoço do moreno e entrelaçou as pernas na cintura.

- Obrigado... - Yuto sussurrou e escondeu o rosto na curvatura do pescoço de Wooseok.

:

06/02/1924
Nova Iorque - Manhattan
8:50

Wooseok saiu dos seus devaneios e balançou a cabeça, tirou o chapéu, jogando os cabelos para trás e voltou a colocar o acessório. Invés do caminho já tão conhecido para o galpão, o maior fez outra rota, passando pelo centro de Manhattan até encontrar o número da loja do seu artista favorito.

O tilintar do sino encima da porta despertou a atenção do balconista do tão conhecido studio de tatuagens.

- Wooseok! Quanto tempo! - Fred, o dono do studio, estendeu uma das mãos ao moreno, que retribuiu o cumprimento. Afinal de contas, Fred era quem tinha feito todas as artes no corpo de Wooseok.

- Oi Fred, faz tempo mesmo. Os negócios andam uma merda.

- Que pena. Veio fazer outro trabalho?

- Sim. Vim sim.

- E onde vai ser?

- Fechar o braço total. Terminar o trampo de antes.

- Ficou faltando o cotovelo pra cima, não era? Que ideia de desenho?

- Sim. Queria talvez uma carpa. Algo assim.

- Ok! Já sabe o esquema, vamos lá pra trás.

O moreno entrou na saleta tão conhecida e pendurou o sobretudo juntamente com o chapéu no gancho da porta. Tirou o colete e desabotoou a camisa social branca, sentou -se lateralmente na cadeira almofadada, deixando o braço apoiado no encosto. Depois de decidirem a posição e o tamanho do desenho, Wooseok se preparou para a pequena dor das agulhas em contato com a pele, bufando quando um papel embebido em álcool era passado na tatuagem.

𝙳𝚊𝚒𝚜𝚒𝚎𝚜 𝚊𝚗𝚍 𝙲𝚒𝚐𝚊𝚛𝚛𝚎𝚝𝚎𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora