26 - Efeito borboleta.

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Jennie Kim

Segunda Feira, 09:12 PM

Minhas pernas tremiam junto com as minhas mãos, eu estava completamente gelada e eu tinha certeza absoluta sobre isso. Era o auge do meu nervoso simplesmente por estar indo em direção ao hospital psiquiátrico da cidade.

Eu tinha decidido tirar minhas duvidas sozinha e agora não poderia voltar atrás, eu tinha que conversar com os pais de Lalisa para saber o que ela era ou o que fazia.

Eu estava preparada para receber varios tipos de resposta, como "Ela é só uma adolescente", "Ela é maluca", "Não quero falar com você", "Vadia" e entre outras. Eu apenas queria tirar um peso da conciencia para viver tranquilamente e ver Lalisa como uma adolescente comum.

Orei até para os deuses que eu nem acreditava para que os pais dela quisessem falar comigo, pelo menos o suficiente para eu tirar minhas duvidas principais mas isso seria difícil já que no próprio julgamento eles não responderam nada.

Entrei pela porta daquele lugar e me informei adequadamente sobre como me portar lá dentro, além de saber que eu falaria com Marco pois sua mulher se negou a dizer qualquer coisa que envolvesse a filha.

Ao adentrar ao quarto com porta de ferro, paredes brancas, cameras por todo lado e dois seguranças de brinde me sentei na cadeira de plástico de frente para o homem. Ele estava com um suporte no maxilar e camisa de força.

— Eu sei que eu sou a última pessoa que o senhor queria ver, mas preciso de algumas respostas. -Comecei e ele encostou as costas na cadeira olhando diretamente pra mim.

— Já tenho um palpite sobre quais respostas quer. -Ele disse de modo sarcástico e eu tratei de não me exaltar.

— Sua filha... -Parei para raciocinar o que eu deveria falar e de que modo eu deveria falar. -Ela sabe das coisas, sempre sabe e também me diz fazer as coisas acontecerem. O que isso quer dizer?

— Ela já está te assustando não é? -Ele disse com um sorriso de lado e eu me mantive quieta. -Você não pode fugir dela, ela escolheu você.

— Não quero fugir dela, quer entende-la. -Ele arqueou uma sombrancelha parecendo incrédulo.

— Lalisa escuta tudo e o que ela não escuta, ela sente. -Eu fiquei ainda mais confusa.-Por onde ela passa as pessoas se machucam.

— Olha, eu preciso que seja mais especifico. -Falei já sem paciencia.

— Eramos uma familia grande, Lalisa não era filha única e eu tinha dois irmãos mais velhos mas eles foram adoecendo, um por um, até todos estarem mortos. -Ele disse amargurado e eu entendi menos ainda.

— Lalisa é o próprio inferno você ainda não percebeu? Ela é um tipo de efeito bate e volta, borboleta, como preferir. Ela entra na vida da pessoa e se alimenta dela.

Esse homem estava realmente maluco, me levantei disposta a sair daquele lugar mas uma mão no meu pulso me impediu.

— Você é uma pessoa boa Jennie, tem um coração bom e é sensivel. É disso que Lalisa gosta, agora que ela entrou não há como se livrar dela, já tentamos.

Isso foi o gatilho perfeito para eu sair correndo, Lalisa era estranha isso é verdade, mas nada de ruim aconteceu comigo, Jisoo, Yuqi, Irene, Rosé e nem mesmo com Seulgi. Lalisa era uma adolescente não um demonio.

Caso 22 | JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora