Prologue ⅠⅠ

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— Mas eu não entendo, você disse que ele foi levado pelos homens. - Phoebe participava da conversa, atordoada com a ideia de não ter mais a presença de Malik. — Por que assumem que ele está morto?

— Phebs... - Félicité pediu a irmã que esperasse um pouco para entrar nesse assunto, em respeito a dor do irmão que mal podia abrir os olhos.

— Não! Zayn é meu irmão também. - Louis não podia culpá-la, ele entendia que também devia doer a ela. — E eu quero saber se há algo que possamos fazer pra salvá-lo! Não abandonamos família!

— Phoebe, não há nada que possamos fazer, sabe por que? - Louis se levantou abrupto e caminhou em direção a garota, que se assustou e recuou alguns passos, com a expressão dolorida. — Por que aqueles caras trabalham para a rainha, e a essas horas ele pode não estar morto, mas está em um calabouço esperando o decreto daquela bruxa para sua morte. Ele não vai sair impune, Phebs... - seus ombros, assim como seu olhar, caíram em derrota.

O choro de sua irmã se intensificou, e em certo momento pôde-se ouvir os choros silencioso de toda a família dentro daquela pequena sala. Phoebe se agarrou contra o peito do irmão, e recebeu afagos em suas costas; todos partilhavam da mesma dor.

Louis viu Mark conversar com dois integrantes da corporação pela fresta da cortina, do lado de fora da sala; os dois concordaram com a cabeça antes de se despedirem do homem, que entrou alguns segundos depois; percebeu a situação e se juntou ao abraço da família.

No dia seguinte, teve-se a confirmação. Louis estava certo em seus dizeres a irmã mais nova, Zayn não estava morto, estava preso a espera de seu decreto final. Logo de manhã, os funcionários do castelo foram às ruas fazer o anúncio; às quatro horas da tarde, o traidor seria executado. A notícia se espalhou por todos os cantos, entre todos os camponeses de diversos reinos.

Executado.

O inacreditável; ouvir cada palavra proferida pelo anunciante da realeza era equivalente a facadas em todo seu corpo, suas pernas amoleceram e sua cabeça girava em uma tontura nunca antes sentida. A ânsia tomara conta de seu corpo, e Louis pôde sentir cada centímetro de seu corpo adoecer, em repulsa ao que estava por vir.

— Você não deve ir. - Mark, preocupado com o estado do filho e principalmente em manter sua sanidade mental, proferiu.

— Eu devo, é o mínimo. Estar presente em seus últimos momentos é o mais digno a se fazer. - Louis respondeu. — Imagino que ele queira ver ao menos um rosto conhecido, e saber que não está sozinho, saber que o que ele fez não foi em vão.

Johannah se aproximou do filho o dando um abraço por trás. — Concordo com seu pai, acho que não deva ir. Será demais para você, meu filho, seria demais para qualquer um; espero que entenda minha decisão de não ir. - Louis concordou com a cabeça e se virou para retribuir o abraço da mãe. — Mas te apoio seja qual for sua decisão, faça o que achar melhor. Estarei te esperando para te reconfortar.

Quatro horas da tarde, em frente a entrada principal do castelo. O pátio fora capaz de acomodar centenas de pessoas que lá estavam presentes para acompanhar a execução. Imaginar que toda aquela gente estava lá apenas para assistir a morte de alguém, por puro entretenimento, despertou o mais profundo nojo em Louis; mas sua expressão teve de ser contida, afinal estava bem em frente ao castelo, e como se não bastasse, na presença de aproximadamente duzentos e cinquenta guardas reais, que estavam ali para fazer a guarda da rainha que logo chegaria.

Após alguns minutos observando as pessoas ao redor, Louis começou a perceber rostos conhecidos; dezenas de integrantes da corporação estavam ali presentes, visivelmente derrotados, prestando suas condolências ao companheiro. Eles se entreolhavam em alguns momentos, mantendo a discrição e evitando ao máximo olhares que durassem mais de três segundos, mas era reconfortante a todos saber que não estavam ali sozinhos.

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