Namorar alguém que não era a sua alma-gêmea estava se tornando cada vez mais comum, conforme "os tempos mudavam", mas ainda era algo que trazia muito julgamento. No ciclo em que Draco andava, ao qual os Malfoys pertenciam, ainda era algo explicitamente proibido.
Quando acontecia, tinha que ser mantido como um segredinho sujo, escondido de tudo e todos a não ser que você quisesse acabar com toda a sua reputação e estragar a sua chance de ter um amor verdadeiro e duradouro. De qualquer maneira, se você quisesse tudo isso, você iria ter muita dificuldade sequer encontrando alguém disposto a ficar com você, para começo de conversa. Draco tinha beijado Theodore uma vez, antes de Theodore encontrar Blaise, mas foi com o entendimento mútuo de que seria só um beijo, só para eles saberem mais ou menos o que fazer quando encontrassem a pessoa deles.
O primeiro menino que Draco quis que fosse a alma-gêmea dele chamava Corban Yaxley Jr.
Draco tinha seis anos. Corban tinha nove. O pai dele era colega de negócios de Lucius e as mães deles eram amigas, e elas adoravam ficar tomando chá e fofocando enquanto as crianças brincavam. Tinha sido Narcisa que falou para Draco se aproximar dele, para começo de conversa. Corban era meio malvado. Ele era mais velho e ele adorava chamar Draco de pirralho, adorava zombar de Draco por fazer pirraça e imitar a voz de Draco de uma maneira bem mais fina do que necessário, gargalhando bem na cara dele toda vez que Draco dizia "meu papai vai ficar sabendo disso".
Ele tinha olhos e cabelos castanhos, e covinhas perfeitas. Ele ensinou Draco como falar palavrões, sem o contar o que eles significavam, e deixou Draco ir os repetir em frente aos pais dele sem saber. Ele ensinou a palavra sangue-ruim para Draco e o contou, soltando risadinhas, como o pai dele já tinha lançado cruciatus em vários Trouxas antes. Ele desafiou Draco para ver qual dos dois conseguia deixar a mão em cima do fogo por mais tempo, a primeira vez que Draco foi colocado de castigo e recebeu um esporro em toda a vida dele, mas eles ficaram com cicatrizes combinando e Corban disse que Draco até que era corajoso, então Draco decidiu que valia a pena. Corban bagunçou o cabelo dele e riu quando ele corou.
Corban Yaxley Jr. era um completo babaca. Draco queria ser igualzinho a ele. Draco queria que Corban o achasse legal, e por isso ele seguia Corban igual um patinho, imitando tudo que ele fazia, e queria ser a alma-gêmea dele mais do que tudo no mundo.
Quando eles trombaram os ombros um dia, nada aconteceu, e quando ele tinha dez anos, Corban tocou a mão de Trixie Lestrange e recebeu um soco no nariz, porque ele era a alma-gêmea da prima de Draco e ela era tão louca quanto a mãe dela. Corban só sorriu, os dentes cheios de sangue e o nariz meio torto e quebrado, parecendo mais feliz e mais apaixonado até do que Vincent e Greg quando se conheceram.
A próxima vez que Draco quis que um menino específico fosse a alma-gêmea dele, Draco tinha nove anos. Aeneas Carrow tinha a mesma idade, cabelos pretos cheios de cachinhos e olhos castanhos, e a expressão mais séria que Draco já tinha visto em alguém da sua idade, nada como os sorrisos constantes e fáceis e zombadores de Corban. A voz de Aeneas era fria e a pele dele era coberta de sardas e ele era tão mandão quanto Draco, o que os tornava os líderes dos grupos deles e, como resultado, os fazia conversar muito. Aeneas adorava recomendar livros sobre pureza de sangue e a filosofia por trás dela para Draco.
Um mês depois de Draco o notar de verdade pela primeira vez e começar a sonhar acordado em o tocar, Aeneas estava andando em Londres com o pai dele e trombou com um Trouxa. Ele caiu no chão, em choque, e o Trouxa parou para o ajudar, sem saber o que estava acontecendo, sem saber o que eles eram, mas sentindo algo de diferente também. Draco nunca viu Aeneas de novo, ou sequer ouviu o nome dele sendo mencionado. A mãe dele desapareceu também. Tecnicamente Draco nem devia saber o que aconteceu, mas ele ouviu Lucius e Narcisa conversando escondido.
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invisible string, DRARRY
FanfictionAlmas-gêmeas eram talvez uma das coisas mais unanimemente respeitadas em toda sociedade bruxa. Draco Malfoy, como toda outra criança, nasceu com uma marca no pulso dele. Quando a pessoa que aquela marca representava o tocasse pela primeira vez, a pe...