Capítulo 11

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Emmy povs

Suspiro encarando os meninos que dormiam serenos e fungo baixo limpando minhas lágrimas.

Pode parecer exagero, mas eles mentiram... me esconderam coisas e eu os amo. Mas é por amar eles que não posso aceitar isso, eu me amo mais, prezo sempre pela verdade, sinceridade, amizade e companherismo... eles poderiam ter me dito tudo desde o início, eu iria entender. 

Preciso de um tempo para entender tudo, para entender o motivo para que eles precisassem esconder as coisas de mim e também um tempo apenas para entender... entender o motivo para que o destino fosse cruel me tirando minha mamãe... eu não perdi apenas ela, eu perdi meu papai também e sinto falta do quanto éramos felizes.

Fungo mais uma vez e me levanto com certa dificuldade, me visto com algo simples e quente seguindo até o quartinho onde meus filhotes estavam. Pegando ambos, encaro a casa mais uma vez e em passos lentos segui até o meio da floresta chamando pelo urso de um dos meninos.

Limpo minhas lágrimas e encaro o grande animal que se aproxima lentamente me analisando. Toco sua face e faço um leve carinho antes de subir no mesmo  e aperto meus pequenos em meus braços sentindo ele caminhar para longe lentamente.

Havia deixado uma pequena carta a eles antes de deixar a casa e sabia que  ficariam furiosos por saber que sai de lá, mas eu preciso de um tempinho sozinha, preciso pensar no que fazer. Posso estar errada? Sim, mas por mais "doce" que eu seja, jamais deixaria que escondessem as coisas de mim.

***

       — Obrigado ursinho. — sussurro beijando o focinho do animal e sigo andando entre o local belo. Era um pequeno bosque e por incrível que pareça, mesmo nevando o local tinha uma temperatura agradável, flores de todos os tipos aqui reinavam e pássaros e borboletas sobrevoavam tudo.

Tudo aqui é encantador, inclusive os animais...

        — Suponho que tenha gostado daqui doce Emmy. — dou um pulo assustado e me viro vendo uma bela mulher surgir.

       — Quem é você? — pergunto baixinho

       — Perséfone — aceno confusa e a mesma se aproxima tocando meus cachos.

       — Está brava com eles, não é? — aceno rindo baixo antes de começar a chorar.

Sinto suas mãos sobre as minhas me puxando para segui-la e logo nós sentamos em frente a uma cachoeira.

     — Está vendo o que eu vejo? — olho para a água confusa e nego. —Estou vendo uma menina linda e confusa com tudo isso, mas que ama seus companheiros acima de tudo. Não fiquem longe por tanto tempo, tem pequenos seres aqui... — coloca a mão em minha barriga. — que precisam deles, amamentar seus companheiros é como um elo, uma aliança que era necessário ter a certeza de tudo para poderem te falar, entende?

     — Acho... acho que entendo. — fungo baixo e sorrio sentindo suas mãos limparem meu rosto. — Mas o que você quis dizer com pequenos seres? — pergunto confusa.

     — Significa que tem pequenos bebês aqui dentro do seu ventre. Bom, tenho que ir querida, não demore para voltar pra casa. — aceno lhe abraçando e volto para o enorme jardim que tinha aqui, um dos ursos aparecem e começo a brincar com eles.

Resolvi passar o dia por aqui, precisava pensar sobre tudo o que me aconteceu e o que poderia acontecer. Os ursinhos não me deixaram sem comer um momento sequer e no fim do dia me levaram de volta casa.

O caminho foi feito de maneira calma, mas ao chegarmos perto avistei os meninos ali na porta e logo correram em minha direção, apenas neguei com a cabeça saindo de cima do ursinho e entro em silêncio.

Eu posso ter voltado, mas isso não significa que deixarei eles livre do castigo.

Reta final chegando.

Nossa Doce Menina (Saga Contos De Fadas)Onde histórias criam vida. Descubra agora