Draco tinha seis anos de idade a primeira vez que ele viu duas almas-gêmeas se encontrando.
As festas dos pais dele eram, em geral, extremamente chatas, o salão de baile dos Malfoys cheio de adultos demais tendo conversas sobre trabalho e adultos de menos tendo conversas sobre Draco. Pior, quando Lucius finalmente se gabava de algo que Draco fez, os amigos dele resolviam que era uma boa oportunidade para se gabarem dos próprios filhos deles, o que Draco odiava. Ele não sabia como dividir atenção com outras crianças. Ele não tinha o menor interesse em aprender como fazer isso, não quando ele sabia que era o melhor e que merecia mais do que todo resto.
Não ter todo mundo prestando atenção nele era simplesmente uma injustiça e um crime, na opinião de Draco.
Talvez fosse egoísta – mas Draco tinha sido criado ouvindo que não havia nada de errado com egoísmo. Afinal de contas, isso só queria dizer que ele defendia os próprios interesses dele, e Lucius sempre o disse que isso era uma característica Malfoy, que isso era algo que os tornava grandiosos, e não havia porque Draco sentir vergonha ou culpa ou tentar mudar. Lucius o disse que não havia. Que ele deveria continuar assim, que esse era o jeito certo e bom e vitorioso. Então, talvez Draco fosse egoísta, e talvez ele fosse mimado, e talvez ele fosse horrível, mas ele amava atenção mais do que tudo, crescia e se fortalecia cada vez que a recebia, e exatamente por isso ele tinha virado amigo de Gregory Goyle.
Gregory amava dar atenção para Draco. Ele era quieto, não era bom com palavras, e ele sempre deixava Draco falar sem parar, ouvindo as palavras de Draco com muito interesse, concordando com a cabeça, ouvindo e concordando com cada uma delas sem tentar criar opiniões próprias igual Draco ouvia e concordava com Lucius. Era ótimo para o ego de Draco, apesar de que alguns discutiriam que o ego de Draco já estava grande o suficiente.
Draco adorava Greg, de qualquer maneira. Ele era uma das melhores partes das festas dos pais de Draco, seguindo Draco, sorrindo para Draco, o dando tudo que Draco precisava. Ele era o melhor amigo de Draco, sem dúvidas, e provavelmente o único amigo de Draco. As outras crianças puro-sangues achavam que ele era "irritante" o algo do tipo. Só fazia Draco revirar os olhos. Ele não se importava, não quando tinha Narcisa e Lucius, não quando tinha Greg.
Eles tinham seis anos quando aconteceu.
Greg já tinha tido o primeiro surto de crescimento dele, o que deixava Draco completamente indignado – ele ainda era o menor menino da idade deles, enquanto Greg era o maior. Draco queria ser o maior. Ele tinha certeza que ia ser um dia, porque Lucius e Narcisa eram bem altos, e todo mundo da família deles era o mesmo. Draco só estava esperando pelo seu próprio surto de crescimento chegar. Ele ainda iria ultrapassar todo mundo, ele sabia que iria.
Por enquanto, Draco se contentava empinando o queixo tanto quanto possível e tentando parecer mais alto do que realmente era.
Por enquanto, ele se contentava toda vez que encontrava Greg tendo que parar para comparar a altura dos dois, para ver se tinha crescido ao menos um pouco. Fazia Greg rir, toda vez, e Draco teria ficado mais bravo, mas no fim Greg nunca falava nada quando Draco bem claramente empinava os pés e roubava, então Draco deixava ele rir. De vez em quando, Draco até ria um pouquinho, apesar dele achar a situação toda extremamente séria.
Só havia uma criança da mesma altura que Greg e era um certo Vincent Crabbe. Em uma certa festa, Draco se viu olhando entre os dois e tentando pensar em quem era maior. Ele não conseguia descobrir.
Então, porque Draco não tinha nenhuma vergonha, ele chamou Crabbe, apesar deles não serem tão próximos assim. Porque ele não tinha tantos amigos assim e só estava parado do lado dos pais dele com uma expressão bem entediada, Crabbe veio. Draco só queria os colocar lado a lado para poder os comparar. Só isso.
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invisible string, DRARRY
FanfictionAlmas-gêmeas eram talvez uma das coisas mais unanimemente respeitadas em toda sociedade bruxa. Draco Malfoy, como toda outra criança, nasceu com uma marca no pulso dele. Quando a pessoa que aquela marca representava o tocasse pela primeira vez, a pe...