Pedro acabava de chegar de uma festa, estava embriagado. Ele se jogou na cama sem tirar as roupas e o sapato para poder dormir. Mas o seu celular começou a tocar de repente. Ele olhou na tela, era um número desconhecido, por conta disto ele não deu importância, desligando. Poucos segundos depois o telefone voltou a tocar, ele olhou, número desconhecido, ele desligou. Novamente o telefone tocou. - Tá de sacanagem ? - Irritado desligou mais uma vez. Porém o celular tocava de novo.
- Mas que droga, quem é que tanto insiste ! - Pedro olhou a tela do telefone percebendo que era o mesmo número que ligava repetidas vezes. Então ele resolveu atender.
- Alô ... Alô ? .. Alô !!! Porra quem é que tá me ligando? Insistiram tanto para não responder no final ? - A ligação continuava muda, ninguém respondia.
- Ahh ! Já sei, são vocês tentando me dar um trote né seus palhaços. Eu estou morrendo de sono e com um porre do cacete, me deixem dormir galera, tchau. - Aparentemente Pedro achou que a ligação fosse de seus amigos da festa que acabará de chegar. Mas assim que desligou, o telefone voltou a tocar. Dessa vez ele desligou o telefone para não tocar mais, colocando ele sobre a estante do lado de sua cama.
Contudo o celular tocou novamente, aquilo assustou Pedro que levantou olhando para o telefone. - Mas que porra ? Eu desliguei o telefone ... Ah já sei, acho que me confundi achando que tinha desligado, mas não desliguei. O álcool mexe com a cabeça. - Ele tentava convencer a si mesmo, mesmo sentindo muito medo daquela situação estranha. Então ele pegou o celular e tirou a bateria.
- Certo, agora tenho certeza que o telefone está desligado. - Pedro voltou a se deitar sobre a cama. Ele encarava o celular para ver se ele iria tocar de novo. Um minuto se passou, dois, três e nada.
- É .. você é um medroso mesmo Pedro. Acho que vou parar de beber tanto para não ter essas paranóias. - Pedro fecha seus olhos para dormir, então o telefone toca. Ele deu um pulo da cama olhando para o telefone aceso, tocando com o mesmo número desconhecido.
"- Que porra tá acontecendo ?! Eu só posso estar delirando, será que eu já estou dormindo e sonhando com essa merda toda ?"- Pensou Pedro. Ele tomou coragem e pegou o celular, atendendo a ligação.
- Alô ? "- Que porra tô fazendo ? Atendendo um celular sem bateria, só pode ser um sonho !". Um uma voz estranha murmurou algo na ligação, mas Pedro não conseguiu entender, porém reconheceu a voz.
- Carlos ? "- Espera ! Carlos morreu, como assim Carlos? Deve ser outra pessoa, impossível ser ele ..."
- Mas o que estou pensando merda ?! Esse telefone está sem bateria, estou ficando maluco ! - Pedro jogou seu telefone com força sobre a parede, o suficiente para o objeto se estilhaçar e quebrar todo. Mas ainda assim com a tela toda rachada a ligação persistia.
- Eu preciso sair daqui !
Pedro abriu uma gaveta da sua estante, pegou algumas notas de cem e uma tesoura. Botou o dinheiro no bolso mas deixou a tesoura na mão. Depois disso correu para a sala, seguindo direto para a porta. Quando ele abriu a porta, lá estava o corpo de Carlos de pé em sua frente. Ao seu redor tinham diversos ratos guinchando com expressões furiosas. Pedro caiu sentado sobre o chão muito assustado, não estava acreditando no que estava vendo.
- PORRA ! MERDA ! MERDA ! MERDA! AHHHHHHHHHHH !
Pedro se arrastava pelo chão se afastando, enquanto o corpo sem cabeça o acompanhava com passos calmos. Por outro lado, os ratos avançaram em frenesi cercando Pedro. Ele olhava assustado a seu redor apontando a tesoura para os ratos.
- Saiam daqui seus merdas ! Eu corto todos vocês ! - Sua voz era trêmula e chorosa, seus olhos lacrimejantes escorriam lágrimas, junto de seu nariz. - O que vocês querem ? O que você quer Carlos ? Vá em paz ! Eu não lhe fiz nada de mal ... Se foi pelo término, me desculpe ! Me perdoa, me perdoa !
Pedro parou de se arrastar quando viu que estava totalmente cercado pelos ratos. O corpo sem cabeça de pé em sua frente também parou. Pedro soluçava olhando para os ratos e o corpo, até que os ratos avançaram contra seu corpo. Ele começou a gritar sendo inundado pelas criaturas. Os ratos imobilizaram as pernas e braços de Pedro, enquanto os outros mordiam seu pescoço a ponto de decepa-lo, Pedro gritou em agonia até o fim.
Dias depois foi encontrado somente a cabeça de Pedro ao redor de uma poça de sangue em sua casa.
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Ratos Escondidos no Sótão
RomanceCarlos se apaixona por Pedro e imediatamente se submete as suas condições e implicações. Carlos se entrega de peito e alma sem questionamentos, por outro lado, Pedro com toda sua excentricidade vaidosa muda o rumo das coisas. Tudo se esclarece para...