Eu Te Ligo, Katsuki Bakugo

Ligação Negada

Já era sexta e algo na cabeça de Katsuki não fazia sentido. Não podia ser tão idiota e deixar ela partir não daquele jeito. Ligou para ela, tinha acabado de voltar das rondas e já era quase quatro horas da manhã.

- Mas que merda. - jogou o celular no sofá quando sua ligação caiu na caixa postal pra vigésima vez.

Pegou a primeira coisa que encontrou na sua frente e a jogou na parede do outro lado da sala. O jarro com alguns pequena flores que ele não lembrava de ter colocado quebrou e a água se espalhou pela parede com o impacto.

Respirou fundo indo no quarto colocando uma calça moletom, uma camisa cinza e uma jaqueta de couro. Calçando uma nota de cano baixo saiu de lá pisando firme com raiva.

Chamou um táxi percebendo que não estava em condições de dirigir nem pilotar algo. Provavelmente seria o suficiente para ela não olhar mais nunca em sua cara mas não tinha como. Hana mexia com ele de uma forma que o seu trabalho não estava indo muito bem pelas distrações com a loira.

Entrou na boate com raiva, estava prestes a explodir literalmente. As mãos suavam quando subiu na área do DJ e pegou o microfone da mão dele.

- Hana! Eu sei que você está por aí!

Foi só mais alguns gritos usando o microfone até que a loira aparecesse na sua frente com uma garrafa de água nas mãos. O cabelo loiro preso em um coque alto, as pernas torneadas aparentes na calça jeans justa, o top branco e a jaqueta jeans a deixavam bem diferente das outras vezes em que ela apareceu em seu apartamento.

Empurrou o microfone o empurrando no peito do DJ enquanto pulava as escadas pousando aos pés da loira que estava com os braços cruzados.

- Que merda você está fazendo aqui Bakugo? - arrepiou ao sentir o sobrenome sair da boca dela.

- Você não atendeu minhas ligações. Preciso falar com você.

- Vamos sair daqui. Você já chamou atenção demais Pro Hero. - Ela disse o puxando pela jaqueta de uma forma bruta.

- Eu precisava ver você. - Katsuki disse a ela enquanto era arrastado até à frente da boate onde o táxi que ele pegou o esperava.

- Desse jeito? Você está bêbado ou algo do tipo?

- Não bebi nada.

- Então que surto foi aquele? Você enlouqueceu?

Hana empurrou Katsuki para dentro do Táxi mostrando ao motorista o local para onde ele os levaria. O senhor confirmou com um aceno de cabeça.

- Hana...

- Agora não Bakugo.

O caminho foi silencioso e até que chegassem na porta do apartamento tudo ainda parecia normal. Bakugo tirou a chave do bolso abrindo a porta, em seguida foi puxado para dentro.

O som da porta batendo violentamente ao se fechar pareceu ser o gatilho para todos os sentimentos de Hana.

- Mas que porra, Katsuki! - gritou a loira. - O que você pensou que estava fazendo? Agindo daquele jeito, gritando meu nome parecendo um louco.

- Eu precisava falar com você.

- E achou que a melhor forma era indo até meu trabalho?

- Mas eu...

- Mas o que?

- Não consigo te tirar da cabeça, precisava falar contigo.

A loira ficou calada. Olhava para o vaso quebrado e lembrava das várias situações que tentava a todo custo esquecer.

- Não vai dar certo. - se virou para o loiro parando a alguns passos dele. - Não tem como temos alguma relação se você sente algo.

Ela estava indo em direção a porta quando ao passar por Katsuki sentiu uma mão segurar seu braço.

- Hana, eu...

- É o melhor a se fazer.

Bakugo respira fundo, tinha que fazer uma escolha e mesmo que fosse dolorosa a iria fazer.

- Vamos continuar com aquele combinado. - Hana olha para ele confusa. - Me ligue quando precisar de mim, eu não me importo.

- Mas...

- Você é só um caso para mim também, eu não me importo.

Katsuki a soltou. Hana tinha o olhar fixado no local que ele segurou, então era isso. Precisava sair dali o quanto antes, precisava pensar.

Quando a loira bateu a porta do apartamento mais devagar do que a última vez foi quando Katsuki pode soltar o ar que estava prendendo.

- Não acredito que eu estou mesmo fazendo isso.