14 - É assim que as lendas são feitas

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N/A: Escrevi esse capítulo baseado na música "Legends are made", coloquei ela aqui para que pudessem entender um pouco de como eu me senti e enxerguei Hela, não existe nada que represente melhor a ruiva nesse momento que essa música. Espero que gostem, esse foi o capítulo que eu mais me senti satisfeita em escrever até agora.

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Por que?

É tão frustrante.

Por que papai, mamãe, Lilian?
Por que eu que tive que sobreviver até agora?
Por que eu não morri junto com todos vocês?

Eu queria ter ido naqueles dias não hoje! Hoje eu quero sobreviver, por que me instigaram a curiosidade? Eu vivia aquela vida utópica dentro das muralhas com uma ideologia baseada em contos de fadas, em histórias mirabolantes de deuses que se enforcaram para ganhar sabedoria, que arrancaram os próprios olhos para isso. Um lobo gigante que daria início a uma batalha épica, uma cobra gigante que de tão grande mordeu a própria calda e vive no oceano, dragões que vigiam tesouros, um palácio nos céus com paredes de lança e um teto de escudos onde os mais bravos homens batalham e bebem o dia todo. E agora a realidade está batendo na minha cara com força demais.

Oceano. Eu nunca vi isso com meus olhos. Eu nunca vi nada disso com meus olhos mortais, então pra quê eu coloco tanta esperança em deuses que não sabem que eu existo? Me lançaram uma maldição. Eu não era a filha dos deuses? Onde vocês estão? Odin onde você está?

Seus bastardos!

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— MALDITOS! EU ODEIO VOCÊS! — Hela gritava a plenos pulmões dentro da floresta — Odin seu desgraçado! Você prometeu não me abandonar, você disse que eu era sua descendente, eu não posso morrer? — A menina estava completamente fora de si. O choro de desespero era alto como um rugido, uma fera enjaulada — É o que vamos ver.

Com alguns suprimentos deixados para trás pelas tropas ela conseguiu atear fogo em algumas folhas secas que logo se espalhou os titãs não se aproximavam, até eles deviam estar com medo da garota.

— Olhem pra mim! — Ela gritou mais uma vez de joelhos no chão — Eu não tenho mais nada.

Estava tão quente, era tanta fumaça, a ruiva tossia e sentia o pulmão arder. Um titã correu pegando fogo, Hela voou até ele cortando a nuca e o matando mas ao tentar usar o equipamento novamente viu que o gás havia acabado, jogou todo o equipamento nas chamas e assistiu queimar.

Estava se sentindo impotente mas de alguma forma ela desejou a morte, olhando todas aquelas labaredas alaranjadas, deixou com que sua mente divagasse, aquele era realmente o fim? Seu sonho tinha acabado de começar, era como respirar pela primeira vez, não pôde sequer sobreviver a primeira missão fora das muralhas.

Riu amargurada, a umidade enchendo seus olhos, ela já tinha passado por muitas situações de ódio, em que ele a consumia, devorava, mastigava entre os dentes, mas aquilo era diferente, era uma nova faceta do ódio, uma dor angustiante de frustração que consumia suas veias como acido, era um animal enfurecido dentro de grades de ferro. Se assustou com um titã que caiu em chamas agonizando ao seu lado, deu dois passos para trás e tropeçou em seus próprios pés caindo de costas naquela pilha de folhas secas recém incendiada, as chamas começaram a consumir suas roupas e pele, se levantou rápido correndo sem direção, atordoada mal notou que corria meio as chamas gritando e passando as mãos pelo corpo, até que percebeu.

Legends never die - A escolhida dos deusesOnde histórias criam vida. Descubra agora