I'm no sweet dream

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- Pode me chamar de Rose, quase ninguém me chama pelo meu primeiro nome.

- Prazer Rose, sou o Scorpius, mas você pode me chamar de amor da sua vida.

É estranho pensar que foi a pior cantada que eu já tinha ouvido que me fez cair nas graças de Scorpius Malfoy, mas foi exatamente assim que tudo começou. Eu estava no meu terceiro dia na Universidade de Oxford quando encontrei o loiro pela primeira vez, e não foi difícil me deixar levar pela conversa e quando vi ambos estávamos atrasados para a primeira aula do dia.

Não demorou muito para os dois se encontrarem todos os dias na mesma cafeteria antes das aulas, depois para jantares e quando me dei conta já tinha aceitado o pedido para um namoro. O mundo na universidade era muito diferente do que eu esperava, ainda mais depois de anos tendo aulas em casa por causa de pais superprotetores. Esse era o meu primeiro relacionamento, era minha primeira vez morando longe dos meus pais, longe da minúscula cidade em que eu cresci, era a primeira vez que eu me relacionava com qualquer pessoa que não fosse a minha família. Tudo era tão novo, tudo era tão mágico.

- Então você é adotada? – Scorpius perguntou certa noite

- Sim, meus pais me adotaram quando eu tinha três anos, e eu não tenho nenhuma lembrança antes disso.

Eu nunca soube meu nome de nascença, mas quando eu fui adotada, o meu nome se tornou Elizabeth Rose Watson e por mais que todos tentassem me chamar pelo primeiro nome, eu sempre me senti mais confortável respondendo pelo meu nome do meio.

Desde que me mudei para a cidade grande, foi difícil explicar que minhas maiores interações com pessoas da minha idade somente aconteceram durante as aulas no conservatório. Meus pais haviam perdido dois bebês antes de me adotarem, e viviam com medo de me perder ou que algo acontecesse comigo, então a grande parte das minhas lembranças da infância aconteceram no perímetro da fazenda do meu pai, brincando com os animais e com meus brinquedos, a primeira vez que falei com alguém que não fosse minha família eu tinha 11 anos e foi ao lado da minha mãe no conservatório da cidade mais próxima da fazenda, porque eu queria fazer aulas de piano.

Mas eu só consegui sair de casa mesmo quando fui aceita em Oxford, meus pais se opuseram em todos os sentidos imagináveis e demorou muito para convencê-los que eu era capaz de me virar no mundo real. E não foi nada fácil, mas depois que eu conheci o Scorpius, as coisas mudaram. Ele foi como uma guia com tudo o que era novo para mim, e bem foi outro grande choque para os meus pais, tanto que logo depois do pedido de namoro, eles vieram passar o final de semana em Londres.

- Por favor, não falem nada que me deixe envergonhada.

- Você tem que aprender a confiar nos seus pais, meu coração. – Minha mãe respondeu pegando minha mão, antes de bater na porta do apartamento de Scorpius. Era um prédio longe da universidade, mas os pais dele apenas davam o melhor para o herdeiro da família, então não podia esperar menos do que a cobertura em um prédio luxuoso.

- Me explica de novo como um garoto que vai fazer 19 anos consegue pagar por um aluguel em um prédio desse? – meu pai perguntou baixinho para mim, antes de eu abrir um sorriso de lado e responder:

- Os pais são donos os proprietários do prédio e parte do quarteirão também.

Scorpius abriu a porta e sorriu para mim, sussurrando algo que eu não fui capaz de identificar. Apresentei meus pais e ele nos convidou para entrar, parecia estar tudo tão perfeito que eu não conseguia acreditar que tudo estava dando certo. Isso até a campainha tocar.

Era estranho, mas eu não estava pronta para conhecer os pais do meu próprio namorado, e quando o casal aristocrata passou pela porta, me faltou ar nos pulmões. Eles eram a descrição perfeita da nobreza, vestidos com roupas que claramente foram feitas especialmente para eles, com uma beleza que não parecia sequer real. Era possível ver de onde toda a beleza de Scorpius vinha. Fiquei aliviada quando eles sorriram para mim e me abraçaram, eram pessoas tão simpáticas, mesmo que não tirasse o sentimento de nervoso.

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