Chapter One

67 10 94
                                    

Weird day

O brilho forte da luz do sol que entrava pela fresta da cortina aberta, em seu rosto, o fez despertar; abriu os olhos com muito esforço tentando tapar a claridade com as mãos.

Quando se acostumou com a luz e abriu os olhos propriamente, percebeu que acordara antes do despertador, o que era bom; odiava o som que praticamente gritava em seu ouvido, o obrigando a levantar e viver mais um miserável dia.

Se levantou e desativou o despertador que despertaria em vinte minutos; eram nove e dez da manhã e - "nossa...como é bom acordar a esse horário em plena terça-feira" -. Antes de bloquear a tela do celular novamente, recebeu uma notificação de mensagem, de Niall.

...

Loira: Não se esqueça da consulta, Harold. Me conte tudo quando voltar ;)

Você jamais me deixaria esquecer, não é?

...

Essa maldita consulta. Edward odiava ir ao médico mas precisava, ele admitia que precisava resolver isso urgente, antes que sua cabeça colapsasse e subitamente explodisse. Caminhou em direção ao banheiro para tomar banho e como sempre, desviou o olhar do espelho em sua frente.

Harry não sabe explicar bem o por quê, mas se olhar no espelho equivale a encarar um desconhecido; ele não gosta de desconhecidos. Se sua imagem naturalmente não lhe agrada, quem dirá assim, quando acaba de acordar; com os olhos inchados e os cabelos bagunçados...talvez não só os cabelos mas tudo que via era uma completa bagunça.

Não se apresse a admitir que Harry desgoste de seu exterior, muito pelo contrário, ele sabe bem que é inexplicavelmente belo. Mas nem tudo que se vê é o que realmente deve ser enxergado; pode parecer complicado, mas quando Harry se vê no reflexo do espelho, enxerga muito além de cachos sedosos; sua pele com míseras, imperceptíveis imperfeições, suas grandes esmeraldas que brilham em um vívido verde; seu surreal corpo que poderia facilmente ser comparado à mais bela obra, pintada pelo melhor dos artistas. Ele enxerga o que há por trás de tudo isso, e tudo que entende, ou tenta entender, é uma grande bagunça; sem dicionário ou manual de instruções.

Enfim, se desvencilhou de seus pensamentos e entrou debaixo do chuveiro, levantou o rosto em direção a água quente e, de olhos fechados, deixou que ela escorresse por todo o seu corpo; sem pressa, levando todo o caos que insistia em permanecer consigo.

Lavou os cabelos com um shampoo novo que comprara, especial para cachos; é difícil encontrar um produto que o agrade, quando não deixam seu cabelo muito seco, o cheiro é horrível. Mas esse tinha cheiro de maçã com canela, não um cheiro forte e ardente que chega a doer o nariz, mas seco e confortável.

"Espero que não destrua meus cachos".

Saiu do banho com uma toalha preta amarrada em sua cintura e outra presa em seus cabelos, assim como aprendera com sua irmã Gemma, quando mais novo.

Sempre a via com a toalha em volta da cabeça e queria a imitar, mas nunca tivera cabelos compridos o suficiente, agora seus cachos batiam nos ombros e podia finalmente.

Parou em frente ao espelho e era como se, de olhos abertos ele tapasse sua visão, já que agora a restringia a fim de ver apenas o que seu exterior o revelava.

— Adorável. - murmurou a si mesmo, baixinho, enquanto fitava a toalha em seus cabelos com um singelo sorriso.

Antes de procurar uma roupa no closet, foi em direção a janela para terminar de abrir a cortina e permitir que a mesma luz que o acordara, entrasse mais a dentro e iluminasse todo o quarto, grande demais para alguém que vive sozinho.

The One and OnlyOnde histórias criam vida. Descubra agora