Um estranho gentil

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  — Eu nem percebi onde havia chegado! Hahahaha! - a mulher gargalhou alto chamando atenção dos outros clientes ali no bar - Quem faz uma coisa dessas? Sai toda surrada pela rua, como uma louca...

  De fato, parecia uma louca e Levi estava indo com a loucura, haviam chegado ao bar que a maior indicou, e a mesma já teria virado de imediato três copos de cerveja e teria explicado que estava fungindo de alguém e por isso estava daquela forma em um bairro aleatório.

  — Você deveria parar de beber... - o homem olhava preucupado as bochechas rosadas depois de cinco ou mais copos de cerveja.

  — Como eu cheguei a esse ponto..? - a mulher cruzou os braços nas mesa, respirando fundo.

  A verdade é que ela estava tão perdida quanto Levi, os dois pareciam precisar daquela dose de álcool e falta de raciocínio, para desabafar de qualquer forma, tantas coisas presas.

  — Vamos fazer assim, já que já esta tão bêbada desabafe tudo que quiser - Levi deu um leve tapinha na cabeça da mulher como forma de carinho - pode começar...

  — Aquele imbecil me seguiu da França até aqui... Ele é obcecado, minha vida estava feita, e ele... - a mulher continuou de braços cruzados apenas sentido o pequeno cafuné que o homem fazia, e a sensação de tirar um peso da costas - Estragou completamente tudo, até a minha chance de recomeçar...

  — E porque você continua aguentando esse imbecil?

  — Porque... Porque..? - a mulher suspirou novamente, organizando mentalmente os seus sentimentos - Porque eu sou uma covarde... Eu insisti que existia algum tipo de afeto que segurasse esse relacionamento...

  — Um afeto de te espancar até deixar marcas? Parece bem romântico - Levi falou de forma ácida, ele sabia que a mulher precisava de ajuda, mas mais ainda de um choque de realidade.

  — Você tem razão, como eu quero que uma linha segure uma pedra? Eu preciso cortar logo isso... - a mulher suspirou pela última vez como se finalmente tirasse sua conclusão - Certo meu estranho gentil! Sua vez!

  A mulher levantou a cabeça derrepente, com toda sua energia, ela parecia ter recarregado novamente, virando completamente mais um copo de cerveja.

  — Estranho gentil...?

  — Sim homem estranho que por acaso ajudou uma louca na rua! Me diga o porque de estar uma hora daquelas na rua, com a cara de quem dorme do lado da morte, se declarando para a neve? - era simplesmente incrível a forma que ela transformou uma grande desgraça em uma piada.

  — V-você é-é - Levi tentou buscar alguma palavra que descrevesse aquela loucura em pessoa.

  — Vamos! Vamos! - a mulher falou empolgada virando outro copo de cerveja.

  — Tudo bem, mas você vai ter que parar de beber! - Levi recebeu em resposta um "sim sim! " da mulher - Eu tive mais uma briga cotidiana com minha esposa, ela sequer gosta de mim, mas continuamos amarrados um ao outro...

  — E porque você continua aguentando essa amarra?

  — Hmm... Minha situação parece esta longe de afeto, o máximo de sentimentos que sinto é pena - Levi tinha o olhar fixo no cubos de gelos que balancavam no seu drink de limão - pela lei, e pela família dela, eu estou condenado a essa amarra... Você deveria aproveitar que ainda pode se soltar.

  — Você novamente tem razão! - a mulher novamente virou outro copo de cerveja, ignorante a promessa de poucos minutos atrás - Mas, sabe! Pena é o pior sentimento humano, então você precisa cortar logo isso!

  A mulher deu um grande sorriso, o mesmo sorriso que Levi sentiu conhecer, e incrivelmente, combinava perfeitamente com aquele rosto, e com aquela pessoa, era tão limpo e puro quanto a neve...

  — Você é estranha...

  — Sim eu sou! E já estou começando a considerar isso como elogio de tanto ouvir! - a mulher encheu novamente o copo o levantando na direcção de Levi - Vamos brindar aos nossos ridículos desabafos e a nossa nova chance de enfrentar nossos problemas!

  — Claro... Claro... - Levi aproveitou para trocar os copos, colocando o drink de limão na mão da morena que já estava bem balançada pelo álcool.

  Os dois continuaram conversando, e morena bebendo, por mais que Levi tentasse impedir, a mesma acabou por ficar embriagada e receber reclamações do dono do bar.

  — Vou ligar para um amigo vir nos buscar... - o homem puxou o celular do bolso, lembrando dos três ou quatro copos de cerveja que havia tomado - vamos idiota!

  — Sabe gostosão... É incrível como esse "idiota" vindo de você parece um elogio - a mulher cambaleou pela calçada até o ombro do mais baixo atrás de algum equilíbrio.

  — O que você está falando? Porque bebeu tanto?

  — Eu não p-posso voltar pra casa hoje... Então eu conto com você, para cuidar de mim... - a mulher simplesmente adormeceu no ombro de Levi

  — Tsk idiota...

  Era estranho como, a mulher tinha tamanha confiança de adormecer embreagado no ombro de um completo estranho, parecia até que não eram completos estranhos...
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Esse cap me veio de um surto de criatividade aleatório depois de assistir Vincenzo, acabei que criei um apego por ele akakskkkk
Tenham uma boa semana e kissus kissus cheirosos❤
🌼

Porque não nós dois?Onde histórias criam vida. Descubra agora