Capítulo 69

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Boa leitura e perdoem os erros!!!

META DE HOJE

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POV Josh Beauchamp. 

Acordei no meio da noite sentindo falta da minha esposa ao meu lado da cama. Liguei a pequena arendela do quarto, a Any realmente não estava lá. 

O relógio mostrava que já se passava das duas da manhã do sábado. Eu sabia o que aquilo significava, ela também sabia. 

Suspirei alto, calcei as minhas pantufas e fui procurar a Any pela casa. Passei pelo antigo quarto da Luiza, sim, antigo. Já vendemos ou doamos a maioria das coisas, só ficamos com alguns brinquedinhos de lembrança. 

Para a minha surpresa, a Any também não estava lá. 

Desci as escadas, andei até a cozinha. A Gabrielly estava sentada na bancada, no meio do escuro, com uma xícara nas mãos. Ela olhava para o nada, mas aposto que dentro daquela cabecinha estava uma confusão de pensamentos e sentimentos. 

- Sonhou com ela de novo? - Perguntei ligando a luz. 

- Sonhei. - Murmurou ao voltar a encarar o nada. - Hoje faz um ano... 

Respirei fundo. Passou tão rápido, mas ao mesmo tempo foi tão devagar. 

Há um ano foi o melhor e o pior dia da minha vida, simultaneamente. Segurar a minha fila no colo foi como sentir um pedacinho do céu, foi divino. Não tenho palavras pra explicar. Eu morria de saudades da minha pequena, às vezes me pegava pensando no que teria acontecido se a Any não tivesse câncer, se ela tivesse sobrevivido... Provavelmente teríamos passado as últimas semanas organizando uma festa da princesinha Sofya ou da Luluzinha, um desenho brasileiro que a Any assistia quando pequena. 

- Quer me contar como foi o sonho?

- Nós estávamos buscando ela na escola para levá-la à uma sorveteria pra comemorarmos.  - Ela disse com um sorriso de lado, como se estivesse lembrando do sonho. 

- Comemorando o que?

- Ela tinha conseguido entrar na escolinha de ballet. - Ela fungou o nariz. - Ela é tão linda, Josh. O cabelo loiro igual ao seu, tinha cachinhos bem definidos, uma pele mais escura como a minha e os olhos... - Ela suspirou. - Eu não sei explicar aquela cor. 

- Aposto que ela está feliz lá no céu, Sugar. - Lhe abracei de lado, dando um beijo carinhoso na lateral da sua cabeça. 

Fiz um pouco de chá pra mim e fiquei comendo uns biscoitinhos caseiros de nata. Para a minha surpresa, a Any não chorou, pelo menos não na minha frente. Ela estava triste, mas controlada. 

Não aconteceu muita coisa nesse último ano. A quimioterapia da Any já acabou, graças a Deus. O último exame que ela fez essa semana mostrou que não há mais nenhum resquício do túmor, mesmo assim, de três em três meses, ela deve fazer alguns exames para confirmar que está tudo certo. 

E sobre a sua estética, infelizmente ela também perdeu os cílios e as sobrancelhas, mas conseguimos dar um jeito nisso com extensão de cílios e micro pigmentação. Ficou bem natural, ao meu ponto de vista, a Any achou estranho, disse que qualquer um perceberia que aquela sobrancelha não era dela. 

Não liguei muito. A minha princesinha continuava linda de qualquer jeito, isso que importa. Consegui elevar a auto estima dela todos os dias. Lhe enviava flores quando ela estava no trabalho, fazia jantar especiais, viajávamos, eu lhe elogiava praticamente todas as horas por puro medo de que nada desse certo e a Any estrasse em depressão. 

Férias em Orange ▪︎BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora