19. OQUE FOI, E OQUE É

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Faço o que posso, quando posso, enquanto posso, pelo meu povo. Enquanto as nuvens se esparsam e as estrelas enchem a noite, é quando eu vou me levantar, levar meu povo comigo, juntos estamos indo para um novo lar.

Stand Up - Canção de Cynthia Erivo

* Hope|Alisson

- Houve uma torção, ao que parece o osso do tornozelo saiu um pouco do lugar, por sorte posso resolver esse problema, mas já aviso, vai doer!
- Dr.Pete era uma homem de meia idade, aparência cansada, ao julgar pela expressão em seu rosto percebi que ele não estava nada contente com a nossa presença, eu odiava pedir favores, ainda mais a desconhecidos, eu odiava ainda mais quando a palavra "dor" , estava aplicada no meio de uma conversa, não me leve a mal, mas eu nunca gostei de sentir qualquer desconforto por qualquer motivo que fosse.

- Obrigada pela consulta, mas eu acho que eu posso ficar assim, isso não é nada de mais, pode se curar sozinho.
- Tentei me levantar da maca, mas fui impedida pela hispânica.

- Nada disso Hope, você não pode andar mancando por aí, se tem um jeito de resolver isso, vamos em frente!

- Você sabe que eu odeio sentir dor!
- Encarei a mulher afim de que ela me deixasse desistir, porém eu sabia que não aconteceria, Rosita era durona demais, e se empenhava em me fazer ser igual a ela em todas as ocasiões.

- Tudo bem Hope, nem vai doer tanto assim, e aposto que vai ser bem rápido, não vai doutor?
- Daryl encarou o homem e o mesmo o olhou com desdém.

- Se ela não se mover vai sim... Eu só vou empurrar o osso de volta para o lugar, e depois aos poucos o pé vai voltando ao normal.

- Aos poucos? - Não escondi minha frustração.

- Não me leve a mal garota, mas eu sou médico, ainda não aprendi a fazer mágica!
- Senti o odor de álcool assim que o homem se aproximou, ou eu estava ficando louca, ou o médico que queria mexer na minha perna estava meio bêbado, tentei não pensar no fato afinal ele estava prestes a colocar um osso meu de volta ao lugar.

- Que pena que não aprendeu, mágica seria muito útil agora!
- Sorri com ironia afim de ganhar tempo e criar coragem.

Daryl se aproximou, e sem que eu esperasse o homem segurou a minha mão, acabei me surpreendendo com tal ato vindo do caçador, que era alguém tão fechado e discreto, talvez eu já tivesse mesmo conquistado sua amizade.
- Tem uma coisa que eu fazia antigamente, para não sentir medo e nem dor, é só fechar os olhos e pensar em outra coisa, algo que você goste, não abra os olhos e nem perca o foco, vai ser rápido, você vai ver.

- É Hope, vai ser rápido!
- Spencer tentou segurar minha outra mão livre mas eu o detive, era muita cara de pau do homem, não nos víamos a anos, a última delas não havia sido uma conversa nada agradável e agora ele estava agindo como se fossemos íntimos.

- Tudo bem, vamos acabar logo com essa porcaria, pode ir em frente!
- Encarei o médico, e em seguida olhei uma última vez para o Dixon, foi impossível não pensar nas suas últimas palavras, que dores horríveis o homem teve que carregar durante a sua vida, que feridas eram essas que pareciam não ter cicatrizado ainda, Daryl era um homem tão incrível, era estranho pensar que alguém tivesse coragem de o machucar.
- Tentei focar meu pensamento em algo que eu gostava como ele me recomendou, imediatamente imaginei o rosto de Judith sorrindo para mim durante uma dessas manhãs, a bebê era a coisa mais pura que havia cruzado meu caminho durante os últimos tempos, eu a amava, e pensar nela me deixava mais calma, eu estava feliz por estarmos finalmente em um lugar seguro, o mundo lá fora era muito feio, ainda mais para crianças.

THE HOPE • Rick GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora