32 - O jogo

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𝘕𝘰 𝘤𝘢𝘱𝘪𝘵𝘶𝘭𝘰 𝘢𝘯𝘵𝘦𝘳𝘪𝘰𝘳

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— Eu tenho muitas perguntas lorde Bifröst, mas por hora só quero a resposta para uma — Hela chamou sua atenção — Se eu for com vocês, eu quero que prometa que nunca mais, veja bem, nunca mais ficará no caminho do meu povo, quero que prometa que Paradis poderá lutar por sua liberdade. Você pode me dar sua palavra?

Estava feito, no olhar opaco da ruiva a promessa estava selada. Hela acabara de abrir mão de sua própria liberdade para que seu povo pudesse lutar. A decisão tinha sido tomada de vez e pela última vez.

— Me deixe apenas ir em uma ultima missão para o Sul, quero ver com meus próprios olhos Erwin alcançar seu sonho antes de deixá-lo — Hela encarou o horizonte do Norte. Sua última missão seria levar Erwin para seu sonho de conhecer fora das muralhas.

Depois disso poderia morrer no esquecimento.

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— Onde estava? — Levi perguntou assim que a ruiva entrou no escritório — Pelo menos avise que vai demor--

A mulher apenas ignorou tudo que o capitão disse se jogando em cima dele, Levi ficou surpreso e acabou que pela falta de costume com contato físico não se mexeu enquanto Hela enfiava o rosto em seu pescoço inalando o cheiro dali. O coração começou a martelar as costelas quando as mãos salientes de ruiva indiscretamente o apertava entre os dedos.

— Senti sua falta — Hela ronronou baixinho beijando toda a extensão do pescoço do capitão — Desculpe não ter dado notícias desde cedo, eu acabei ficando um pouco ocupada com documentos e depois com nossos "convidados". Não se aborreça.

— Não estou — Levi disse entre um suspiro e outro se rendendo lentamente aos carinhos da ruiva que sorriu vitoriosa, ele finalmente tinha amolecido — Só fiquei preocupado.

— Estava com saudades de mim capitão? — Hela brincou. Levi se encostou na escrivaninha pois suas pernas já estavam fracas sobre o toque da mulher.

— Sim — Assumiu derrotado.

— Sentiu saudades de que especificamente? — Ela se afastou um pouco olhando os olhos tão sentimentais de Levi, como nunca antes. Isso machucou tanto seu coração, a breve ideia de deixá-lo por mais que fosse para salvar sua vida era tão excruciante e dolorosa.

— Dos seus lábios, comandante Flett — O homem tentou desviar do olhar clínico da ruiva inutilmente, a mulher segurou com os dedos o queixo de Levi o trazendo para a boca e beijando lentamente como quem toma posse de algo.

— Então pode matar sua saudade capitão Levi, eu sou toda sua o resto do dia — Hela murmurou passando a língua entre os lábios finos do capitão. Quanta ousadia eles pensavam, mas aquilo não importava quando o que faziam era freneticamente delicioso.

Hela decidiu se entregar aquele misto de sentimentos bons que Levi a fazia sentir, mesmo que tivesse que deixá-lo, que tivesse que se entregar a morte, ela havia prometido que faria isso, prometeu que daria a ele a chance de viver uma vida pacífica mesmo que isso significasse sua própria morte.

As mãos de Levi eram delicadas e seus toques eram doces, a ruiva decorava cada um deles em sua memória, os lábios pareciam apaixonados demais e ver como ele se fazia exposto era o mais novo ponto fraco de Hela. Ela amava ver o rosto sofrido embaixo do seu, amava ser a única pessoa na face da terra para quem Levi fazia essa cara.

Legends never die - A escolhida dos deusesOnde histórias criam vida. Descubra agora