Mudança - 🇦🇷🇧🇷

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RS - Ah!

Disse se assustando após esbarrar em uma caixa da mudança de dentro do caminhão e a mesma cair, deixando o conteúdo da mesma se espalhar pelo asfalto da rua.

RS - Muito obrigado, viu, porra?!

Brigou com Rio de Janeiro, que segundos antes do "acidente" havia o empurrado acidentalmente pela pressa, mesmo sendo sem querer, isso causou irritação no gaúcho, que nesse momento descia do caminhão para pegar os itens caídos.

Rio de Janeiro - Eu avisei pra sair da minha frente.

Respondeu descendo do caminhão.

RS - Vai me ajudar não?

Rio de Janeiro - Eu não, tenho coisa mais importante pra fazer, coitadinho da caixa.

RS - Tipo esconder tuas revistas?

O fluminense parou, arregalando os olhos pela frase nada discreta do irmão.

Rio de Janeiro - Como é que tu sabe?!

RS - Ah, Rio... Devia ter fechado a caixa direito.

Respondia agachado pegando as coisas do chão, eram brinquedos dos mais novos e caixas de jogos de videogame.

Rio de Janeiro - Não conta pro Sampa!

RS - Depende.

Rio de Janeiro - Teu cu!

Respondeu irritado indo em disparada pra dentro da nova casa, enquanto o alemão-brasileiro ria da situação, embora não estivesse completamente confortável com a nova vida que teria.

Sempre odiou mudanças, sempre preferia a calmaria e, principalmente, paz, o que costumava fazer olhando as árvores.

- Você quer ajuda?

Conforme se levantava, viu um certo argentino, que, da primeira vez que se viram, parecia mal humorado e fechado, mas agora, exibia um gentil e enorme sorriso.

RS - S-Sim, obrigado...

Disse levemente desconcertado. Buenos Aires pegou a caixa, e, consequentemente, tocou sua mão, uma pele fria, porém, ao tocar, sentiu esquentar. Esse momento não durou mais do que apenas 3 segundos, pois sabia que, mais do que isso, o gaúcho já iria estranhar.

Buenos Aires - Porquê seus irmãos não estão ajudando?

Perguntava conforme se afastava cuidadosamente para não derrubar a caixa.

RS - Bem... Faltava pouca coisa, e como eu e Rio acabamos ficando por último, pegamos as últimas coisas.

Desceu do caminhão com a última caixa, avisando aos motoristas que já havia pegado tudo.

Buenos Aires - Aquele tal do Rio parece problemático.

RS - Só parece.

Disse com um leve sorriso no rosto, o qual o argentino olhava apenas de relance, algo o impedia de olhar diretamente para o rosto pálido do gaúcho.

RS - Ele só paga de rebelde e bad boy, mas quem conhece ele sabe que ele ama cultura e arte, mesmo que ele mal admita.

Buenos Aires - Acho que eu devo tentar aprender mais sobre vocês.

Disse disfarçando o quão sua visão sobre os "novos irmãos" brasileiros era estereotipada e, num contato com um brasileiro agora, era até ofensiva. Os dois chegaram à perto, Buenos cedeu a passagem para Sul passar, e logo em seguida entrou fechando a porta.

RS - S-Sabe Buenos Aires...

Deixou a caixa que segurava no chão, chamando a atenção do argentino para si ao falar seu nome.

RS - Eu tava... Com um certo medo de... De vocês sabe?

Se levantou levemente constrangido pela frase.

Buenos Aires - Como assim?

RS - Pra mim essas mudanças são... Horríveis sabe... N-não é nada pessoal eu juro!

Buenos Aires - Não, tudo bem, eu entendo.

Colocou as mãos nos bolsos do moletom.

Buenos Aires - Eu também odeio mudanças mas... Você meio que me fez gostar delas.

Sorriu para o gaúcho.

Buenos Aires - É alguém bem agradável pra o que eu tava esperando ser um inferno na minha vida.

Rio Grande do Sul já não sabia o que sentia ou o que estava fazendo, apenas uma euforia tomou conta de seu corpo, lhe fazendo pular entrelaçando seus braços no pescoço do argentino, com seu corpo se apertando contra o dele, sentindo seu cheiro grudar em si. Até perceber o que estava fazendo e se afastar.

RS - Ah, f-foi mal é...

Passou a mão pelos cabelos loiros olhando para algum canto, completamente sem jeito.

RS - Costume brasileiro sabe...

Buenos Aires - Eu estou começando a gostar desses costumes brasileiros... Sabe...

Disse também sem jeito, tentando fazer seu olhar se desviar do menor, mas seu cérebro, de alguma forma, o mandava olhar, mesmo de relance, para o gaúcho em sua frente, tão desconcertado quanto si.

RS - E-eu vou arrumar minhas coisas! Muito o-obrigado!

Falou alegremente, mesmo com um tom tímido na fala, se afastando, o que não percebeu, era a ação de Buenos Aires, com um sorriso fraco, tirando uma das mãos do moletom, e acenando gentilmente enquanto o observava desaparecendo pelos degraus.

Provavelmente ninguém mais tá lendo essa poha-

Statehumans: Novos irmãosOnde histórias criam vida. Descubra agora