Adorável (Luiric/Polipa/Joento)

2 temporada:Pesadelo

Gatilho:Abuso sexual.

Eric:Tem que ter um jeito.-diz determinado. Na minha casa tinha uma passagem secreta que dava para o lado de fora. Talvez aqui tenha algo do tipo.
Emanuel:Agora que associei o nome. Você é o menino que supostamente enterrou o Leonardo vivo.-diz sorrindo.
Eric:"Supostamente".-diz rindo.
Emanuel:Você tem a minha admiração.-diz com os olhos brilhando.
Eric:Obrigado.-diz estranhando a situação.
Emanuel:Pode parecer horrível, mas fiquei feliz quando soube da morte dele.
Mariano:Isso é horrível!
Emanuel revira os olhos.
Eric:Além do Leonardo, mais alguém conseguiu fugir?
Gabriel:Que eu lembre não. Por que quer fugir tanto daqui?É seu primeiro dia aqui.
Eric:Já percebi que é um lugar horrível, fora que estou com saudades do meu namorado.- sorri quando diz a palavra "namorado".
Gabriel sorri.
Gabriel:Fofo, pode contar comigo para o que precisar.
Emanuel:Você não é de São Paulo?
Eric:Sim, por quê?
Mariano:Se conseguir fugir, como vai chegar até lá?
Eric:Onde estamos?-pergunta um pouco confuso.
Mariano:Arujá.
Eric:Droga. Primeiro vou dar um jeito de sair daqui, depois penso em como voltarei à São Paulo. Só espero que Luigi esteja bem.

Em São Paulo, de noite, Luigi está correndo em uma rua escura, sem nenhuma iluminação e sua única companhia é um homem todo de preto que o persegue.
Quanto mais Luigi olha para trás, mais perto o homem fica. O homem corre mais rápido, puxa o pé do Luigi fazendo-o cair. O homem deita encima dele, Luigi tenta escapar, mas infelizmente, o homem coloca todo o peso do seu corpo encima dele, mesmo assim, o menino tenta sair debaixo do homem.

Homem:Fica quieto, senão vai doer mais.-diz no ouvido do menino. O homem abaixa suas roupas de baixo até o joelho.

Luigi grita e acorda assustado.

Luigi:Só foi um pesadelo.-diz ainda muito nervoso, com uma mão no peito.

Luigi sente umidade em seu lençol, leva sua mão até sua calça e percebe que a umidade é somente suor. O garoto levanta da cama, vai até o seu guarda roupa e tira um lençol limpo de dentro dele. Joana adentra o quarto.

Joana:O que aconteceu, filho?Ouvi um grito, até pensei que tinha vindo da televisão, mas estava desligada.
Luigi:Tive um pesadelo.-explica
Joana:E aconteceu um acidente?-pergunta olhando para cama do filho.
Luigi:Não é o que está pensando, é só suor.-diz um pouco triste. Meu coração está batendo muito rápido, a ansiedade está atacando.-diz com os dois olhos cheios de lágrimas.

Joana vai até seu filho e o abraça.

Joana:Calma, eu estou aqui.
Luigi:Pensei que já estava melhor.-diz chorando. Sonhei que estava sendo abusado de novo.
Joana:Só foi um pesadelo.-diz acariciando as costas dele, tentando acalmá-lo.
Luigi:Acho que preciso voltar à ir para psicóloga.-diz ainda muito abalado.
Joana:Tá bom, vou ligar para ela quando amanhecer.
Luigi:Que horas são?-pergunta se separando do abraço.
Joana:Quase cinco horas.
Luigi:Acho que já vou tomar banho.-diz secando suas lágrimas.
Joana:Ainda pode dormir mais um pouco.
Luigi:Não sei se conseguirei e estou me sentindo nojento, prefiro tomar um banho quentinho, depois me deito mais um pouco.
Joana:Então vou arrumar sua cama.
Luigi:Obrigado mãe.-diz sorrindo.
Joana:Não precisa agradecer.

Joana dá um beijo na testa do filho. O garoto pega uma toalha, algumas roupas e vai ao banheiro, tranca a porta, se despe, abre o registro e entra embaixo do chuveiro. Enquanto se ensaboa, Luigi não deixa de lembrar do primeiro banho após a volta do desaparecimento.
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Luigi esfrega sua coxa com uma escova de lavar roupa, tão forte ao ponto de sua coxa ficar vermelha.
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Luigi:Nunca esquecerei disso.-diz apertando sua coxa esquerda.

Luigi termina o banho, fecha o registro do chuveiro, sai do box, seca seu cabelo e corpo, se veste e sai do banheiro. Chegando no seu quarto, olha para a cama e percebe que está arrumada, Luigi caminha até a cama, deita e se cobre com as cobertas.
O garoto tenta dormir durante quase uma hora, depois desse tempo, desiste. Logo o despertador do seu celular toca, o menino desliga o alarme, levanta da cama, troca de roupa, pega seu celular, sua mochila e sai do quarto.
Coloca sua mochila encima do sofá, vai ao banheiro, ao se olhar no espelho, percebe olheiras escuras e profundas em seus olhos, faz sua higiene pessoal e sai do banheiro. Vai para a cozinha e se senta em uma cadeira de frente para sua mãe e e do lado do seu irmão.

