2 - Primeira noite fora de casa.

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⌗ Vocês estão prontas crianças? Boa leitura!

A chuva ganha força com o decorrer da madrugada, o céu escuro e repleto de nuvens carregadas começa a ter brilho pelos raios e relâmpagos. O carro que os seguia se perdeu na neblina e por sorte foi possível enganá-los em uma curva. Sorte a de Sero, porque Katsuki estava a um passo de matá-lo por roubar drogas.

- Me diga ao menos que é de qualidade, porque eu não quero ter quase morrido atoa. - Sentado sobre o capô do carro, Kaminari esperava seu irmão encher o tanque de gasolina com um guarda-chuva em mãos.

- Mesmo se for, você não vai usar.

- Ah? Porque não? - Incrédulo, o loiro desceu de onde estava. - Sacanagem, se você pode, eu posso também.

- Eu sou adulto, você não. - Rebateu, ainda segurando o galão de gasolina. - E não me enche o saco, já não basta esse cheiro horrível aqui me dando dor de cabeça.

- A gasolina? Mas o cheiro é tão bom.

- Foi assim que o Sero entrou pro mundo das drogas, você trate de parar de achar esse cheiro bom. - O olhar de Bakugou era tão sério sobre aquilo que até parecia que ele era o sã do grupo. - Já basta um maconheiro aqui.

- Você, no caso? - O tapa na cabeça foi desviado. - Hoje não, hoje não.

Ainda dentro do carro, Eijiro e Sero estavam em silêncio. Não sabia-se exatamente o motivo, mas ambos estavam quietos. Um olhava para a janela observando a maneira como as gotículas de água escorriam pelo vidro, e outro mexia inquieto em suas pulseiras coloridas. Isso, até Sero tomar a palavra de repente.

- Você sabia que biologicamente falando temos mais água no corpo do que qualquer outro tipo de molécula? Logo, pela bíblia, o certo seria Deus ter nos feito de água e não barro? - Virando a cabeça para trás, ele encarou o menino. - É sério, raciocina comigo.

- Mas barro tem água. - Tentando seguir a linha de raciocínio do outro, Kirishima parou o que fazia. - Espera, mas tem mais terra do que água. Verdade.

- Pois, é. Pois é. - Rindo como se tivesse descoberto a cura de alguma doença, o latino virou seu corpo na direção do outro menino, para observá-lo melhor. - Bakugou disse que você não iria fugir com a gente.

- É, eu não ia. - Confirmou, antes de um sorriso pequeno traçar seu rosto. - Mas mudei de idéia.

- E porquê mudou de idéia?

- Vocês são minha família. - As palavras de Kaminari surtiram efeito. - Se minha família foge, eu fujo também.

Sero ficou em silêncio por um período curto. Ele podia estar fora de si naquele momento, mas sabia o quão assustado o outro estava. Desajeitado, ele passou para a parte de trás do fusca, pisando em tudo que fosse lugar errado, apenas para abraçar Kirishima, que retribuiu o abraço também desajeitado. Novamente em silêncio, eles ficaram.

- Que tipo de pegação estranha é essa? - Com apenas a cabeça para dentro do carro, Kaminari analisou a cena confuso. - Bakugou os caras tão se pegando aqui oh, vem vê.

- A gente está se abraçando, Kaminari. - Sero que basicamente estava com a bunda arqueada, olhou para cima, dando um sorriso. - Se abraçando.

- Muito viados, muito viados. - Dando um tapinha na bunda do outro, o loiro pediu espaço. - Tira a bunda daqui, eu quero entrar.

- Senta na frente, eu vou ficar aqui com o Kirishima.

- Mas porra, cê tá carente, hein? - Empurrando ele para ir para trás, Denki finalmente conseguiu entrar no carro, isso depois de fechar o guarda-chuva que antes o amparava.

Quatro caras, mil problemas e um fusca rosa - Bnha.Onde histórias criam vida. Descubra agora