A INCORRUPTA - IRELIA FROSTBORN

Capítulo 3 - Iminência Nas Sombras

Iminência Nas Sombras

20 de agosto, ano 498 depois da grande catástrofe.

Após quatro dias do recebimento da carta do rei, eu ainda estava em posse de Bárbaria. A cidade estava silenciosa, as ruas vazias, únicas pessoas ainda circulando por todo território era os soldados sob meu comando. Alguns se embebedavam, outros amolavam suas lâminas, mas o que me incomodava mesmo era a ideia de continuar mais um dia nesta cidade. Enquanto me bainhava em um caldeirão de aço com tochas embaixo dele, dentro de uma casa ao qual havia sido pertencido a algum soldado Bárbaro, alguém batia na porta do banheiro em que estava.

~~Tum~~Tum~~

- O que quer? Não dá pra resolver você? – disse em voz alta.

- Minha senhora, o príncipe Túlio chegou na cidade junto de reforços. Ele chama pela senhora.

- Deixe-me me vestir, já estou a caminho...

Logo que sai de dentro do caldeirão, senti como o chão estava frio, me perguntava:

"Como eles conseguiam viver todos os dias nesse clima tão frio?"

Aos poucos colocava de volta minha armadura-leve que por dentro era composta de couro de javali, o que me mantinha aquecida. Ao sair daquela casa, logo de cara, um grupo de cavaleiros montados em cavalos estavam a minha espera:

- Comandante Frostborn, por favor nos siga, o príncipe deseja vê-la.

- Está bem... – disse enquanto enxugava meus cabelos com uma toalha amarela de algodão.

O cavaleiro me levou até a praça central, onde havia montado uma tenda toda em vermelho e dourado. Fiquei observando em volta e pude perceber a segurança que havia, inúmeros cavaleiros rodeavam a tenda, talvez mesmo se eu quisesse fugir, não haveria como. Um cavaleiro havia entrado antes de mim, para então pedir a permissão para que eu entrasse, mas como sou impaciente, entrei eu mesma sem pedir autorização. E ao ver o príncipe Túlio em pé com uma taça de vinho em suas mãos ao lado de uma mesa com o mapa da cidade em cima da mesma, eu então disse:

- Olá Túlio, veio resgatar a glória de uma batalha depois dela ter terminado?

- O-o-que disse? – disse o guarda assustado sacando imediatamente sua espada – Você nem ao menos se ajoelha na presença de lorde Túlio.

- Deixe-a, ela sempre foi desse jeito mesmo...

- M-mas majestade!! – retrucou o guarda ainda confuso.

- Saia!!

Logo que o guarda saiu da tendo...

- Parabéns, você conseguiu o impossível... conseguiu o que nem meus antepassados conseguiram: conquistar barbaria.

- Desenrole o que você quer para que possa partir dessa terra de merda.

- A partir de hoje serei lorde desta cidade, pegue seus homens e volte para Valência.

Uma ordem tão simples e rápida, estava um pouco surpresa, achei que ele me forçaria ficar ao seu lado como castigo das vezes que fui um pouco... ignorante. De repente me veio uma pergunta na cabeça:

- O que você fará com os habitantes? Tem muita gente morando neste lugar.

- Mas é óbvio, vamos expulsá-los desta terra e deixar suas casas para venda. Quero fazer um dinheiro com isso. - respondeu Túlio ao final, com um sorriso no rosto.