Mário:Bom dia.-diz animado.
Luigi:Bom dia maninho, pelo menos alguém está feliz.-diz dando um sorriso fraco, olhando para seu irmão.
Joana:O que aconteceu?-pergunta percebendo as olheiras do filho.
Luigi:Não consegui dormir depois daquele pesadelo.-responde triste.

Joana coloca sua mão sobre a do filho.

Joana:O consultório da Aline só abre as oito horas, ligarei para lá de tarde.-diz acariciando a mão do Luigi.
Luigi:Tá bom, muito obrigado.
Sérgio:Quem é Aline?
Luigi:Minha psicóloga.-responde.
Sérgio:Joana, vamos conversar em particular.-diz levantando da cadeira. Sérgio e Joana caminham para longe dos filhos.
Joana:O que foi, Sérgio?
Sérgio:Essa psicóloga não é particular, ou é?
Joana:Sim, é a mesma de sempre.
Sérgio:Esqueceu que estamos economizando?Não podemos dar esse luxo.
Joana:Não é luxo algum, é a saúde do nosso filho!
Sérgio:Ele já deveria ter superado, deveria até trabalhar para ajudar com a casa.
Joana:Não!Só o Luigi sabe a dor e sofrimento que passou e ele não precisa trabalhar. Primeiro que estamos dando conta de tudo e segundo, quero que ele foque nos estudos.
Mário:O que será que estão falando?
Luigi:Acho que sobre mim.-responde um pouco triste. Vou escovar os dentes e já podemos ir.-diz levantando da cadeira e caminhando ao banheiro.

Alguns minutos depois, Luigi chega na escola, vai para sala de aula, senta em sua cadeira, olha para a cadeira que pertencia à Eric, fica abalado, coloca seus fones de ouvido e escuta a música:Lovely.
No corredor, Jéssica e Filipa estão chegando na sala de aula, mas escutam Poliana chamá-las e se viram para trás.

Filipa:Bom dia Poliana.
Poliana:Por que vocês saíram ontem sem mim?-pergunta diretamente, chateada.
Filipa:É que...-não consegue pensar em nenhuma desculpa.
Jéssica:Nós fomos em um lugar que você não conhece.-responde a pergunta da Poliana.
Poliana:Poderiam ter me chamado, vi vocês e me senti excluída.
Filipa:Ah Poliana, para de drama, não precisamos andar sempre juntas.-diz com um tom de voz um pouco grosseiro. Poliana fica triste e passa por elas e vai direto para sala de aula.
Jéssica:Não pegou muito pesado?
Filipa:Talvez, mas foi melhor assim, se fossemos falar toda a verdade, teríamos que contar do Bento, vingança e tudo mais.
Jéssica:Esquecemos de falar para ela que precisamos ter cuidado ao andar de mãos dadas.
Filipa:Verdade, espero que ela entenda. Filipa e Jéssica entram na sala, colocam suas mochilas sobre a mesa e cumprimentam Luigi.
Luigi:Bom dia meninas.-diz olhando para as duas.
Filipa:O que aconteceu?-pergunta  reparando as olheiras do menino.
Luigi:Pelo jeito todo mundo vai reparar.-suspira triste. Dormi muito mal.
Filipa:Ah bom, desculpa ter reparado.
Luigi:Tudo bem, sei que não foi por mal.
Filipa e Jéssica vão até Poliana.
Filipa:Poliana, me desculpa, estou um pouco atordoada com algumas coisas.
Poliana:Exagerei um pouco também.
Filipa:Também quero falar que não podemos demostrar muito afeto em público. Minha mãe é bastante religiosa, alguém pode tirar uma foto e mostrar para ela.
Poliana:Quem faria isso?
Jéssica:Pessoas desocupadas.-responde.
Poliana:Tudo bem, é melhor sermos só amigas.
Jéssica:Não precisamos, podemos ficar juntas na casa uma da outra.
Poliana:Não quero desse jeito, acho mesmo que a melhor solução é sermos somente amigas, pelo menos da minha parte.
Jéssica:Mas...
Filipa:Está tudo bem.-diz interrompendo Jéssica. Não vamos insistir.-diz para Poliana.

De tarde, na casa dos Antunes, Joana desliga o celular e Luigi se aproxima da mãe.
Luigi:O que a psicóloga disse?
Joana:Tem que marcar consulta e a agenda dela está cheia. Então ela recomendou um lugar muito bom.
Luigi:Que lugar é esse?
Joana:*CAPS. Lá tem até passatempos e jogos. Podemos conhecer amanhã, não fecha no meio dia.
Luigi:Tá bom.-sorri.

*CAPS:Centro de Atenção Psicossocial Infantil.