One

2.9K 249 472
                                    

Eu aqui,

amores, essa fanfic é um pouco pesadinha, acho que vocês já devem ter sacado que a Lena é depressiva então pode ser que haja gatilhos.

Não sei se os sentimentos e descrições estarão similares à realidade pois minhas bases foram poemas, poesias e alguns relatos sobre o assunto, e não estudos concretos, então não se sintam ofendidos.

Enfim, espero que gostem.🍁

[...]

As palavras estavam sufocadas, presas em sua garganta, sentimentos que a impediam de respirar corretamente.

Tudo girava.

Nada estava em seu lugar.

Lena nunca esteve em seu lugar. Pelo menos nunca se sentiu pertencente à um.

Foi abandonada pelo pai antes mesmo de nascer, sendo constantemente lembrada de como era um fardo, em sua infância, teve que ver sua mãe se suicidar e foi jogada de orfanato em orfanato até que a justiça lhe forçou a viver com o pai.

A vida de Lena nunca foi sinônimo de felicidade. Muito pelo contrário.

E ali estava ela. Com os punhos cerrados e a pele da mão rompida em formatos de meia-lua, cujo suas unhas foram as causadoras, olhos fechados, lágrimas escorrendo como cachoeiras e sua mente bagunçada, no mínimo.

Enquanto um lado seu lhe dizia: "Respira. Não é a primeira vez que você se sente assim. Você já enfrentou dias piores." o outro repetia tudo que ouvira em sua infância e como aquilo doía. Doía porquê era a verdade que Lena conhecia.

Era uma luta de Lena com ela mesma.

Nunca houve alguém para desmentir isso.

Apenas ela.

Ela a fazia acreditar que sua existência valia a pena.

Sim. Ela era diferente.

Levando suas mãos trêmulas ao encontro a sua face, a morena sentia o silêncio a emocionar pois sua mente estava em prantos.

Abraçada pela lembrança do rosto angelical, olhos azuis e cabelos loiros, Lena se obrigou a levantar-se, apoiada na bancada de mármore, encarou através do espelho diante de si.

A Luthor estava esgotada. Sobrevivia por fora enquanto morria por dentro.

Com a vista turva pelas lágrimas que já faziam um percurso conhecido, abaixou a cabeça e puxou mechas de seu cabelo em uma tentativa inconsciente de alívio.

Ela não tinha coragem de se encarar.

De encarar o que havia se tornado, mas algo em seu interior masoquista queria que Lena visse, e foi o que fez ao levantar a cabeça.

Enquanto analisava profundamente sua anatomia atual, via suas íris verdes, agora opacas, as olheiras fundas e arroxeadas dando contraste à sua pele leitosa, seus lábios estavam ressecados, rasgados por seus dentes, sangue seco preso por entre cada rachadura, seu cabelo desgrenhado, percebia também o desespero inconsciente, a súplica por ajuda, como ninguém notava?

Em um ato letárgico, abriu a terceira gaveta do armário de seu banheiro.

Ao pegar o pequeno objeto de metal e se pôr dentro da banheira de mármore Carrara, Lena se perguntava como chegou à aquela situação, mas ela sabia a resposta.

Wait! (I still haven't said everything i should)- KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora