Aceitação.

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Cidade no interior é a descrição completa de acordar com o som dos galos do vizinho, do barulho de moto sem descarga, dos diálogos das fofoqueiras do seu bairro. Tudo isso é completamente aconchegante de uma maneira estranha.
João acorda primeiro, e fita Pedro por um bom tempo, analisando o rosto amassado, e percebe que o mesmo estava sorrindo ladino, fazendo suas covinhas ficarem a amostra.
Se tinha algo nas características dele, o que mais encantava João era seu sorriso sacana. Depois resolve sair daquele transe e levantar com cuidado para não acorda-lo. Arrumou a bagunça que os dois causaram na noite passada no quarto. O abajur estava quebrado no chão, suas roupas espalhadas em qualquer canto, a cadeira que estava na escrivaninha caída no chão, o cenário era prova do sexo selvagem que fizeram.

João sorriu novamente ao olhar para Pedro enrolado onde só seu peitoral estava a amostra, ele era realmente adorável dormindo, nem parece aquele que clamou pelo seu nome em gemidos esculturais.

-Bom dia...- Pedro falou tentando sentar na cama e solta um gemido de dor antes de conseguir se aconchegar sem machucar lugar dolorido. João realmente era selvagem na cama.- Caralho tu me deixou aleijado, meu cu tá doendo pra porra.

-Bom dia meu querido... Isso é apenas uma reação do que você causa em mim. Quer café?-Disse João após sair do transe que ficou ao ver o abdômen de Pedro nu novamente, com leves arranhões na pele causado pelo mesmo.

-Quero sim, tu não tá nem doido de me deixar com fome.- Ele responde.- O que vamos fazer hoje com aquele povinho fofoqueiro da escola? Eles com certeza não esqueceram de ontem, e caso esquecessem a Valentina estaria lá para lembrá-los de cada detalhe.

-Como eu odeio a Valentina, parece que ela não tem mais nada para fazer da vida a não ser falar da vida dos outros. E eu odeio admitir que ela estava certa quando ano passado falou que ainda ficaríamos juntos. Aquela telepata maldita.- João fala sentando na cama.

-Mas até que ela é engraçada, e fica muito fofa quando descobre uma fofoca quente, fica batendo palminhas e pulando de um lado para o outro. A pesar de tudo ela é uma boa amiga.- Disse Pedro.

-Hm... Eu não acho.- João levanta da cama com uma carranca e um bico de birra, cruzando os braços e olhando para Pedro com um olhar enfurecido.

-O que foi? Por que ficou assim de repente?-Pedro pergunta com um olhar confuso.

-Nada. Espera aqui que eu vou fazer o café.- Falou e saiu do quarto fechando a porta com força, que fez um estrondo soar na casa inteira.

-TÁ LOUCO FILHA DA PUTA, QUEBRA A PORTA PRA TU VÊ SE EU NÃO FAÇO TU COMPRAR OUTRA E POR NO LUGAR.- Pedro gritou repreendendo a atitude impulsiva do outro.

Assim que terminou de fazer o café, ele chamou Pedro para levantar e vir para a mesa, o mesmo fez, mas sequer preocupou-se em vestir a roupa, chegando na cozinha totalmente nu.

-Porra Pedro, não faz isso comigo não. Tu quer acabar com minha sanidade assim essa hora da manhã? Depois reclama se eu não responder por mim.- João fala o fitando dos pés a cabeça.

-Se controle que eu ainda tô com o cu doendo. A não ser que...- Ele fala sorrindo sapeca com os olhos brilhando.- Você deixe eu meter nesse seu cuzinho dessa vez... Vai deixa, eu tô doido para ser engolido por essa bundinha farta.

-E-eu... Vamos tomar café!- João responde engolindo seco e com o rosto corado.

-Vamos sim meu garoto.- Ele responde passando manteiga no pão e colocando café em uma xícara.- Mas saiba que sua bunda não está livre de mim tão cedo.- dá um tapa nas nádegas de João fazendo dar um pulinho de susto com a atitude inesperada.

Quando deu o horário para irem para a escola, decidiram que o melhor seria enfrentar tudo de uma vez, do que ficar adiando o problema. Uma hora ou outra iriam ter que enfrentar todo mundo.
Assim que entraram pelo corredor todos pararam para olha-los, parecia que eram uma celebridade que vazou um puta de exposed comprometedor.
Com a vergonha Pedro segurou na mão de João e apertou com medo dos olhares julgadores, que ao perceber a ação se enfureceu na hora.

-VOCÊS PERDERAM O CU NA NOSSA CARA FOI? PUTA QUE PARIU POVO CHATO.- João gritou para que todo mundo ouvisse, o que foi o suficiente para virarem e disfarçarem o olhar.-Vamos babe, eu te protejo desses olhares curiosos.

Ao chegarem na sala Valentina correu ao encontro dos amigos e falou:

-Vocês estão mesmo juntos ou é só fofoca sem nexo desse povinho sem noção?

-Juntos... Sim, nós estamos.- Disse Pedro finalmente aceitando que ele estava completamente apaixonado por seu melhor amigo.

-Sério? MEUS PARABÉNS!!!! Vocês sabem que eu sempre torci pelos dois, finalmente abriram os olhos pelo que sentem um pelo outro em.-Disse ela

-Demorou mas aconteceu, vocês são mais lerdos que eu.- Nay aparece abraçando Valentina por trás pela cintura.

-Que susto...- Valentina fala fazendo carinho nos cabelos enrolados de Nay.- E para superar sua lerdeza é meio difícil não acha? Eu tive que ter muita paciência para acabarmos juntas.

As duas deram um último sorriso simpático para Pedro e João e foram sentar nos seus lugares, o sino soou e todos ficaram em silêncio e sentaram-se também.

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