A tardinha logo passou escondendo o sol lá no horizonte. José terminou seus serviços e tomou um cafezinho comigo. Depois pegou suas coisas e com sua família retornou pra casinha bem ao fundo da fazendo, lá perto do bananal, do outro lado da estrada.
Fiquei sozinho e pensando no que fazer à noite. Vender ou não o novilho? Ah, mas só se o preço for bem justo, pois eles estão bem alimentados e saudáveis.
Fui à varanda amparada pelo telhado de barro e me espreguicei acomodando meu corpo com exatos 88 quilos de músculos bem distribuídos em torno de 1,84 de altura em cima de uma rede. Fiquei sem minha blusa revelando minha barriga tanquinho e depilada para pegar um ar limpo. Sou assim não por academia, acho isso perda de tempo, mas sim pelo árduo serviço do dia a dia no campo. Tirei as botas e liguei o rádio para ouvir alguma coisa que preste.
Vez ou outra eu vagava delirando me imaginando metendo com vontade na mulher do Barnabé. Sempre quis pegá-la de jeito, mas nunca consegui. Mas de hoje ela não me escapava, a não ser que Eduarda venha, ai é outra coisa. Ela é muito linda com seus 23 aninhos. Seu corpo é um baita filé comparado com sua mãe. E quem sabe não role uma suruba com as duas? Mas vai com calma, Marcus, aí é muito arriscado, uma por vez chegamos lá.
A noite chegou, e para meu azar a chuva também. Será que virão? – perguntei-me debruçado à janela vendo as gotas caírem lá fora. Por entre as árvores avistei José e sua esposa se aproximando.
– Olá patrão. – falou subindo os degraus da velha escada de madeira. Sua voz tinha aquele timbre de peão de roça.
– Oi, José. Pode entrar e sentar-se à sala. Já estou indo sô.
Fiz o contorno e logo cheguei onde eles estavam.
– Cadê a Julinha? – perguntei sentindo falta da garotinha levada.
– Ela dormiu cedo, sinhô. – respondeu-me Josefa. – Tadinha sempre fica ruinzinha quando esse tempo maluco muda. Ora tá quente, ora tá frio.
– É, sei como é isso. – assenti e me sentei noutro sofá. Eu estava com calça jeans rasgada nos joelhos e uma blusa xadrez mesclada a vermelho e branco. Minha cabeça estava adornada com um chapéu de couro marrom, e meus pés calçados com botas cor amêndoas.
– Será que Barnabé não vai vir? – perguntou-me José se ajeitando no seu assento enquanto preparava um cigarro de fumo de rolo.
– É, meu parceiro... com essa chuva, acho meio difícil hein. – olhei para fora, e vi um relâmpago cortando o céu escuro. – Se eu fosse você parava de fumar essa merda aí, tá?
– Não tem jeito, sinhô. Cigarro é minha companhia.
Balancei a cabeça rejeitando aquilo, coitado, não sabe no que tá se metendo. De repente, ouvimos um buzinar se alarmar pelo lado de fora que me fez ir até a janela. Era a caminhonete dos compradores. Eles estavam lá na porteira esperando que alguém fosse abril-la.
– Chegaram. – disse a José. – Vá os receber meu amigo.
O capataz saiu levando consigo um guarda-chuva. A chuva decidiu literalmente despencar. E ao retornar observei que eram apenas Barnabé e Margarida. Que merda! Cadê a Duda?!
– Boa noite. – saudei ao homem e apertei sua mão. – Tudo bom? – perguntei à senhora Lombard laçando-a bem forte com meus braços. Mas nada de indecente. Nossa... o cheiro adocicado dela era um pecado invadindo minhas narinas. Impregnou meu olfato até chegar ao meu cérebro. – Então, vamos conversar e tomar um café lá na cozinha?
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Marcus - Degustação 10 caps
RomancePrimeiro volume da trilogia Irmãos. 18+ Marcus, o Cowboy. Um homem do campo cujo desejo por sexo não tem limites, e além do mais, sua rotina sexual se limita em transar apenas uma única vez por mulher. Mas será que continuará a pensar assim após con...