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Aposto que você já ouviu um "Essa será a melhor parte da sua vida" ou "Você é jovem, não tem problemas ainda."
Sim, eu sou jovem. Porém não deixo de ser uma pessoa, um humano. E todos seres humanos sofrem, sejam crianças, adolescentes ou adultos e idosos.
Cada um tem o seu fardo e a sua dor.
Eu me chamo Park Jimin sou um adolescente de 17 anos gay não assumido. E esse é o meu fardo:
- Sério que você gosta desse cantor? - minha irmãzinha pergunta.
- Ué, claro. Ele é inteligente, romântico e as músicas dele são perfeitas. - Respondo calmamente enquanto me estico para que possa alcançar a pipoca que estava em minha frente.
- Mas ele é gay - ela rebate fazendo uma cara de nojo.
- Quem é gay? - meu pai aparece na sala de estar, com suas mãos na cintura enquanto nos observa um tanto sério.
- Ninguém, pai. - Respondo enquanto pego um pouco da pipoca enchendo minha mão.
- Pai, o Jimin disse que o cantor favorito dele é o Corno gay. - Ela fala enquanto se levanta e se senta no colo do nosso pai.
- O que? - Ele pergunta pegando a mesma no colo.
- É Conan Gray, e ele é um ótimo músico. - A corrijo e suspiro.
- Tá e o que tem? - Meu pai pergunta.
- Ele é gay pai! - Ela responde fazendo uma careta que até seria fofo se não estivesse sendo homofobica.
- Que nojo, você sabe que eu não gosto dessas coisas Park Jimin. Não é uma boa influência para sua irmã. - Ele fala um tanto bravo enquanto me olha.
- Mas pai é só um canto-
- Eu já falei, não me faça repetir. - Ele me interrompe, sempre assim.
- Tá bom, pai. - Falo por fim me dando por vencido e me levanto. - Vou pro meu quarto estudar.
- Tá bom, depois desça para o jantar, está quase pronto. - Ele fala enquanto eu subo as escadas.
- Ok. - falo um pouco alto para que podesse me ouvir.
Chegando em meu quarto fecho a porta com um pouco de força e não escutando nem um grito ou reclamação me jogo em minha cama enquanto pego meu celular e meus fones.
O meu fardo é ser a úncia pessoa que faz parte da comunidade LGBTQIA+ da minha família. Ps: todos são homofóbicos.
Menos minha mãe, sinto falta dela. Ela era aquelas mães que te acordam com um beijo na testa e te chamam pro café. Ela era tão perfeita, era gentil com todos, porém o mundo não a merecia e ela está em um lugar melhor agora.
Ou pelo menos é o que eu tento acreditar, talvez pensando assim não doa tanto. Mas dói e muito.
Minha mãe morreu no meu aniversário de 14 anos, eu não lembro muito bem do dia. Mas lembro de acordar no hospital, meu pai não gosta de falar da mamãe e queimou tudo dela que havia aqui em casa.