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𝚂 𝚃 𝚁 𝙾 𝙽 𝙶
Procuro Cacau pela recepção do hospital até que vejo ela sentada sozinha lendo uma carta.
— Ela vai ficar bem né? — digo, me sentando ao seu lado.
— Que susto! — ela diz e me entrega uma carta. — Toma, isso é para você.
— Para mim? — olho para a carta. — Carta pós o meu suicídio?
— Sim! a Laura que fez, eu já li a minha parte, pode ler a sua. — ela diz e levanta, ficando na minha frente. — A Laura sobreviveu..
Puts! Meu coração errou nas batidas.
— Vou ver ela, se você quiser pode ir depois. — ela murmura.
— Eu.. Acho que ela não quer me ver, né? — suspiro.
— Talvez, você seja a pessoa que ela mais quer ver nesse exato momento. — ela sorri sem amostrar os dentes e sai em direção ao corredor.
Abro a carta, lendo ela logo em seguida.
Querido, Gabriel... Sempre me imaginei fazendo isso, mas não sentindo um aperto no coração. Depois que você foi embora, meu mundo desmoronou. Eu me sinto só. Sim, eu menti para você. Menti de todas as formas. Mas infelizmente, eu não posso ficar aqui. Você merece alguém que não tenha complicação e tenha certeza dos seus sentimentos. Gabriel ou Strong, tanto faz. Eu entendi o porquê de você ter ido embora daquela maneira. Quem poderia ficar depois de descobrir o meu pior lado? Ninguém ficou, mas por que na sua vez seria tão diferente? Agradeço pelos nossos momentos, pelos poucos sorrisos sinceros que dei. Mas infelizmente estou partindo.. Ou melhor, eu já parti. Qual é a graça de viver estando morta por dentro? Isso não tem graça. Espero que seja feliz, assim como eu fui quando não tinha o meu coração partido e uma depressão profunda que me acompanha todos os dias.
Talvez esse não seja o momento, mas.. Eu te amo Gabriel, obrigada. E relaxa, eu aproveitei bastante ao seu lado.
— Eu também te amo Laura. — sussurro baixo, sentindo as minhas lágrimas descerem rapidamente.
— Tio, você está triste? — escuto uma voz baixa. Olho era uma menina sorrindo para mim. Ela dava aparência de 7 anos.
— Eu não tô triste. — murmuro, secando as lágrimas.
— Você quer o meu doce? Ele sempre me ajuda quando eu tô triste. — ela diz.
