A caminhada para suas devidas casas não foi longa, a cidade era pequena motivo pelo qual não havia ônibus disponível para levá-los para suas residências. E o pior? Eles moravam no mesmo bairro, mesma rua, com poucos metros de distância um do outro.Era de manhã e restava apenas algumas horas para voltarem para a escola novamente. Eles tentaram dormir um pouco, mas os acontecimentos da noite passada não paravam de corroer suas mentes, parecia que as sensações estavam alí, vivas.
-Porra João sai da minha cabeça, eu quero dormir caralho.- Pedro sussurrou para si mesmo numa tentativa de livrar-se dos pensamentos indevidos.
João por outro lado, não estava tentando esquecer. Ele lembrava, do sabor dos lábios, da respiração ofegante, da bunda esbelta que Pedro tinha caralho e que bunda em.
Nunca sentiu nada assim antes, era novo, mas incrível. O menor não saia de sua cabeça, e ele almejava tê-lo novamente em seus braços, derretido por seus toques, João já sentia saudades de tudo aquilo, e implorava para senti-lo novamente, nunca imaginou que se tornaria dependente dos lábios carnudos e rosados de seu melhor amigo. A memória persistiu, e ele queria por tudo que era mais sagrado tirá-lo da cabeça, queria livrar-se daquelas borboletas em seu estômago, e negava freneticamente que tinha gostado.-Não pode ser, eu sou hétero, como eu posso ter gostado do beijo de um homem? Pior ainda, do meu melhor amigo. Eu não gostei, eu não gostei porque sou hétero, e héteros não gostam disso.- Tudo que João poderia fazer era negar, e foi o que ele fez.
Passou-se horas nesse dilema, até que deu o horário de irem para escola, eles poderiam faltar e dizer que adoeceram. Mas infelizmente hoje era dia de prova, e os dois não tinham muita confiança na aprovação, então o único jeito foi estar presente.
Eles não foram juntos. Quando João chegou na sala, ele pode avistar seu amigo sentado onde era de costume sentar, e tentou ignora-lo, pelo menos por enquanto. Ambos estavam em uma confusão interna, todas aquelas regras, palavras e afirmações que ouviram da boca de muitos, não poderia ser desfeito de um dia para noite afinal. Eles estavam em negação. "A bíblia diz que é errado, homem foi feito para a mulher e vice-versa. Onde já se viu? Dois homens juntos. Um absurdo, os gays vão para o inferno meu filho" as palavras de sua falecida vó corroía a mente de Pedro.
João também estava nessa luta interna, tudo que ele acreditava, o que lhes falaram estava se desmoronando aos poucos, nada fazia mais sentido.-Eai seus arrombadinhos, o que rolou com vocês ontem? A gente tinha marcado de jogar Free Fire com os caras, mas vocês não apareceram a noite toda.- Disse Carlos se aproximando dos dois.
-Verdade vocês sumiram esses dias, marcamos um rolê segunda, e logo os dois que não perdem uma oportunidade de sair, não foram. Eu diria até suspeito.- Falou Diego outro membro da rodinha de amizade.
-Desculpa cara, é que esses dias eu ando meio ocupado sabe... Acabei ficando sem tempo.- João mentiu.
-É-é, estou com algumas tretas em casa também, acabou que eu esqueci desses compromissos aí.- Disse Pedro olhando para João totalmente sem graça.
-De boa então. Mas eai, como vocês estão?- Carlos tentou mudar de assunto percebendo o climão que ficou.
-Bem...- Disseram os dois em unisom assustando os amigos.- E-eu preciso ir no banheiro, vem comigo João?
Chegando lá entraram em uma cabine e trancaram a porta para não serem interrompidos.
-Isso já está chegando em um nível muito constrangedor.- Pedro começa- mas o problema é que eu não consigo te tirar da minha cabeça... E isso está me deixando louco.
-Se servir de consolo, eu também não consigo...- João suspira- não consigo esquecer o que rolou, e eu juro por Deus que tentei, mas,- Olha para os lábios de Pedro- ficar no mesmo lugar que você, tão, tão próximos...- Passa a mão em seu maxilar fazendo um leve carinho, e o mesmo aceita se aconchegando- eu acho que eu não... Não consigo me controlar mais, eu sinto saudades do seu cheiro..- raspa o nariz em sua nuca para inalar o perfume.- da sua boca...- passa as mãos nos lábios de Pedro.- Você vai me enlouquecer a qualquer momento, e eu não sei o que fazer...- Fala em um murmúrio rouco e arrastado fazendo Pedro se arrepiar dos pés a cabeça. A temperatura começa a esquentar rapidamente.
-E-eu...- Pedro tenta falar alguma coisa porém e interrompido pelos lábios de João que avança rapidamente em sua direção e inicia um beijo molhado e lento, emanando desejos e saudades. Rapidamente suas línguas começaram movimentos circulares se conhecendo novamente. As mãos de João deslizou para a cintura dele e o puxou para mais perto, fazendo suas ereções se esfregar uma na outra, o que acabou arrancando um gemido entre os lábios de ambos. Aquilo estava ficando fora de controle, já não era mais pela curiosidade, estava longe disso. Era algo mais puro, mais intenso, era um sentimento que queimava em seus peitos.
-Desabotoe...a...sua...calça...- Pedro falou em uma ordem manhosa e grave, o que levou João ao delírio obedecendo imediatamente.
Assim que ele o fez, Pedro abaixou o olhar para a cueca molhada de pré-gozo e do membro visível e salivou.- Eu vou te ajudar com isso.- falou se ajoelhando e tirando a cueca de João, podendo ver com todos os detalhes o pau do amigo, as veias pussantes, a cabeça rósea, ele já não conseguia se segurar. Então enfiou-o inteiramente na boca começando um movimento vai e vem molhando toda superfície com sua saliva. Ao olhar para cima pôde ver a imagem mais delirante e erótica de toda sua vida. João estava com os olhos fechados, seu peito subia e descia em um movimento desregular, e ouviu um gemido do mesmo clamando pelo seu nome. Aquilo era demais para sua sanidade, começou a ir mais rápido sentindo a porra batendo em sua garganta com agressividade, mas os gemidos manhosos do maior estava o fazendo continuar sem qualquer receio, enquanto suas mãos livres desabotoavam sua própria calça com desespero, arrancando seu membro para fora e se masturbando sem nunca parar com os movimentos no outro.
-E-eu estou q-qua-se... Ah- Ele tinha gozado em sua boca, e Pedro engoliu tudinho, sentindo o sabor do outro, mas nunca parando a própria masturbação até que também chegou no ápice.
Ele se levantou abotoando novamente sua roupa, enquanto o outro fazia o mesmo, suas respirações estavam pesadas, e tudo o que conseguiram fazer naquele momento foi encarar-se com um olhar de satisfação e prazer... Aquela tarde realmente foi inesquecível.
-PUTA QUE PARIU, EU METI UM PAU NA BOCA, E GOSTEI. GOSTEI DE TUDO.
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Brincando de Colorir 🏳️🌈
Hayran KurguEssa história é sobre dois garotos totalmente presos em um sistema de regras da sociedade, onde em suas cabeças o sistema tem toda e completa razão. até perceberem que fazem parte daquela comunidade que tanto julgavam... "Héteros mas nem tanto assim...