Capítulo 67

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Boa leitura e perdoem os erros!!!

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POV Any Gabrielly

Acabada. Destruída. Vazia. 

São tantas palavras que me representavam tão bem naquele momento. Era uma dor horrível que eu sentia em meu peito, uma dor que me fazia berrar entre as quatro paredes daquele hospital. Nada adiantava. Nem as palavras de apoio do Josh, nem os pêsames do doutor Weller e de alguns funcionários. 

Era como se um pedaço de mim estivesse morrido. 

Foi preciso injetar alguma droga em mim para que eu me acalmasse. Eu estava desesperada! Desesperada como uma mãe que acabara de perder a filha sem ao menos conhecê-la. Estava devastada. 

- A gente vai passar por isso, amor. - O Josh disse me abraçando com força enquanto eu deixava lágrimas e mais lágrimas molharem o seu ombro. Ele também chorava, mas expressava a sua dor de um jeito mais calmo, mais controlado. 

- Deveria ter sido eu, Josh. Tinha que ser eu e não ela! - Digo inconformada.  

- Ei, olha pra mim. - Ele segurou o meu rosto com as duas mãos. - Não fala isso, por favor. - Pediu com os olhos cheios de lágrimas. - Eu não quero pensar no que aconteceria comigo se eu também te perdesse...

- Ela se foi, Josh... O nosso raio de luz nos deixou... - Murmurei aos prantos. Senti o Josh limpar as minhas lágrimas com a mão, então voltei a abrir os olhos. 

- Foi o melhor pra ela, Sugar. - Disse em um fio de voz, o que me deixou pensativa. - A Luiza poderia crescer e passar a vida toda no hospital. Ela não conseguiria se desenvolver direito. Se Deus achou melhor levar a nossa pequena para morar com ele, nós temos que aceitar que foi o melhor tanto para nós quanto para ela. 

- O melhor pra mim é isso, Josh? Essa dor horrível que eu estou sentindo? A dor de uma mãe que acabou de perder um filho? Esse é o melhor pra mim?

- Não vamos discutir, por favor. - Pediu fungando o nariz. 

Suspirei. Discutir agora não ia adiantar nada, muito pelo contrário, só ia piorar mais ainda a minha situação.

A minha mente precisava compreender que eu não era a única que estava sofrendo com a perda da minha filha, outra pessoa também estava sentindo a mesma dor imensurável que eu. Sobretudo, eu e o Josh tínhamos que superar isso como um casal unido, e não um casal que se culpa por algo que eles não tivessem controle. 

Foi preciso mais algumas horas de choro até eu sentir os meus olhos secos por simplesmente não conseguir chorar! Por falar nos meus olhos, eles estavam inchados. Pareciam duas bolas de golfe penduradas em meu rosto. O Josh não estava muito diferente de mim, ele estava mais branco que o normal e o azul dos seus olhos... Eles não tinham mais vida!

Também não comi nada durante à tarde. As enfermeiras trouxeram um pote de salada de frutas que eu nem fiz questão de abrir.  O Josh me obrigaria a comer aquelas frutas todas se não estivesse tão arrasado quanto eu. A única coisa que eu ingeria era água e os remédios para combater qualquer bactéria ou infecção que ousasse se hospedar em meu corpo. 

A minha filha não morreu em vão. Ela teve que nascer prematura para que eu ficasse viva. Não vou deixar uma infecção ou uma bactéria me matar depois do câncer e de toda essa dor que está em meu peito. 

Voltei aos meus pensamentos quando a porta do quarto se abriu. O doutor Weller entrou com um semblante triste acompanhado de uma mulher que trajava um terno azul escuro. 

Férias em Orange ▪︎BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora