THE HOPE • Rick Grimes

13. PARAQUEDAS

" Tão perdida cheguei no meu limite, eu tinha voz, tinha voz mas não conseguia falar, você me imobilizou, eu luto para voar agora."

Bird set free / Sia

*Hope|Alisson

Eu odiava tomar uma decisão e depois voltar atrás, mas percebi que eu estava fazendo aquilo. Deis da minha última conversa com o Grimes algo dentro de mim havia mudado, foi como se todo o medo que eu estava sentindo tivesse sumido apenas com a voz do homem a me encorajar, e isso era estranho pra caralho porque eu nunca mudava de opinião, dificilmente alguém no mundo conseguia me fazer se sentir contrariada, e isso estava acontecendo constantemente nos últimos tempos.

Deis daquele dia fatídico quando descobrimos a verdade sobre Washington, eu e meus amigos mal nos olhamos, o clima estava estranho e pesado, nunca havíamos ficado mal uns com os outros daquele jeito, e isso já estava começando a me incomodar.
Para falar a verdade, os três dias seguidos a morte de Beth Greene estavam insuportáveis para todos, parecia que aquilo havia sido a cereja do bolo para o nosso completo desastre.
Abraham mal olhava na cara das pessoas, enquanto eu evitava ao máximo olhar na cara do Eugene, eu ainda estava magoada e não fazia a menor questão de demonstrar isso, mas ver Abraham naquela situação estava me matando por dentro, ele era o cara mais durão que eu conhecia, e agora estava um caco. Decidi fazer a única coisa que o deixaria irritado, talvez assim ele voltasse ao normal, foi então que eu percebi que a situação era pior doque eu imaginava, mexer na bolsa de armas sem a autorização do homem era como o fim do mundo para ele, mas não foi naquela manhã. Enquanto eu mexia no seu bem mais valioso, ele fingiu nem ver e isso também me deixou irritada, mas eu acabei encontrando algo que eu nem me recordava de ter guardado ali, a blusa que Rick havia me emprestado antes de eu partir.
Sorri ao ver o pano entre as armas, eu podia jurar que havia queimado junto ao nosso trailer por isso nem toquei no assunto com o homem no dia anterior, mas pelo visto eu estava bem enganada.
Os olhos do ruivo estavam presos em mim, embora ele tentasse disfarçar, para Abraham a mochila de armas eram como um troféu que só ele podia tocar, ignorei todas as armas, e puxei o moletom para fora, agora nada era mais interessante doque aquela peça para mim, por um segundo eu esqueci oque eu havia ido fazer no começo, acabei perdendo totalmente o foco, percebi que aquilo estava ficando sério demais, eu já nem me reconhecia...

Guardei a peça na minha própria mochila, em uma outra oportunidade eu devolveria, agora o Grimes estava ocupado demais procurando alimentos pelas redondezas com o caçador, decidi tentar a sorte com Rosita, eu sabia que com ela as coisas eram bem mais fáceis de serem resolvidas, a gente tinha um laço forte demais, e nada no mundo conseguiria acabar com isso, eu não deixaria.
Sai do ônibus e me aproximei da mulher, ela estava sentada ao lado da Tara no meio fio da estrada, parecia que as duas haviam ficado bastante amigas durantes esses dias, afinal estavam o tempo todo juntas, ignorei a ponta de ciúmes que eu sentia, e a chamei para conversar.

- Podemos trocar uma palavrinha?
- Perguntei meio sem jeito, e a hispânica sorriu, percebi na sua expressão de alívio que ela estava esperando por isso a tempos, me senti uma idiota por ter adiado. Estendeu a mão para que eu a ajudasse a se colocar em pé, e então me envolveu em um abraço acolhedor.

- Eu pensei que você nunca mais ia voltar ao normal!
- Sussurrou enquanto dava tapas em meus ombros, apertei a mulher e não pude evitar de também sorrir, eu amava Rosita como se ama uma irmã, eu não me via em um mundo sem ela.

- Eu também pensei!
- Assumi enquanto me soltava de seus braços. Para falar a verdade em algum momento eu realmente pensei que não voltaria ao normal, tudo oque havia acontecido nos últimos dias havia mexido demais comigo, se não fosse pela ajuda do xerife, acho que eu nunca teria me encontrado de volta, foi como se eu me afogasse, e ele me puxasse de volta para a margem, eu não sabia como explicar aquilo, mas era oque eu sentia. Derrepente aquela idéia louca de sair por aí sozinha havia me abandonado, e aquela tristeza profunda também, naquela manhã eu havia acordado bem e por inclivel que pareça, me sentia feliz novamente, mesmo com tudo estando perdido.