INVITATION

〔Diário〕

Querido diário, nesta primeira página eu irei escrever um pouco sobre minha... minha vida banal.

Eu me chamo Hwang Hyunjin, tenho 16 anos e sou filho único.

Minha vida é meio e sempre foi estranha, eu nunca pude sair deste castelo para conhecer o mundo a fora. Dizem que seria meio "errado" um híbrido se misturar com humanos.

Mas não sou igual a eles? Só... algumas coisas diferentes.

Desde meu nascimento estou sendo mantido dentro do castelo a 16 anos, resumindo, a vida inteira quase. Sendo cheio de regras e sem ao menos ter contato com se quer um cidadão do vilarejo.

De certo que as servas são daquele local, mas ignore este fato.

Ah, como eu sei sobre o vilarejo mesmo estando aqui? Bom, desde que descobri que dava para observa-lo da janela de meu quarto, nunca deixei de imaginar como seria estar lá e o que continha lá.

Isso mudou quando eu "ganhei" um amigo, meu primeiro e único amigo, - novamente tirando as servas do castelo - Minho.

: Elas só te tratam bem por causa do seu pai.

E esse garoto sempre age por conta própria, pelo simples fato de não ter tantas regras. O impressionante é que mesmo sendo assim, qualquer um consegue perceber que está sempre se importando com tudo a sua volta.

: Mesmo que "as vezes" não pareça.

Sempre esteve ao meu lado, tanto nos dias felizes e tristes, me dando todo seu apoio mesmo com algumas restrições de meu pai por ser filho de uma das servas de seu castelo, sempre esteve comigo.

: Não está no seu patamar na linhagem.

Eu me lembro como se fosse ontem nós dois aprontando por aí, brincando de pega-pega ou esconde-esconde. Minho dizendo-me que aprendeu essas brincadeiras no vilarejo, isso que me motivou ainda mais a querer ir para lá.

Imagina quanta coisa posso aprender de diferente? Sem regras exageradas e amigos.

E como troca ensinei Minho a jogar xadrez. Um dos jogos mais caros no mercado real do momento que simbolizava poder e inteligência e entre outros, esse jogo era e é ensinado para as crianças da realeza desde novos, isso é meio que uma tradição.

: Futuras experiências, vão precisar. A não ser que queiram ser bastardos uh?

Meu pai quase me matou de fato, por ter ensinado um jogo desses a um plebeu. Tentou falar algumas mentiras sobre o garoto para que eu me afasta-se pelo menos um pouco.

Mas crianças nunca ouvem, lembra desse ditado? Ou não é um ditado? Ops.

Eu admito que é legal ter ao menos um pessoa ao seu lado para lhe fazer companhia e esquecer meu passado com lembranças de mamãe, que hoje já não está mais aqui comigo após a sua partida.

Ela era a única antes de meu amigo de anos que me entendia, sempre tentava me ajudar em tudo que conseguia. As vezes mamãe levava a culpa para que não brigassem comigo.

Como no dia em que tentei sair daqui pela área de treinamento, o plano que continha na minha cabeça aquele dia daria certo se não fosse por um dos alunos do meu pai que estava por lá antes do horário pedido.

Mas tudo tem um pausa. Ou um fim.

Depois de um incidente eu não tinha coragem para sair do quarto, nem se quer para jantar, conversar ou importunar as pessoas ao redor do castelo. Nunca tive coragem na verdade, sempre me colocaram medo ao sair, então era apenas com minha mãe.