O enterro de Carlos aconteceu 2 dias depois, ninguém entendeu o que aconteceu, nem mesmo a polícia. Foi revelado nas investigações que não houve arrombamento e nenhum tipo de invasão. Nada tinha sido levado, não foi encontrado o DNA ou provas de alguém de fora. Vanessa e o pai foram colocados como suspeitos do crime, mas como não haviam provas de que eles fizeram algo, a possibilidade foi descartada bem rápido. O mais curioso foi que somente a cabeça de Carlos foi deixada, o corpo havia desaparecido.
Algumas semanas se passaram até que Vanessa conseguiu convencer o pai a esvaziar o quarto de Carlos. Eles precisavam superar a perda e desapegar para seguir em frente. Apesar de ter concordado, a condição dele foi que Vanessa faria tudo sozinha, ele seria incapaz de entrar no quarto onde o filho foi assassinado.
Depois de chegar do trabalho de meio período que arrumou para ajudar em casa após a morte do irmão, Vanessa foi até o quarto dele no segundo andar. Eram 18 horas da tarde, já estava anoitecendo, mas como no dia seguinte e posteriormente ela teria que ir para a escola e trabalhar, decidiu começar logo naquele dia de pouco a pouco. Vanessa descia e subia as escadas com caixas enormes cheias dos pertences de seu irmão. Quando foi ver no relógio já eram 23 horas, ela deitou exausta sobre o chão do quarto encarando o teto.
De repente ela começou a ouvir sons estranhos vindo do sótão, rapidamente lhe veio a mente: "— ratos !".
Ela se levantou do chão e foi até às escadas que levava ao porão levando consigo uma raquete elétrica. — Agora vocês me pagam seus merdinhas ! - Quando ela abriu a passagem e botou a cabeça para dentro do sótão, sentiu um cheiro forte de podre. Seu instinto imediato foi tapar o nariz com seus dedos.
— Mas que mal cheiro é esse ?! Será que tem um rato morto aqui ? Não me lembro de meu pai ter posto ratoeiras novas .. - Estava muito escuro no sótão então ela não enxergava nada. Ela voltou ao piso inferior e buscou nas caixas que restavam uma lanterna. Quando encontrou subiu novamente as escadas do sótão.
Ela entrou no sótão e foi se rastejando com a raquete elétrica na mão direita, a esquerda apoiando o chão e a lanterna acesa na boca iluminando o caminho. Até que ela se surpreendeu com uma cena bizarra, havia um corpo sem cabeça pendurado sobre as madeiras, ao redor dele diversos ratos de olhos vermelhos brilhantes com uma expressão furiosa.
— AHHHHHHHHH ! - Vanessa gritou assustada deixando a lanterna cair. O corpo antes imóvel começou a se mover. Os ratos começaram a guinchar enquanto o corpo saltava pelas madeiras até sair pela passagem aberta do sótão. Todos os ratos foram logo em seguida atrás do corpo sem cabeça.
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Ratos Escondidos no Sótão
RomanceCarlos se apaixona por Pedro e imediatamente se submete as suas condições e implicações. Carlos se entrega de peito e alma sem questionamentos, por outro lado, Pedro com toda sua excentricidade vaidosa muda o rumo das coisas. Tudo se esclarece para...