Capítulo seis

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Davina Ewell

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Davina Ewell

Acordei apenas algumas horas mais tarde. O dia ainda ocupava a paisagem. Senti meu rosto completamente inchado.

De forma repentina, lembrei-me de minhas memórias naquele jardim, de mamãe. Meus pensamentos me levaram até o escritório de meu pai, aonde se guardava uma penseira.

Toda a sala estava diferente do que eu me lembrava. Antes limpa, alegre e aconchegante, agora triste, antiga, completamente empoeirada. Livros espalhados por toda a parte, algumas teias de aranhas e uma garrafa de uísque sobre a mesa.

Contudo, algo captou minha atenção após voltar meus olhos para a lareira, aonde sobre ela, se mantinha um quadro antigo. Deduzi que as pessoas presentes nele eram meu pai e minha mãe jovens. Mamãe segurava um bebê em seus braços, observava-o com tanto carinho que eu podia senti-la olhar para mim. Aquela criança era eu.

Eles pareciam tão felizes e realizados. Consegui sentir o amor que havia no quadro, o zelo e o desejo do bem estar de todos ali presentes.

Por sua vez me dirijo até a penseira no canto do escritório, com magia, obrigo o flutuar deste, que perambula pelo ar conforme eu caminho para fora da sala, seguindo-me.

Antes de deixar aquele ambiente, me volto para o mesmo, observando tudo aquilo que já foi vivido algum dia.

Parece que depois que mamãe se foi, a casa perdeu a vida. Mais cedo, eu estava olhando para o Jardim e reparei nas flores de minha mãe. Elas pareciam fracas, ainda bonitas, mas não tanto quanto eu me lembrava. Tudo está diferente.

Adentro meu quarto novamente, fecho a porta e a penseira descansa sobre minha cama. Rapidamente deposito minha memória em um frasco.

Eu precisava vê-la de novo, sei que isso pode acabar mal, mas não vou superar sua ida ao mundo dos mortos tão cedo.

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Acabei revivendo a memória pelo resto da semana. Eu passava a maior parte do tempo revendo o jardim. Qualquer coisa que me lembrasse ela já bastava. Precisava desse sentimento. Mas acabei pensando demais em mamãe, fiquei deprimida, mais do que já estava.

Quase não saio de meu quarto, papai está ficando preocupado. Enquanto isso, sinto a tristeza e a solidão me puxarem para o fundo, as trevas me consumindo aos poucos.

— Filha... - Escuto a voz de meu pai. —Já está pronta? - Ele pergunta batendo a porta.

— Sim... - Murmuro ao abri-la. — Estou. - Minha voz saiu de forma fraca.

Estou usando um vestido rendado preto, um casaco de couro, luvas pretas como acessório, meia calça que cobria minhas pernas, aquecendo-as. Meu cabelo estava solto, portava apenas um arco na cor branca, usava brincos de diamantes e uma pulseira do mesmo material.

— Este será um dia difícil, espero que
esteja preparada. - Sua não segurou a minha. — Alguns convidados ja chegaram. - Avisou enquanto caminhava em direção ao corredor.

Mais tarde finalmente tomei coragem para deixar as paredes de meu quarto e encarar a multidão de bruxos presentes em minha sala de estar.

Todo o salão vestia preto, alguns até mesmo confessavam seus sentimentos melancólicos por meio de lágrimas. Mamãe tinha muitos amigos.

— Olá querida Davina. - Disse o ministro da magia com vinho em sua taça. — Minhas condolências por sua mãe. - Sua mão tocou meu ombro.

— Obrigada, senhor ministro. - Apertei os lábios, sentindo-me insegura para continuar naquele ambiente.

— Eu quero que saiba o quanto estou desgostoso por marcar presença aqui hoje. Sua mãe fora uma mulher muito boa e gentil, minhas condolências por sua perda. - Disse ele de forma sincera.

Eu odiava, odiava todas aquelas palavras de consolo, repudiava cada um deles, cada vestimenta na cor preta, representando luto pela morte de minha mãe. Eu odiava o mundo naquele momento.

Contudo, devo admitir que certas circunstâncias me chocaram aquela noite. Afinal, não é todo dia que me encontro com a família Malfoy, o que inclui Abraxas, que eu pensei estar em hogwarts.

Certa vez, o mesmo me convidou para o baile de inverno, mas eu recusei, e desde então ele tem algum tipo de ressentimento por mim, muito narcisista de sua parte.

— Davina... - Cumprimentou-me Narcisa, beijando o topo de minha cabeça. — Eu sinto muito por sua mãe. - Ela segurou minhas mãos com cautela enquanto eu assentia há cada palavra.

— Obrigada, senhora Malfoy. É muito doce de sua parte... - Voltei meus olhos para o resto da família. — Da parte de vocês estarem aqui hoje. - Sorri me afastando.

— Elain era uma boa mulher. Sempre tão sorridente, embora Londres esteja constantemente melancólica. - Algum tipo de piada ruim. — Enfim, o que quero dizer é que sinto muito, todos nós sentiremos falta dela. - Ele segurou minha mão.

— É claro... - Sorri de forma fraca, claramente desconfortável.

Presente no jardim, observávamos todos o caixão de mamãe. O barulho da chuva que colidia com os guardas chuvas se tornava satisfatório em meio aquele ambiente.

Logo uma fila se formou, todos os convidados mencionavam palavras de despedida e lançavam uma rosa sobre o caixão da minha falecia progenitora.

Muitos deles choravam, embora eu não tenha derramado uma se quer lágrima.

— Veja como é idêntica a sua mãe... - Aproximou-se uma mulher. — Um pouco melancólica, mas linda como ela. - Sorriu acariciando meu rosto.

— Sim... Ela sempre mencionava a similaridade entre nossa aparência. - Sorri me afastando.

— Lembro-me de nossas aventuras no mundo trouxa. Sua mãe era uma bruxa excepcional, assim como uma mãe e esposa. Todos nós sentiremos sua falta. - Disse ela, com brilho no olhar.

" Como você é parecida com ela; "
" Você tem os olhos da sua mãe;"
" Herdou a beleza de Elain; "
" Tão linda quanto a mãe; "
" Sentiremos falta dela; "
" Minhas condolências; "

Um total de 100% dos convidados que tomaram a iniciativa em um diálogo comigo utilizaram estas frases.

~°•~°•~°•~°•~°•~°•~°•~

— Papai, posso dormir com o senhor? - O mesmo me encarava deitado em sua cama.

— É claro, floco de neve. - Disse me chamando para seu abraço.

Assim me deitei ao seu lado. O mesmo me abraçou. Papai e eu sempre fomos muito ligados. Algumas garotas de famílias bruxas que conheço, poderiam ter inveja de nossa relação.

Por fim dormimos abraçados. Mais nova, eu amava dormir abraçada a mamãe e papai.

Éramos felizes, muito felizes.

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Amo relações saudáveis com os pais

Trevas -Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora